O Dia em Que a Terra Parou (The Day the Earth Stood Still, 1951 – 92 min)
Drama, Ficção Científica, Suspense.
Dirigido por Robert Wise, roteiro de Edmund H. North, baseado em conto de Harry Bates. Elenco: Michael Rennie, Patricia Neal, Billy Gray, Hugh Marlowe, Sam Jaffe, Frances Bavier.
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“Essa noite eu tive um sonho de sonhador maluco que sou, acordei…” em 1951, n’O Dia em Que a Terra Parou, filme que ganhou um Globo de Ouro Honorífico em 1952, como melhor filme a promover o entendimento internacional. Isso se justifica, provavelmente, pela temática bastante introspectiva deste que é um dos maiores clássicos da ficção científica de todos os tempos e que não passava de uma vaga lembrança no fundo da minha memória, erroneamente associada à música do Raul que sequer faz referência ao filme.
A trama mostra uma invasão alienígena, tema relativamente comum em filmes de ficção científica, se não fosse pela abordagem específica no invasor ao invés dos terráqueos. O alienígena – bem humano, na verdade – Klaatu, veio passar uma importante mensagem de paz para o povo da Terra, mas vê seu plano falhar devido à inércia dos líderes mundiais que recusam a se reunir para ouvi-lo. Assim, ele foge do hospital onde se recupera de um tiro que levou em sua chegada ao nosso planeta e se mistura aos terráqueos para tentar entende-los melhor e buscar uma forma de cumprir sua missão.
CONTÉM ALGUNS SPOILERS: O que mais chama atenção neste filme é a mensagem que ele deixa através da missão de Klaatu. A preocupação de todos os outros planetas com a possibilidade de que os conflitos da Terra possam atrapalhar a paz do Universo evidencia uma severa, porém bastante pertinente crítica às guerras que se alastram por nosso planeta. FIM DOS SPOILERS: Para isso os diálogos são todos muito bem construídos e proporcionam boas reflexões, corroboram ainda as atuações, nada excepcionais, mas todas muito boas. Os efeitos especiais e visuais – principalmente na nave – são bem surpreendentes para a época e contribuem com a qualidade visual da obra.
Difícil achar pontos negativos neste filme que é, em sua grande, muito bem feito e extremamente interessante. Mas, como eu disse, o filme é, “em sua grande maioria”, muito bem feito, e por isso não posso deixar de citar algo que não sai da minha cabeça: o robô que “escolta” Klaatu e que atende pelo nome de Gort. Simplesmente é o pior robô que eu já vi no cinema. Parece uma mistura bizarra do RoboCop com os Teletubbies. Ele não possui articulação nenhuma e realmente parece – provavelmente é, mas não deveria parecer – ser feito de espuma.
Fome, guerra, poluição…os problemas da humanidade são muitos, e este filme mostra o quanto erramos em alguns aspectos. A possibilidade de que o planeta seja destruído diante do atual quadro de violência é interessante e provoca uma reflexão pontual sobre o rumo que a humanidade vem traçando. Tudo isso faz com que O Dia em Que a Terra Parou seja um filme não apenas excelente, mas muito importante para ser assistido e refletido, se possível por todos os líderes mundiais…robôs à parte, claro.
“Sua escolha é simples: unam-se a nós e vivam em paz, ou prossigam em seu curso atual e enfrentem a obliteração”
– Klaatu
Sei que as pessoas odeiam o Keanu Reaves, mas a versão com ele não é tão ruim assim, é até assistível.
Claro, este clássico ainda é imbátivel, ainda mais se levarmos em conta que em 1951 já foi um chute na caixa dos peitos da humanidade, uma crítica forte e contundente à forma como estávamos naquela época (nada mudou até hoje, pelo contrário, piorou) cuidando mal da Terra.
Bela análise Elvis, sei que sou suspeito hehhee,
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“…em 1951 já foi um chute na caixa dos peitos da humanidade, uma crítica forte e contundente à forma como estávamos naquela época (nada mudou até hoje, pelo contrário, piorou)”…preocupante não?!
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eu gosto da versão com o Reaves..essa é muito tosca parece até filme de comédia kkkkk
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Realmente Thiago, essa versão é um pouco risível em alguns aspectos, principalmente no robô (Gorth) que citei no texto.
A versão do Keanu Reeves eu não assisti, mas quem sabe um dia assisto…não tenho nada contra o cara, não me julguem…heheh
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O que eu gosto dos filmes antigos ( principalmente os sci-fi ) é que as histórias costumam ser bem mais trabalhada. É aquele lance de poucos recursos visuais então se capricha na história. Assim temos um robo-teletubbie ( haha ), mas com uma história tão boa que vale a pena. Ao menos é assim pra mim.
Acho que valeria citar que o filme foi baseado numa obra de Harry Bates chamada “Adeus ao mestre” ( http://en.wikipedia.org/wiki/Farewell_to_the_Master ). Apesar da mensagem ser a mesma, o plot é diferente e no livro é sempre melhor que na tela.
Eu li primeiro o conto e depois assisti ao filme de 51 e acabei gostando dos dois. Achei o filme uma adaptação muito boa do conto. Porém o filme com o Keanu realmente é fraco demais por não focar direito no klaatu e colocar a raça humana como “coitadinha” no final da história.
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ANDRÉ FARZAT, roubou minhas palavras: “o que eu gosto dos filmes antigos ( principalmente os sci-fi ) é que as histórias costumam ser bem mais trabalhada. É aquele lance de poucos recursos visuais então se capricha na história”, sempre falo isso. Não conhecia a relação com este conto de Harry Bates, vou ver se consigo dar uma lida , afinal, de fato: “no livro é sempre melhor que na tela”, até porque no livro a gente pode imaginar o Gorth um pouco menos Teletubbico. heheh
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