A indicação a 11 Oscars é uma das provas mais contundentes da qualidade encontrada em “As Aventuras de Pi (Life of Pi)”, adaptação do livro originalmente escrito por Yann Martel. Não cheguei a ler a obra original, mas de tanto pesquisar soube que sempre foi tido como algo difícil de ser traduzido para a linguagem do cinema e, de fato, o projeto rodou em diversas mãos – o primeiro escolhido tinha sido M. Night Shyamalan – até ficar a cargo de Ang Lee que conseguiu fazer um grande filme, cheio de belas cenas e lições sobre fé e perseverança.
Na trama somos apresentados a Pi já adulto (Irrfan Khan, “O Espetacular Homem Aranha”) quando um escritor (Rafe Spall) o procura a respeito de uma grande história que ele tinha para contar. A promessa que tinham lhe feito é que, ao ouvir esta fantástica história ele iria acreditar em Deus.
Não sou muito afeito a filmes narrados, sejam aquelas narrações em off ou como aqui quando um personagem começa a dissertar sobre os acontecimentos, mas acredito que não haveria forma melhor para apresentar a incrível jornada de um jovem indiano (Suraj Sharma) que estava de mudança da Índia para o Canadá junto com o zoológico de seu pai e, depois de uma tempestade derrubar o navio, fica à deriva no oceano pacífico na companhia de alguns animais, em especial o tigre de bengala Richard Parker.
Conforme o trailer já deixava transparecer, o melhor do filme está centrado na parte técnica e nos efeitos visuais, durante o tempo “à deriva” seguimos uma sucessão de cenas fantásticas e de pura magia e beleza (aquele céu espelhado no oceano é lindo demais). Isso sem contar na ‘realidade’ que é Richard Parker, o tigre, seus movimentos, sua ação em tela. Um trabalho realmente primoroso e que merece todos os elogios (e prêmios e indicações) que vem recebendo.
Em meio a tanta aventura, descobertas e lições de vida, Ang Lee encontrou espaço para encaixar um pouco de humor. Os que envolvem as confusões e o “pula-pula” religioso de Pi são hilários – de fato, a história de Jesus, não faz o menor sentido se analisada friamente – e estes pequenos escapes para gente rir são muito bem vindos e necessários numa jornada tão “espirituosa” e edificante como esta, é tanto que quando o filme acaba nem sentimos o enjoo de ter ficado tanto tempo à deriva no oceano.
São inegáveis as qualidades técnicas, a atuação do jovem Suraj Sharma e de fato trata-se de uma história muito bonita, cheio de simbolismos e metáforas interessantes, entretanto, faltou ao filme um final menos verbal e mais arrebatador e emocionante.
Mais do que uma história para fazer qualquer um acreditar em Deus, “As Aventuras de Pi” é uma história sobre fé que mostra que sentimentos como medo, companheirismo e principalmente respeito, são as coisas mais importantes que você pode ter na vida. É como aquele velho lema: acima de tudo, nunca perca as esperanças.
As Aventuras de Pi (Life of Pi, 2012 – 127 min)
Aventura, DramaDirigido por Ang Lee com roteiro de David Magee adaptando livro de Yann Martel. Estrelando: Suraj Sharma, Irrfan Khan, Tabu, Adil Hussain, Gerard Depardieu e Rafe Spall.
Quero muito ver o filme, mas pelo visto não será no cinema (ele veio pra minha cidade e ficou pouquíssimo tempo!). Mas realmente parece ser ótimo!
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Realmente é um bom exemplo de fé e esperança. Fora que as imagens são belíssimas.
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Gostei muito do filme. acho que merecia 5 controles, foi sem duvidas um dos melhores que assisti ano passado.
pode não ter tido um final visualmente bonito, mas aquelas ultimas palavras fazem você analisar, pensar e repensar o filme sobre um prisma completamente diferente.
Eu acredito que um ponto importante do filme é que ele discorre sobre o poder da fé e não Deus, afinal de contas o protagonista é um indiano cristão que dá aulas de teologia islâmica (acho que é isso)
eu particularmente gostei muito do que o pi fiz no final “o mesmo pode ser dito sobre Deus” Fé é Fé, independente de religião.
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Os ‘ensinamentos’ da história do filme são sim espetacular e, talvez, até merecesse um controle a mais quem sabe. Esse sistema de classificação é sempre complicado, mas acredito que 4 controles não o desmerece também.
Grande abraço
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parece interessante,filmes que abordam a fé sempre surpreendem, depois procuro pra ver.e Marcio,vc já viu o impossível? se não veja imediatamente,é a sua cara,filme pra se emocionar muito,passei vergonha assistindo esse filme,chorei pra baralho.se vc quiser ver leve um lenço,vai precisar hahaha……….
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Esse tá na fila e devo assistir muito em breve Vanessa. É que tem uma leva de filmes de 2012 que só sairam agora em nossos cinemas (ou na tv dos piratas em boa qualidade) que está complicado assistir tudo.
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Gostei mais ou menos do filme, talvez tenha sido por causa da sessão em 3D, que me rendeu uma enxaqueca e me deixou um tanto mal humorada pra falar dele. Os efeitos visuais são ótimos, mas o filme me pareceu lento, podia ser menor e menos cansativo. A parte relacionada aos ensinamentos merece destaque.
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Faltei até comentar isto no texto, as imagens e o visual são lindos, mas não vi necessidade de assistí-lo em 3d. Só vi nessa tecnologia pois era a única opção.
:*
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O 3D foi uma péssima opção, mas a única existente no cine.
😦
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O filme é extremamente rico em conceitos. Lembro que após sair da sessão, fiquei tempos discutinho com um amigo no metrô, pois cada um queria defender uma das teses apresentadas no desfecho da obra.
Só por isso eu já me atenho que Life of Pi é um dos filmes mais grandiosos do ano.
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adorei, uma história pra lembrar sempre.
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próximo filme que irei ver essa semana…
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