Por algum motivo que não sei qual… demorei a trazer este filme ao Porra Man, apesar de gostar muito das duas versões. Quando perguntei no twitter alguma sugetão de filme para postar, o @klaus_hasten sugeriu Madrugada dos Mortos! Por isso mesmo resolvi dedicar um tempinho especial ao Dawn of the dead original de 1978 e a adaptação de 2004.
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Em 1978, o mestre George Romero, trouxe as telas o filme Despertar dos Mortos onde temos os já conhecidos zumbis tomando conta da terra. Desta vez, um grupo de quatro pessoas sendo dois jornalistas e dois integrantes da tropa de choque da polícia em fuga; após a cidade estar praticamente tomada pelos mortos-vivos, as redes de televisão tentam fazer transmissões de emergência e debates a respeito do que são de fato aquelas criaturas, antes nossos familiares e amigos e agora apenas comedores de carne humana, a polícia tenta manter a ordem enquanto pequenos grupos de fazendeiros de locais mais isolados fazem suas caçadas em grupo, comemorando e se divertindo mo se fosse um churrasco no fim de semana. Neste cenário temos os dois jornalistas que partem em um helicóptero em busca de um local seguro e levando consigo os dois policiais. Após ficarem quase sem combustível, o único local possível para o pouso é o heliponto de um Shopping Center.
Já na adaptação de 2004, Madrugada dos Mortos, temos um início dinâmico e sem grandes explicações. Enquanto algo estranho acontece lá fora, uma enfermeira aproveita com seu marido algumas horas antes de voltar ao trabalho e no início da manhã tem sua casa invadida por uma criança que ataca mortalmente sue esposo. Após morrer e alguns segudos depois voltar a vida para atacá-la ferozmente, ela consegue fugir da casa e transtornada, percebe o caos que está a sua volta com o mundo tomado por criaturas que atacam as pessoas aparentemente para devorá-las. A enfermeira se junta a um policial, um homem com a esposa grávida e um outro que perdeu toda a família. Eles se refugiam em um Shopping Center onde recebem a companhia de 3 seguranças e mais alguns refugiados.
As duas versões são diferentes, desde os personagens, o foco, os zumbis e até mesmo as motivações de sobrevivência. Por isso mesmo eu encaro que a versão de 2004 é uma adaptação e não um remake do clássico de 1978, onde os únicos pontos em comum são o Shopping e os Zumbis.
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No primeiro filme podemos perceber claramente a crítica ao modelo de vida americanco, os hábitos consumistas até mesmo na forma que os zumbis circulavam nos Shoppings, aéreos, com olhar sem vida, apenas sendo levados por seus instintos – da mesma forma como faziam quando ainda eram vivos. Não é a toa que instintivamente foram caminhando até o Shopping, lugar onde se sentiam em casa, resquícios de boas lembranças. Por falar nos mortos-vivos, eles são bem diferentes do que estamos acostumados a ver hoje em dia nos filmes de Hollywood. Lentos, desajeitados, sem forças, eles são praticamente como pessoas normais – na aparência – e uma das únicas características visíveis no corpo é a pele azulada. Sem grandes maquiagens, efeitos visuais ou grafismos, eles ainda assim são amedrontadores e não dão desconto aos nossos protagonistas. Vale ressaltar que o protagonista deste filme é um ator negro, algo muito raro na época e George Romero fez isso pela segunda vez (basta lembrar que em A Noite dos Mortos Vivos, o protagonista também era um ator negro).
Madrugada dos Mortos – 2004 – tem um rítimo frenético e isso fica claro desde o primeiro ataque. Tudo é rápido, sem tempo ou pausa para explicações, fugir para sobreviver. Esse é o lema. Nesta adaptação não temos grandes reflexões sobre o way of life americano e os momentos dentro do shopping center se concentra muito nos personagens, mostrando que nem mesmo os recém nascidos estão a salvo de virarem zumbis. Não posso esquecer de citar um grande trunfo do filme que é o Andy: homem que está preso em uma loja de armas na vizinhança e inicia uma tocante amizade – a distância – com o policial preso no Shopping. Algumas cenas valem ser mecionadas também: A fuga no ônibus com milhares de zumbis ao redor, brincadeira de tiro ao alvo, despedida dos que foram mordidos e esperam sua sentença de morte e claro, as cenas após os créditos. Quanto aos zumbis, eles são rápidos e na grande parte das vezes tem o corpo mutilado mostrando um trabalho de maquiagem maravilhoso. Acho válido essa montagem porque normalmente quando as pessoas são atacadas por mortos-vivos, são mordidas por alguns deles e é de se esperar que quando se tornem zumbis elas já estejam bastante machucadas.
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Dawn of the dead de 1978 é um filme muito bom e a adaptação de 2004 também é ótima. Foi uma grande surpresa nesses tempos onde fazer remake parece ser o destino trágico dos grandes estúdios. Gostaria de deixar aqui pra vocês os extras do filme de 2004. É uma pena que está em inglês sem legenda mas vale muito a pena!
-> Parte 1;
-> Parte 2;
-> Parte 3.
Estão entre os meus filmes favoritos e não digo isso apenas em relação ao gênero zumbi.
O melhor de tudo é que na adaptação (concordo com o que você disse) de 2004 tem umas cenas após os créditos que são cruciais para o desfecho da história e no cinema que estava só eu, um amigo e mais umas 4 ou 5 pessoas viram o “verdadeiro” final hehehe.
Excelente post como sempre Dani.
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eu tenho curiosidade de ver a primeira versão mais não coragem!!
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Ótimo post. Acho a versão 2004 excelente. A de 78 eu já vi, mas eu era um mero adolescente e não me recordo completamente. Vou conferir.
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Eu só assisti a versão de 2004, é um filme muito bom, mas não gosto de ZUMBIS rápidos ou espertos, aparência estava ótima.
Qualquer hora tento ver o filme de 78, mas dificilmente da certo essas coisas de ver o novo antes do velho, mas se diz que existe tanta diferença de roteiro, deve valer a pena.
#Protocolo BlueHand preparado para ser ativado.
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Porra!!! Adorei Madrugada dos mortos, assisti no cinema com minha irmã, levei uns sustos mas curti a história do filme, sabe? Achei bem feito, é com a atriz que fez Minha vida sem mim (Sarah Polley), que também é ótima! =)
Adorei vc ter feito a comparação entre ele e o primeiro, porque eu me lembro que na época em que ele foi lançado, saiu uma notinha na revista Veja/Época/qualquer outra do gênero falando exatamente sobre a questão dos hábitos de consumo que eram abordados no primeiro filme (que eu também não tive coragem de ver ainda…)!
Bjos!
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