007 – Operação Skyfall

Desde que Daniel Craig assumiu o papel de James Bond que os filmes do agente 007 ganharam um tom mais sério e menos fantasioso, mesmo assim, os principais elementos que fazem dele um dos mais icônicos personagens da história do cinema estão sempre presentes. Uma franquia imensa e que comemora com “Skyfall” os seus 50 anos como manda o figurino, em grande estilo e com um grande filme.

Sem tempo para respirar já somos jogados em meio a uma frenética perseguição onde vemos Bond (Daniel Craig, “Millennium – Os Homens Que Não Amavam as Mulheres”) e uma ‘ajudante’ chamada Eve (Naomie Harris) correndo atrás de recuperar um importante hd que contem informações confidenciais e que podem por em risco a vida de diversos agentes infiltrados ao redor do planeta. Numa decisão de M (Judi Dench) as coisas acabam se complicando e muito.

O velho x o novo, quem vence?

Poucos dias antes do lançamento do filme a música tema interpretada por Adele foi disponibilizada e, confesso, acreditei prematuramente que ela não se encaixaria bem, mas estava bastante enganado porque temos aqui uma das mais impressionantes aberturas de toda a franquia. E é importante ressaltar que antes de se pensar na história e no trabalho do elenco a qualidade não só da trilha sonora como de toda parte técnica é bastante elevada em “Skyfall”, e os méritos devem ser creditados em parte à direção segura e, em alguns momentos, ousada e criativa de Sam Mendes.

De Istambul aos arranha-céus tomados por neon em Xangai, dos cassinos repletos de cores, drinks e perigos de Macau até uma isolada e antiga mansão esquecida há muito tempo, “Skyfall” alterna algumas boas sequências de ação com momentos de calmaria e paciência para ligar os pequenos arcos e apresentar seus personagens sem pressa. Quase uma hora se passa até sermos apresentados ao vilão e somos compensados com um lunático e divertidíssimo doente chamado Silva, interpretado muito bem por Javier Bardem (“Biutiful“) loiro e louco.

No quesito femme fatalesSkyfall” também é muito bem servido. Se Marlohe Bérénice carrega consigo uma beleza exótica e avassaladora como a Severine, Naomie Harris não faz por menos e com seu ar enigmático e misterioso (coisa que estava faltando há algum tempo) demonstra uma ótima química em tela ao lado de Daniel Craig, que segue muito bem como o 007 atual.

Esperando a hora do show

Durante toda a minha vida de cinema segui acompanhando James Bond em suas lutas para fugir das mais diversas situações e dos mais insanos e implacáveis vilões e gosto do rumo que a franquia atual vem tomando. Sem dúvidas “007 – Operação Skyfall” é um dos maiores lançamentos de 2012 e vale cada centavo de seu ingresso por ser um ótimo filme mas (sempre tem um mas), confesso a vocês – por sempre gostar de ser muito verdadeiro em minhas rasas análises que posto neste meu querido blog – que, às vezes, sinto falta um pouco das inúmeras ‘engenhocas’ e armas mirabolantes, sinto falta também do tom mais fantasioso, fanfarrão e galhofa que a franquia tinha antes de se tornar tão séria.


007 – Operação Skyfall (Skyfall, 2012 – 146 min)
Ação

Dirigido por Sam Mendes com roteiro de Neal Purvis, Robert Wade e John Logan. Estrelando: Daniel Craig, Javier Bardem, Judi Dench, Bérénice Marlohe, Ralph Fiennes, Ben Whishaw, Naomie Harris, Helen McCrory, Albert Finney e Ola Rapace.

18 comentários sobre “007 – Operação Skyfall

  1. Pra mim está entre os melhores do ano. Existem tantos detalhes legais que gostaria de comentar e não posso pois os spoilers seriam enormes. Digo somente que desde o meio do filme estava vendo para onde ia a personagem de Naomi Harris e fiquei muito feliz em saber o que era no fim das contas. Outros desfechos me agradaram muito e o peso dramático apresentado pelo roteiro de Skyfall não era visto em um filme do Bond desde que sua esposa foi assassinada.

    Pra finalizar: Chamar o filme de Operação Skyfall é uma burrada sem tamanho, que com certeza foi causada pela tradução sair antes que qualquer um soubesse o significado da palavra.

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  2. Daniel Craig caiu como uma luva nessa dinastia! Quanto ao Sam Mendes, pra mim esse cara é fora de série, um dos melhores da atualidade (apesar de eu ser fã incondicional do Tarantino). Com certeza conferirei o mais breve possível.

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  3. Como Márcio bem sabe, cerca de 2 meses antes da estreia de Skyfall me lancei em uma maratona 007 com a ideia de assistir a todos os filmes – oficiais ou não.
    Fazer algo assim foi, definitivamente, uma viagem através do tempo e da cinematografia.
    É impossível não comparar o Bond de Connery, ao mesmo tempo duro e galanteador e o a caricatura oitentista de Roger Moore.
    A tentativa de se fazer um Bond politicamente correto com Dalton – que chega ao cúmulo de não ir para cama com ninguém em um dos filmes – e o Bond “modelo de propaganda de tv” que era Brosnan.
    A evolução das técnicas de filmagem, edição, música, gadgets, câmeras, malabarismos, tecnologia, etc. através dos 50 anos de Bond deveriam, por si só, ser material suficiente para várias teses.

    Skyfall é ao mesmo tempo um presente e um reboot da franquia.

    Quando apresentam um “Q” jovem que diz que pode fazer um estrago muito pior que Bond, de pijamas em casa, ele não está brincando. Apesar de também sentir saudades, o novo 007 não precisa mais dos seus brinquedos. Não há nada que Q possa oferecer que meu celular não faça. Inclusive ser usado como arma! Basta procurar no ebay e encontrar um teaser que pode ser acoplado ao iPhone, por exemplo.

    O novo Bond não tem mais Estados como inimigo, tem multibilionários entediados com ideias megalomaníacas.

    Não há dúvidas de que Bond é produto de uma época. E o culpado dele estar assim, somos nós.

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    1. Em meio a tantos comentários que recebo por dia, poucos são assim como o seu, parabéns. Acredito que escreveu até melhor do que minha resenha (e obrigado pelo elogio).

      Excelente comentário, e você que é fã e que acompanhou os 23 filmes (24 agora né?) tem muito mais embasamento que eu que devo ter assistido uns 11 ou 12 apenas.

      E é como você disse, sinal mesmo dos tempos, estamos numa realidade muito simplista atualmente e Sam Mendes só fez seguí-la. Muito bem colocado (lá ele).

      Abração

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  4. Daniel Craig é o melhor James Bond da atualidade,só começei a assistir 007 por causa dele,pois nem gostava muito dos filmes,e espero que esse filme seja tão bom quanto aquele Cassino Royale 🙂

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  5. Essa fase que você citou é mais de a de Roger Moore, mas sei lá, acho que chegou num nível exagerado demais. Esse filme agora achou o tom certo entre o “exagero” e a “seriedade”. O Cassino Royale é bem mais “sério”.

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  6. Assisti ontem. Concordo que Cassino Royale é melhor, mas o filme é muito fodão! Tenho certeza que o Bardem vai ganhar algum oscar pela atuação dele. O cara estava simplesmente sensacional!

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