Entrevista com Fabio Farzat, produtor da Websérie 2012 – Onda Zero

Ano passado eu comentei aqui no blog sobre a primeira websérie nacional de ficção científica, 2012 – Onda Zero. Inovadora no cenário nacional, fugindo totalmente dos temas batidos que sempre abordamos por aqui, e muito bem produzida e trabalhada, a websérie depois de lançar o seu primeiro episódio em seu site oficial obteve uma excelente repercussão de quem assistiu.

Conversei através dos comentários aqui do blog, email e twitter, com um dos produtores da websérie, o Fábio Farzat e ele aceitou responder algumas perguntinhas a respeito das dificuldades e também de como você pode ajudar a levar esse trabalho a frente. Primeiro vamos a uma apresentação e depois a ‘mini-entrevista’ que fiz com ele.

Fábio Farzat

Bom, eu me chamo Fabio de Almeida Farzat, tenho 29 anos e sou formado em Ciência da Computação. Atualmente estou cursando mestrado na Universidade federal do Estado do Rio (unirio.br), sou jogador fãzasso de RPG (Quase todos de SCI-FI) e trabalho na produção executiva da Websérie 2012 Onda Zero! Esse sem dúvida é o projeto que mais me consome, mas também é o mais gostoso de participar!

Entrevista

PM!: Como se concebeu a idéia da websérie “2012 Onda Zero” e quais foram os primeiros passos?

Fábio Farzat: A websérie nasceu de um projeto sobre interatividade para tv digital. A idéia era ter um laboratório onde pudéssemos testar alguns níveis dessa interação. Portanto rodamos o episódio piloto e dois spots. Montamos a equipe, convidamos a Hydria para trabalhar na trilha e fomos fechando com as locações necessárias. Daí a coisa fluiu e estamos aqui trabalhando nos futuros episódios.

PM!: Quais são as maiores dificuldades de produzir e lançar uma websérie nacional de ficção científica?

Fábio Farzat: São muitos fatores. O primeiro deles são as locações. A websérie 2012 Onda Zero tem um padrão de fotografia e composição internacionais, isso exige que as locações respeitem esse padrão. No Brasil temos poucos cenários lembrando as grandes selvas de pedra americanas e por muitas vezes sofremos para achar uma locação que se enquadre adequadamente. Sofremos com isso! Outros fatores que também influenciam muito são trilha sonora (pois é, não temos essa cultura também) e montar os episódios com 7 minutos. Talvez esse último seja o maior dos desafios da websérie.

PM!: O primeiro episódio foi um grande sucesso e a espera por novos episódios está um pouco longa. O que está faltando para dar continuidade a série?

Fábio Farzat: Isso é chato. Queremos muito poder entregar logo os episódios que já estão prontos, mas se o fizermos vamos perder a continuidade ao longo  da temporada. Como citei a websérie nasceu com um objetivo, mas só há poucos meses é que conseguimos que ela ande sozinha. Porém, para tal, perdemos um bocado do nosso orçamento. Isso está prejudicando o cronograma de filmagens e obrigando a produção executiva a buscar apoio em outras formas de capital para continuar o trabalho. Eu explico isso um pouco melhor num post no meu blog pessoal (http://bit.ly/9mbuHZ).

Recebemos algumas propostas, das quais destaco o MundoFox.com, que conversa sobre licenciar a websérie e só permitir a exibição no portal deles. Mas isso ainda é prematuro e não posso falar muito sobre. Tivemos alguns contatos também para adaptar para a tv aberta/fechada mas ainda não fechamos com ninguém. Ainda estamos conversando e analisando as propostas. Enquanto isso estamos rodando!

PM!: Existem outros projetos em andamento além da websérie?

Fábio Farzat: Temos sim dois outros projetos na gaveta, mas sobre eles eu não posso falar. Até porque a prioridade é a websérie. Precisamos fechar os episódios o quanto antes. Queremos voltar com força total e presentear os fãs com uma websérie de qualidade, 100% produzida por Brasileiros e que bata de frente com nosso paradigma de favelas/corrupção/miséria. Estamos trabalhando em parceiras/apoio para ter o orçamento fechado de modo a terminar a temporada.

PM!: Existe algum tipo de apoio ou vocês contam apenas com a divulgação dos fãs pela internet? Como as pessoas podem ajudar a levar este projeto a frente?

Fábio Farzat: Por hora contamos apenas com a divulgação dos fãs mesmo, feita no viral. Como no início a idéia era testar um produto não focamos em divulgação e afins. Esses números que obtivemos foram muito bons, mas podem melhorar. A melhor forma de ajudar o projeto é mesmo divulgar o trabalho, cadastrar-se no site e acompanhar os informativos que temos liberado. Quando batermos certo número de “webespectadores” teremos maiores chances de fechar melhores apoios e por aí vai. Hoje contamos com o site como canal de divulgação, o VideoLog e mais de 350 blogs e sites de referência. Estimamos com todos os meios que chegamos a 300 mil espectadores, mas precisamos concentrar isso num só meio para usar esse mesmo público a nosso favor.

Acesse, divulgue e compartilhe:

Conforme eu comentei no início do post, você pode ajudar e fazer a sua parte. Alguns links importantes para você contribuir e também conhecer (caso ainda não conheça) 2012 – Onda Zero.

Novidades

Boas novidades estão para surgir, Fabio já me adiantou algumas coisas mas, por enquanto, ainda não posso falar. Aguardem e confiem.

11 comentários sobre “Entrevista com Fabio Farzat, produtor da Websérie 2012 – Onda Zero

  1. Adorei essa Web Série,muito bem feita.
    É legal ver que pessoas como o Fábio Fazart,
    buscam elementos novos a nos proporcionar
    como entretenimento,e está área de ficção
    científica é pouco (pouco mesmo) trabalhada
    no cinema e na televisão brasileira.
    Espero que ele não vá se render aos caprichos
    de grandes distribuidores e siga com o projeto
    original,que está ótimo.
    Parabéns!

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  2. Gente, com todo o respeito a vocês; o produtor dessa série vive noutro planeta. O que mais tem no RJ e em São Paulo é produtora de trilha sonora (só aqui em SP tem mais de 40) que produzem trilha incidental de qualidade pra tudo que é comercial e filme que se vê (inclusive exportando pros EUA e Japão). O mesmo pra fotografia que não tem nada de internacional, é de cinema e qualquer comercial e filme brasileiro tem. O comentário mais engraçado é da selva de pedra americana. Porque o cara quer um cenário americano pra algo passado no Brasil? Se fosse gravado em Paris ia atrás de arranha céu? Vai gravar no Catete, etc. O RJ é lindo! Com bom enquadramento qualquer esquina vira NY. Duvida? Olha o Ensaio sobre a Cegueira do Fernando Meirelles feito em SP e aprendam, dá pra fazer igualzinho no RJ, aposto…. Quanto complexo! Mas o seriado tá bom. Tem diálogos meio engessados mas tá bacana. Sorte pra vocês. PS: so pra constar dos 32 filmes produzidos no Brasil ano passado só 4 falavam de miseria e favela. Só pra constar…

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    1. Oi Helena,

      pois é, fato que vivemos em outro planeta aqui no projeto. Vencer os desafios de produzir algo aqui no RJ com o roteiro e fotografia que queremos está complicado. Se é tão simples e acessível, por favor, me passe os contatos! Tenho realmente procurado alternativas e tenho muito interesse em fechar alguns negócios!

      Coloque pra gente aí um ou dois trabalhos seus para que possamos ver. Talvez você tenha toda razão e a nossa equipe ser bem ruinzinha. Mas temos o trabalho exposto aí, a maioria das críticas foi positiva. Nas exibições privadas que fizemos as sequencias já finalizadas fizeram sucesso, estamos bem confiantes.

      Quanto a precisar de cenário apropriado, esse desafio é comum a qualquer produção. Questionar esse tipo de requisito (se é cara americana ou brasileira) não cabe mim como produtor, para escrever como escreveu achei que você conhecia algo do meio de produção … Enfim, querendo por favor entre em contato : fabio.farzat@2012ondazero.com.br . Ficarei contente de poder conversar e ouvir suas sugestões, sempre podemos aprender mais um pouco!

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