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Laura tem a oportunidade de realizar seu grande sonho: voltar ao orfanato para crianças com necessidades especiais onde cresceu e reabri-lo! Ela se muda para o antigo orfanato e está a um passo de alcançar seu objetivo e conta com um marido parceiro, que compartilha de seus ideais e também o filho adotivo Simón; uma criança que tem uma grave doença. Tudo caminha bem até que Simón desaparece e a família luta para tentar encontra-lo, em meio a estranhas aparições, vozes dentro de casa, vultos e recordações dolorosas.
A princípio a trama de O Orfanato não me chamou a atenção mas o nome de Guilhermo Del Toro como produtor me fez dar um voto de confiança ao filme, afinal, eu adorei O Labirinto do Fauno e A Espinha do Diabo dirigidos por ele. Em O Orfanato, somos apresentados a uma mulher forte e determinada: Laura. Ela comprou o antigo orfanato onde passou sua infância e decide reabri-lo para abrigar crianças doentes e que precisam de atenção especial. Junto a ela temos o marido e o filho Simón que é um menino adorável. Um menino que está sempre de um lado para o outro, fazendo perguntas aos pais, explorando o novo ambiente, carinhoso e teimoso como qualquer outra criança, se não fosse o fato de ser portador do vírus HIV (que ele não sabe) mas os pais travam uma luta grande para mantê-lo saudável e sem que ele se dê conta de sua condição.
Para não dar grandes spoilers, quero ressaltar o momento da festa de inauguração do orfanato. Além de ser um divisor de águas para o filme, mostra cenas muito bem construidas onde a atmosfera é sufocante, a tensão é crescente e o encerramento nos faz ficar com o coração na mão. O sofrimento genuíno de Laura, nos faz entrar nesse drama de uma forma muito presente. Sua culpa pelo desaparecimento de Simón – onde ela dava atenção as outras crianças e a festa – enquanto ele queria compartilhar as brincadeiras com seu amigo imaginário – faz tudo muito mais difícil para ela. Sem contar o fato de que o filho toma remédios regularmente para manter seu problema de saúde sob controle e cada dia que Simón está desaparecido, fica mais vulnerável aos efeitos colaterais do vírus HIV.
A atmosfera de terror se instaura já na segunda parte do filme quando Laura é levada a acreditar que o desaparecimento o filho pode estar ligado a situações envolvendo fenômenos que ela não pode explicar. Apesar do marido dela achar que isso é um reflexo do tempo e desgaste em busca do menino, Laura vai até o fim para descobrir se a casa é assombrada mesmo e se isso está diretamente relacionado ao desaparecimento de Simón.
Estou tentando não dar grandes revelações mas acredito que ao subir os créditos, O Orfanato elevou o terror a um patamar diferenciado. Trabalhando toda a primeira parte na construção das personagens, traçando os arcos dramáticos e as motivações daquela família, o filme consegue (principalmente por mérito da excelente atriz Belén Rueda) atingir o coração do público com o sofrimentoo daquela mulher, o medo constante de que Simón não seja encontrado e a tensão crescente envolvendo os fenômenos paranormais assim como o questionamento se aquilo é real ou fruto do descontrole de Laura. O seu desfecho balança a gente… de uma forma boa ou ruim, impossível passar indiferente pelo Orfanato.
O Orfanato – El Orfanato (Espanha / 2007)
Terror, suspense, drama.
Direção de Juan Antonio Bayona, roteiro de Sérgio G. Sánchez, produzido por Guilhermo Del Toro. Atuações de Belén Rueda, Fernando Cayo, Roger Príncep, Mabel Rivera
O filme é muito bom e o final é surpreendente. Vários elementos desse filme são muito parecidos com o do jogo RULE OF ROSE para PS2.
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Eu adorei, não faz parte da ‘mesmisse’. Muito bom!
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