Se tem uma coisa que eu não gosto de fazer é falar mal de produções nacionais, só que filme mal feito é ruim independente de sua nacionalidade. Em “400 Contra 1 – A História do Comando Vermelho” o que vemos é mais do mesmo, aquela mania de tentar fazer algo próximo do que Fernando Meireles fez com “Cidade de Deus” que, no final das contas, se torna apenas mais uma produção totalmente dispensável.
Baseado em livro homônimo de William da Silva Lima, “400 Contra 1” conta a história da formação do que se tornaria uma das maiores facções criminosas do país, o Comando Vermelho. A trama se passa entre os anos 70 e 80, onde o grupo começou a se mobilizar no presídio de Ilha Grande no Rio de Janeiro.
Fica a cargo de Daniel de Oliveira interpretar o protagonista (o autor do livro) William, que é o responsável por iniciar a base da organização criminosa. Com o lema Paz, Justiça e Liberdade (deturpados da melhor maneira possível, afinal estamos falando de criminosos), o movimento começa a agir dentro do presídio carioca.
Daniel de Oliveira é um grande ator e gosto de alguns trabalhos seus, só que aqui ele tenta suprimir seu jeito mineiro com um carioquês tosco e muito mal falado. Destaques mesmo entre os atores são os de Fabrício Boliveira, que interpreta Cavanha e ainda Daniela Escobar, que não sei como conseguiu ficar incrivelmente horrorosa, parabéns aos maquiadores e figurinistas.
Tentar contar uma história séria querendo passar alguma mensagem e, ao mesmo tempo, querer ser um filme descolado e engraçado, faz com que “400 Contra 1” não chegue a lugar algum. Só que o maior problema aqui é a forma em que ele foi montado. É tanto “vai e vem” na linha do tempo que tudo se torna incrivelmente chato, desinteressante e sem impacto algum.
Na verdade fica comprovado que mesmo com uma história curiosa (não vou entrar naquelas discussões de ‘dignificação’ da bandidagem, isso é balela) e uma bela fotografia, se você não encontrar a melhor forma de contar a sua história, você pode destruir todo o seu trabalho. De tanto ficarmos indo e vindo na linha temporal, fica parecendo que o filme não tem nenhum clímax ou algum ‘lugar’ interessante a se chegar e pior, parece que ele tem na verdade “400” minutos de duração.
Arrastado, monótono e sem alma, “400 Contra 1” é mais uma produção nacional que não diz ao que veio, não sei se servirá nem para entrar em algum tipo de estatística. Não é esse o cinema nacional que tanto apoio e gosto de ver.
400 Contra 1 (Policial, 2010 – 95 min)
Dirigido por Caco Souza com roteiro por Victor Navas e Julio Ludemi adaptando livro de William da Silva Lima. Estrelando: Daniel de Oliveira, Daniela Escobar, Branca Messina, Fabrício Boliveira, Lui Mendes, Jefferson Brasil, Jonathan Azevedo, Rodrigo Brassoloto, Felipe Kannenberg e Negra Li.
Teve pré-estréia desse filme e eu nem fui ver, me interessei não. Então pelo jeito eu estava certo.
ehehehehehe
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Completamente certo. Assisti por motivos de força maior e precisão extrema.
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É o tipo de filme, que só ver o cartaz me dá dor de cabeça.
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E 400X1 acabou mesmo com nota 1 aqui no blog! hehe
Vi o trailer no Altas Horas e n me empolguei nem um pouco, agora é que não perco o tempo com ele mesmo.
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Alan, imagina pra quem o assiste!
Rafael, pois é, ‘400 Contra 1’, parece que tem 400 minutos e só merece 1 controle hehehehe. Boa!
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Porque todo filme popular brasileiro de drama é sobre crime? Vamos tentar fazer alguma coisa diferente…..
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É lamentável mesmo. Uma pena, mesmo. Também não gosto de falar mal de filme nacional, mas esse é vazio, cansativo e os vai e vem totalmente sem sentido.
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Talvez seja melhor evitar de assistir certas produções, só para não ter que vir aqui e falar mal hehehhe
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Passo
eeheheheh
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Por que é sempre favela? O Brasil nao tem historias boas pra contar que nao tenha a ver com isso? Tirando ‘se eu fosse voce’ que parece mais uma novela da globo.
Central do Brasil sim é um filme que surpreendeu muito!
Até aquele filme ‘ Veronika’ fico legalzinho, mas o que se ve no nosso cinema é só favela, putaria e palavrao, por isso que os gringo tem essa ideia do Brasil, se é que eles assistem nossos filmes =P
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O pior que temos vários filmes bons e diferentes, mas alguns deles sequer aparecem com destaque nos cinemas.
Agora, espaço para filmes “favela” como você diz Iago, nunca falta.
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Acabo de assistir e assino embaixo pessoal; bem fraquinho mesmo. Fico triste em ver uma grana boa ser investida em produções assim enquanto existem tantos outros trabalhos melhores esperando a vez … paciência!
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Vou repetir o que a gente até já discutiu em outro post Fábio (ou foi por email), espaço e investimento para produções deste gênero nunca falta, agora, produções nacionais diferenciadas sofrem para aparecer.
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Achei legal filme… Também não gostei de ficar indo e vindo… O que não gostei mesmo foi do papo aí: que no Brasil só fazem filme de favelas… Talvez (com certeza) os filmes que ganhem mais destaque sejam os filmes mais realistas, ou melhor mais chocantes, com temas mais deploráveis da vida humana…
E a única nudez que tem no filme é de uma coadjuvante que passa por revista intima…
Pô, a Escobar não aparece pelada… Isso que ela tem cenas de sexo… Pelo menos foi a melhor atuação do filme!
Não acho que ela ficou feia e sim muito bem caracterizada de mulher de bandido…
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Bom Vieira, essa é a sua opinião e eu respeito, agora dizer que este filme é chocante e realista eu discordo. Também continuo achando que, filmes “favela” são os que são mais produzidos e lançados, e isso já saturou o mercado com produções ruins, como “400…”
Abração!
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Fala sério aqui só tem burgues
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Sim Marx, só burguês.
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Hahhahaha, boa!
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Excelente filme. É uma pena que as pessoas não conseguiram acompanhar as idas e vindas de tempo do filme. Eu tenho cérebro e consegui perfeitamente. A história é bem contada, os atores estão ótimos. Pouco consigo comentar a mais, pois em vista de inúmeras críticas negativas, acabei comentando em outros lugares. Só sei que é vergonhoso que os brasileiros não deem valor a um filme desses,
Credo e é por esse povinho que tenho que lutar a vida toda. É desesperador!
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Em nenhum momento comentei aqui que a questão das idas e vidas é algo que fica dificil de entender, até porque a trama desse filme é mais boba que a de Xuxa e os Duendes.
Se você se sente inteligente e sagaz por ter amado esse filme eu lamento muito por você. Aceito opiniões contrárias numa boa e não tenho nada contra quem goste desta “obra” que, para mim, é um dos piores filmes do ano.
Não tem nada a ver o fato dele ser nacional, é ruim, independente disso.
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boa laura, são burgueses metidos que sabem apenas criticar os filmes nacinais.
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E vocês são o que? Revolucionários que gostam de filmes pobres e muito fracos?
Adoro o cinema nacional que produz ano a ano ótimos e maravilhosos filmes, mas este aqui é um exemplo do que não deve ser feito.
Vou repetir novamente, filme ruim é ruim independente de sua nacionalidade.
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Concordo Márcio,
não adianta tentarmos defender um produto nacional e pronto. Temos condições de fazer muito mais que isso. E esses sim apoiar e elogiar.
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Já comentei em outros blogs e digo novamente: Se o cinema Nacional não se tornar independente, jamais teremos um cinema nos níveis dos Europeus e de vizinhos latinos, como da Argentina, por exemplo. Enquanto a Globo filmes produzir cinema, estaremos assistindo somente produções sugestivamentes similares às minisséries globais. Aliás, alguns filmes brasileiros nada mais são do que “seriados Globais” nas telonas (vide “o Bem amado”,”muita calma nessa hora”, etc.). Atualmente contamos com cineastas brilhantes. Alguns carregam consigo uma enorme bagagem com experiências internacionais. Atores, produtores, estórias, literatura, temos de sobra, mas enquanto a Globo filmes continuar fazendo cinema, jamais teremos liberdade de criação…vamos aguardar o que o futuro nos traz…
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Perfeita sua colocação Alessandro
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Não achei o “pior filme do ano”, muito menos o “melhor”. O cinema, seja nacional ou não é assim mesmo, alguns filmes são muito bons, outros bons, outros tantos “mornos” e muitos, muitos mesmo, ruins. Não considero que o cinema latino-americano seja melhor do que o cinema nacional, pelo contrário, as últimas produções (salvo uma ou outra exceção) não são lá grandes coisas. Quanto ao cinema europeu, a mesmíssima coisa.
Quanto ao fato da temática quase sempre estar atrelada ao crime, à “favela”, bom, é muito óbvio que o cinema, como qualquer outra manifestação cultural de um povo, esteja inserida na sua realidade. E, infelizmente, esses assuntos estão na ordem do dia e, também infelizmente, vão estar por muito tempo ainda.
Quanto à Globo, é melhor ainda que ela continue produzindo seus “produtos” do que não. E o futuro não nos traz nada, caro Caram, assim como a história não prova nada. Ou fazemos nós ou nada feito.
Um abraço, ex cordis,
Cleito
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É um dos piores do ano, não “o pior”, o pior ficou para outro filme nacional, infelizmente, que foi “Federal”.
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