Existem aqueles filmes que são meros passatempos, feito para nos entreter durante alguns minutos e mais adiante nem lembrarmos de sua existência, mas existem aqueles filmes arrebatadores, e este é o caso da produção ‘franco-canadense’ “Incêndios (Incendies)”. Ainda preciso assistir o dinamarquês “Em um Mundo Melhor” para saber como esta obra de Denis Villeneuve, que adapta uma peça teatral homônima de Wajdi Mouawadc, não levou a estatueta ao prêmio que foi indicado de melhor filme estrangeiro no Oscar de 2011.
A trama segue a história de dois irmãos Jeanne (Mélissa Désourmeaux-Poulin) e Simon Marwan (Maxim Gaudette) que diante da leitura do testamento de sua mãe que acabara de falecer descobrem notícias impactantes. Ficam então com eles duas tarefas: descobrir o paradeiro do pai deles e de um irmão, que ambos sequer sabiam da existência, e lhes entregar duas cartas (uma para cada). Este ‘último desejo’ de sua mãe é como um verdadeiro soco no estômago para eles. Enquanto Simon fica um pouco relutante, Jeanne parte na jornada rumo ao oriente médio para desvendar os tais mistérios do passado e encontrar seu pai e seu irmão desconhecidos.
A história segue então em alternância cronológica com cenas do passado da mãe dos garotos e tudo o que ela fez e também com cenas do presente que começam com Jeanne indo atrás das respostas. Trata-se de um filme denso e trágico, daqueles que deixam o mistério em alta a todo instante. As pistas nos são entregues aos poucos o que faz com que o espectador, que pode até no início se sentir um pouco confuso, vá se ambientando e desvendando os mistérios com o passar do tempo.
Se na direção e roteiro o filme caminha muito bem, o elenco também não fica atrás e nos entrega atuações maravilhosas, capazes de nos emocionar e realmente prender a nossa atenção, de nos fazer “brincar” junto com os personagens no jogo de detetive que a trama nos propõe.
Para a crítica especializada ficou como ponto negativo o fato de, no final, o filme entregar tudo bem mastigado para o espectador, ao invés de simplesmente deixar “no ar”, insinuado, para que quem o assistir, por si só, desvende todo o mistério. Não deixa de ser uma verdade, mas acho que é muito pouco para avaliar como ‘ponto negativo’.
Trazendo inúmeros acertos e nos prendendo numa trama densa e com um final devastadoramente impactante, “Incêndios” é daquelas produções que ficarão guardadas em minhas lembranças, um filme inesquecível e uma experiência que todos que gostam do bom cinema deveriam aproveitar. Sei que foi lançado lá fora ano passado mas o que conta para mim é o ano em que ele foi exibido aqui nas nossas salas, portanto, para mim pelo menos, é até aqui um dos melhores filmes do ano.
Incêndios (Incendies, 2010/2011, 135 min)
DramaUm filme de Denis Villeneuve adaptando peça de Wajdi Mouawadc om Lubna Azabal, Mélissa Désormeaux-Pouline Maxim Gaudette.
Concordo. Como já tinha comentado aqui, o cara sai zonzo do cinema. Para mim o melhor filme do ano disparado. Pensei a mesma coisa, fui atrás de “Em um Mundo Melhor” p/ ver como “Incêndios” pôde perder o Oscar. Tb se trata de um ótimo filme, mas não chega aos pés de “Incêndios”.
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Pois é Fred, lembro bem do seu comentário no post de “Biutiful” que eu gostei muito também. Mas Incêndios é muito melhor que ele, e agora vou correr atrás de “Em Mundo Melhor” para comparar.
Mas pelo que você falou já tô vendo que a estatueta não foi merecida.
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