Contra o Tempo (Source Code)

Ainda era criança quando o chip de paixão por ficções científicas foi ativado em mim e, desde então, dificilmente perco alguma produção do gênero. Foi desta forma que cheguei até “Lunar”, um filme excelente que marcou a estreia (em longas metragens) de Duncan Jones (filho do grande David Bowie). Em “Contra o Tempo (Source Code)” ele segue mostrando que é um diretor bem seguro e que parece ter um futuro promissor a sua frente, ainda que, este seu segundo trabalho fique devendo um pouco em relação ao seu filme antecessor.

Na trama o capitão Colter Stevens (Jake Gyllenhaal, “Amor e Outras Drogas”) desperta de repente num trem sentado à frente de uma linda mulher (Michelle Monaghan, “O Melhor Amigo da Noiva”) que parece o conhecer. Logo ele percebe que está em um corpo que não é o seu. No meio de tanta confusão o trem explode e ele desperta dessa vez em uma capsula, onde ele descobre que faz parte de uma missão chamada “Código Fonte” (o título original do filme) que permite que ele reviva os últimos 8 minutos da vida de uma outra pessoa.

O filme começa frenético e muito interessante, todas as dúvidas são respondidas aos poucos (dando lugar a mais outras), deixando o espectador fissurado na história. Os 8 minutos no trem são revividos diversas vezes e, por incrível que pareça, não fica chato e repetitivo. O personagem interpretado por Jake Gyllenhaal precisa descobrir quem foi o terrorista que explodiu o trem e, junto com ele, todos nós embarcamos nesse jogo de detetive.

Duncan Jones soube (mais uma vez) escolher e trabalhar muito bem com seu elenco, fazer bom uso dos efeitos especiais e também manter o clima de “urgência” na trama. Além do seu talento, ele contou ainda com um roteiro que começa até interessante escrito por Ben Ripley, mas o grande problema fica mesmo com o final da história. E é justamente quando parece que tudo vai se encerrar em uma cena belíssima e emocionante – já estava pronto para sair eufórico da sala – a trama se estende um pouco e toma proporções muito fantasiosas, e olhe que estamos falando de uma produção de ficção científica.

Não é que esteja exigindo um realismo exacerbado em uma produção do gênero, mas fica complicado aceitar a saída que o filme nos oferece, por mais que tenham pistas em formas de imagens que aparecem a todo instante é simplesmente fora de contexto com tudo o que foi apresentado. Não deixa de ser um bom filme, na verdade faltou pouco, faltou a coragem de terminar com a cena ‘congelada’ ao invés de se estender até um encerramento “fofura” mas, de qualquer forma, vale sim sua ida ao cinema.


Contra o Tempo (Source Code, 2011 – 93 min)
Ficção científica

Dirigido por Duncan Jones com roteiro de Ben Ripley. Estrelando: Jake Gyllenhaal, Michelle Monaghan, Vera Farmiga, Jeffrey Wright, Brent Skagford e Cas Anvar.

11 comentários sobre “Contra o Tempo (Source Code)

  1. A 3ª parte é mais fraca, mas o resto do filme é muito bom. E o final é foda mesmo. Se acabasse naquela cena da “camera lenta” eu acharia sensacional. Mas o “final feliz” é meio bizarro.

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    1. E me conte ai como ele conseguiu o telefone de uma militar num projeto secreto para enviar a mensagem? Se bem que nesse momento, nessa cena, já tá tudo “a moda caralha” que se apegar nesse detalhe é irrelevante.

      Mas o problema maior é o que você falou, o final feliz podia ser nesta cena mesmo “congelada” ou em câmera lenta como você disse e pronto.

      Seria FODA.

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  2. Eu gostei bastante do final…
    Quando ele conseguiu evitar a explosão do trem, a simulação continuou a existir criando uma realidade alternativa. Achei bem foda essa ideia de um universo dentro do outro.
    Ah, e eu li uma notícia que iriam adaptar a história desse filme pra uma série de TV. Não sei se vai envolver arcos de história maiores ou ficar naquele esquema de “caso da semana”, mas tô com boas expectativas =D

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    1. GustCM, se estivéssemos em uma história de viagens no tempo eu até aceitaria universos paralelos, mas não é bem isso que acontece no filme. A tal experiência, da forma como foi descrita, não permitiria ele fazer aquilo que fez.

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  3. eu gostei também..lembra muito premonição…só que premonição não fica voltando várias Vezes..mais é interessante..vale a pena dá uma conferidinha!!

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  4. Sim, de fato não supera Lunar, mas demonstra que Duncan Jones sabe a que veio e não foi sorte de principiante.

    SPOILER ON

    Quanto ao final, bom, o filme dá pistas de que poderia se encaminhar para isso desde que ele salta do trem com Michelle Monaghan, não acho totalmente fora de contexto. É difícil discutir o que seria ou não possível na realidade apresentada pelo filme, pois é algo fictício por si só. Uma mente de uma pessoa morta que fica remotamente acessando a memória de alguém que nunca conheceu em um lugar que nunca esteve. Enfim, se isso é possível, por que não a partir daí ser criada uma realidade alternativa? Não necessariamente no mundo em que vivemos, mas no pensamento, em outro tipo de espaço. Principalmente, porque ele acumula as experiências.

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    1. SPOILERS
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      Sim Amanda, ele dá algumas pistas, mesmo assim, não dá para “aceitar” por mais que seja um filme fictício. Ele se ancora em algumas explicações que, quando chega àquele desfecho, ele acaba por jogar “tudo pro alto”. O cara foi desligado e ele simplesmente entra em outra realidade? Como assim? Nem vou entrar no mérito de como ele conseguiu o número do telefone e mandar uma mensagem pra uma militar num projeto ultra-secreto.
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      SPOILERS

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