Muito antes de ganhar o mundo dirigindo e produzindo a trilogia do “Senhor dos Anéis” nos cinemas, lá pelos idos de 1992, Peter Jackson entregou para o mundo aquele que é considerado o filme mais sanguinolento já criado, “Fome Animal (Brainded ou Dead or Alive)” que é tido ainda como um dos maiores clássicos do terror trash de todos os tempos.

Nada menos que 1000 LITROS DE SANGUE DE PORCO foram utilizados, METADE dele só em uma cena em que o personagem principal sai matando todos os zumbis – mais um filme do gênero pra coleção – com um cortador de gramas (isso mesmo). Zumbis, sangue, MUITO sangue e várias cenas nojentíssimas fazem de “Fome Animal” um filme terrivelmente grotesco, mas muito divertido.
O Filme
A trama segue a história do jovem Lionel (Timothy Balme, amigo pessoal de Peter Jackson), filho de uma mãe (Elizabeth Moody) exageradamente controladora (acho que opressora cairia melhor), que um dia marca um encontro com uma moça chamada Paquita Sanchez (Diana Peñalver) no zoológico.

A mãe de Lionel não aceita o fato do filho estar de paquera com tal moça (na verdade com nenhuma moça) e acaba o seguindo em seu encontro. Lá ela é mordida pelo MACACO-RATO DA SUMATRA – essa foi foda, aliás, o filme começa justamente com um caçador capturando o animal na ilha da caveira, nome tirado de um dos filmes favoritos do diretor, King Kong de 1933 – e, depois de ser mordida, ela acaba ficando doente e morre. Quer dizer, morre para depois voltar como um zumbi faminto por seres humanos.
A cena do macaco-rato foi feita em um “stop-motion” tão ‘real’ quanto ao do filme King Kong de 1933. É óbvio que esta e outras cenas comparadas com o que encontramos hoje em dia nos cinemas podem ser consideradas horríveis, mas poxa, isso é o que menos importa e na verdade melhora ainda mais a diversão e dá um “sabor especial” ao tom trash da produção.
Cenas inesquecíveis
O filme possui várias cenas inesquecíveis, tem o padre ninja, tem a cena do jantar em que a mãe de Lionel já debilitada pela mordida acaba expelindo sangue e gosma na sobremesa do convidado, cai até orelha. Ela se “despedaçando” também é ótimo. Indico a todos que (re)assistam enquanto estiverem comendo.

Fora isso ainda temos casal zumbi transando (isso mesmo) e zumbis de tudo quanto é jeito, sem cabeça, sem membros, com anão de jardim no lugar da cabeça, tripas zumbis, zumbi-lâmpada e por aí vai.
Agora, minhas duas cenas favoritas são, obviamente a do cortador de grama que, como expliquei, se utilizou de algo em torno de 500 LITROS de sangue para ser feita e, a principal, a do bebê zumbi no parque, aliás, essa também é a cena favorita do diretor. Aí você me pergunta como nasceu o bebê zumbi… lembra que eu disse que tem um casal zumbi que vive transando? Pois bem.

O bebezinho parece uma versão em miniatura de Sloth do clássico oitentista “Goonies” e apronta altas confusões do barulho, sempre acompanhado de uma risadinha escrota. E quando Lionel tem a brilhante ideia de levar o bebê zumbi pra passear é tão sensacional que é impossível não soltar altas gargalhadas, principalmente com ele já nervoso espancando o bebê aos olhares atônitos das pessoas ao redor. E a cereja no bolo é quando ele retruca: “Ele é hiperativo!”.
Assista as cenas no youtube:
Curiosidades
Depois dos 1000 litros de sangue usados ninguém resolveu calcular as outras produções posteriores, mas é mesmo considerado o filme mais sanguinolento por muitos.
- A tal cena do bebê no parque só foi feita porque sobrou dinheiro quando tinham terminado de filmar tudo.
- Toda a filmagem foi feita sem cortes.
- Em alguns países foram cortados 18 minutos do filme.
- Sacos de vômito eram entregues na Suécia para quem alugasse o filme e também em alguns cinemas.
- O sangue jorrou a 5 galões por segundo na cena do cortador de grama
- Peter Jackson faz uma ponta no filme como assistente da funerária.
- Peter Jackson “retornou à Ilha da Caveira” quando refilmou King Kong em 2005.
Ontem e Hoje
Timothy Balme
Amigo pessoal de Peter Jackson até os dias atuais, ele interpretou o personagem principal Lionel Cosgrove. Depois do filme sua carreira ficou basicamente na Tv.
Diana Peñalver
Interpretou o interesse romântico de Lionel, Paquita Sanchez. Chegou a fazer alguns poucos filmes e trabalhou na tv, sua última aparição com registro foi em 2008.
Elizabeth Moody
Fez a mãe de Lionel, Vera Cosgrove. Faleceu no ano passado e teve alguns poucos trabalhos no cinema mas seu maior destaque foi uma pequena participação no senhor dos anéis na versão extendida como uma hobbit.
Ian Watkin
O Tio de Lionel só queria a herança mas acabou numa matança daquelas. Teve um carreira nos cinemas e seu último filme foi em 2006, “A Menina e o Porquinho“.
Esse Era Bala!
Mesmo quase 20 anos depois de lançado, e com todo o abismo tecnológico que o separa das produções atuais, “Fome Animal” é um dos maiores ícones do trash no cinema, uma produção extremamente divertida e curiosa, um marco do início da década de 90 numa época em que o gênero estava agonizando por renovação.
Confesso que me lembro pouco ou quase nada desse filme. O passado de Peter Jackson é vergonha alheia total ahahah
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Vi esse filme pela primeira vez no “Noitão” que os Belas Artes aqui em São Paulo promovia. Ri tanto que comprei o DVD. Filmaço e muito thrash. Verdadeira proeza do diretor ter feito e minha cena favorita é também a do bebê-zumbi no parque. Filme recomendadíssimo para quem curte humor negro.
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Essa cena é hilária demais, passei mal de tanto rir revendo ela
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eu assisti esse filme quando eu era pequeno e revi esse ano..peter Jackson é o cara..muito louco esse filme…quando revi não me aguentei de tanto rir!!
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Sem dúvidas, esse é hilário apesar de ser bem “tosco” hahahah
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Que coisa, nunca assisti!
Fiquei curioso, hahahahha
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Também nunca assisti. Acabei de ver a cena do cortador de grama e os 500 litros de sangue … tosco demais! Hahaha. Vou pegar esse trash para assistir!
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