A falta de educação das pessoas está em um nível tão exagerado (beirando o surreal) que ir ao cinema está deixando de ser um ato prazeroso para se tornar uma verdadeira guerra. Para os poucos (e já taxados de chatos ou loucos) que querem apenas “entrar na magia do cinema” e assistir, em paz e em silêncio, ao filme, está cada vez mais difícil não se irritar.
Marcelos Morgade, convidado especial da vez aqui no blog, descreveu os tipos de espectadores que frequentemente (para a nossa agonia e tristeza) encontramos nos cinemas hoje em dia. Se divirtam, ou chorem e lamentem conosco depois nos comentários.
A Hiena
São aquelas pessoas que riem de qualquer ação que ocorra na tela. Um personagem dar um “bom dia” já é motivo para risos altos. Já quando ocorre qualquer ação repentina, a gargalhada corre solta. Mesmo em momentos que deviam inspirar tudo, menos humor, o cidadão não consegue se controlar. Pode ser alguém recebendo a notícia que tem um câncer, ou uma criança sendo torturada, tudo é motivo pra riso.
Diagnóstico: Falta de maturidade, insegurança, déficit de atenção.
Dano causado: Incomodam, mas podem ser toleradas.
O Soundbox
Saco de pipoca constantemente sacudido, bolsa sendo remexida, plástico sendo amassado, mastigação de boca aberta, bocejos constantes. E outros sons que algumas pessoas parecem não perceber que fazem o tempo TODO !
Diagnóstico: Problemas auditivos ou pura falta de educação.
Dano causado: Muito chatos no início da sessão. Felizmente a pipoca acaba e as bolsas são arrumadas depois de um tempo.
O Carente de Atenção
A maior parte deste grupo é composta por adolescentes. Mas é comum existirem os que fisicamente são adultos, porém mentalmente ainda não amadureceram. Não estão no cinema para assistir o filme, mas para participar no jogo social de auto-afirmação tão comum nesta fase da vida. Pipoca voando, gritos constantes, chutes em cadeiras, piadinhas sendo feitas em voz alta a cada cena são a forma comum de manifestação.
Diagnóstico: Hormônios em ebulição.
Dano causado: Insuportável. Felizmente podem ser evitados facilmente, já que se concentram em sessões de blockbusters no fim-de-semana em salas de shopping-centers.
O Conectado
Seu celular faz parte do seu corpo. Ele não pode ser desligado e sempre deve ter a atenção quando solicitado. Alguns membros deste grupo acham que ligar a vibração é a solução do problema. Não importa o VRRR VRRR constante, a luz de holofote do seu smartfone acendendo toda hora, e aquela conversa “baixinha” que depois de 5 minutos acaba sempre com “liga depois que eu tô no cinema”. Muitos membros deste grupo dizem “f*da-se” e deixam a campainha sonora tocando durante toda a sessão.
Diagnóstico: Ausência de simancol
Dano causado: Irritação constante e crescente
Comentarista Adivinhão
Um cavalo aparece na tela: o comentarista fala “Olha, um cavalo”. Um personagem chora: o comentarista fala “ele ficou triste”. Um personagem saca uma arma: o comentarista fala “ele vai matar todo mundo”. E esta rotina se repete durante todo o filme, com as cenas sendo descritas verbalmente e várias previsões sobre o desenrolar da ação sendo feitas. TODA HORA … SEM PARAR !!!
Diagnóstico: Déficit de caráter
Dano causado: Esta é a escória das salas de projeção. É como um câncer da sua experiência no cinema: uma vez detectado, a chance dela morrer é alta
Nem fale, ultimamente eu só tenho ido conferir filmes de real referência. Já foi-se o tempo em que eu ia no cinema sem ter idéia do que ver…
CurtirCurtir
tudo que voce falou aí acontece comigo toda vez que vou ao cinema…e teve uma dessas veses que até dublagem eles colocaram no personagem sem ele dizer uma unica palavra..kkkk…por incrivel quepareça tem o grupo dos dubladores tbm kkkkkk…
CurtirCurtir
todos se encontram nas salas do Iguatemi ahhahahah. Ultimamente só tenho ido no Glauber, que é perto de casa, lá é muito raro de acontecer essas coisas…. um paraíso.
Vou falar, segredo, que Cris não desliga o celular no cinema, eu fico puta da vida, mas ele diz que pode acontecer alguma coisa e a gente não vai saber. Não tem lógica, já que ele não atende o celular, fica no silencioso, como dá tudo no mesmo, deixo pra lá..
Shame on me: eu já chutei algumas pessoas da fila da frente, mas tenho simancol, graças a Deus.
CurtirCurtir
Pior que não viu Jacy, não está mais restrito apenas ao iguatemi, o UCI Paralela e o Cinemark Salvador Shopping estão infestados também. A motivação (tiveram outras, mas a mais recente) foi quando estávamos eu e Marcelo Morgade (quem escreveu o texto) tentando assistir Django em paz no cinemark, sessão legendada e tal hehehe.
Gosto muito do Glauber mas é tão distante da minha casa que não dá pra ir sempre, as salas de arte são os únicos redutos de paz. Ou isso, ou assistir sessões meia noite dia de terça-feira.
Celular se estiver no silencioso e der 1 ou 2 vibradas e a pessoa ver e desligar na hora, não me incomoda tanto assim, as outras coisas listadas me incomodam mais.
CurtirCurtir
vixi, até no Paralela??? até pouco tempo ele também era um refúgio…
Agora o que a Vanessa Vasconcelos falou aí embaixo é horrível!Isso acontecia mais quando eu ia nas quartas feiras do Iguatemi. Hoje quando vejo aquele grupinho de jovem sentando perto de mim, os casais formadinhos… eu troco de cadeira.
CurtirCurtir
muito bom esse post,mas vc só esqueceu de citar os casais de namorados,que na maioria das vezes enchem o saco fazendo todo tipo de coisa. infelizmente eu já tive o desprazer de ver todo esses tipos no cinema,pessoas babacas e sem educação,e o pior ,encontramos esses tipos em todos os lugares ,é foda
CurtirCurtir
Tem mesmo a turma sem dinheiro pro motel, mas fazer o que?
E o texto foi, na verdade, escrito por um colega meu Marcelo Morgade.
Abraços!
CurtirCurtir
Os carentes de atenção são os PIORES!
CurtirCurtir
Tenso!! Cadê o lanterninha? É preciso ressuscitar tal figura.
CurtirCurtir
Tem campanha aí na internet para a volta dos lanterninhas mas eu penso que, para os donos de cinemas qual o interesse em colocar um lanterninha?
Gasto com mais um funcionário (ou deslocamento de alguns para tal função) e o “grosso” que vai para o cinema quer é ver filme dublado e “zuar” na sala de cinema.
Como sempre é de praxe vai valer a máxima: a minoria incomodada que se mude.
O jeito é pedir asilo cinematográfico nas salas do circuito de arte.
CurtirCurtir
Não é custo não. É falta de interesse dos cinemas mesmo. Quer ver um lanterninha ou funcionário qualquer aparecer ? Leve uma câmera, tripé e finja que está gravando um screener do filme. Vai cair um bolo de gente em você, pois aposto que eles investiram em segurança contra isso.
Muita gente botou na cabeça que cinema é iteração social igual a barzinho. E os cinemas querem mais que se pense isso mesmo.
CurtirCurtir
Virou barzinho, isso mesmo. Pior ainda é ouvir: “estou no meu direito, eu paguei”.
Fazer o que?
Ultimamente eu torço mais para que consiga assistir um filme em paz do que pelo meu time ganhar qualquer coisa (e ele geralmente não ganha mesmo, perda de tempo) hehehe
CurtirCurtir
Eu também acho que os empresários não estão interessados com os custos de um lanterninha. Não fosse isso não imagino como tais funcionários seriam ameaçados, humilhados e, até mesmo, agredidos pela turma da pesada, “que está no seu direito, que está pagando, etc” (como se eu não estivesse fazendo o mesmo, mas a diferença é que o me reservo e fico quietinha esperando o filme começar e terminar).
CurtirCurtir
E tem o viciado em redes sociais que ficam mexendo o smartphone no meio do filme, incomodando com a luz da tela. Nem tem o simancol de abaixar o aparelho, pelo menos.
CurtirCurtir
Este é o “conectado”, o smartphone já é tão (ou mais importante) que qualquer parte do corpo hehehe
CurtirCurtir
A idéia é ir no final de semana na 1ª sessão. Hoje mesmo fui assistir “O Mestre” na sessão de 13:00 e só tinha eu, a patroa e mais uma pessoa.
CurtirCurtir
excelente o post… já a situação é tensa!
o esquema é mesmo saber o que assistir, onde assistir e quando assistir. foda que as vezes dá vontade de ver uns blockbusters daqueles bem numa época que só rola de ir no final de semana, aí já viu… fui ver Ted em uma sessão lotada aí tinha uma demente que se enquadrava na categoria “hiena”. mas o problema é que ela não só ria várias vezes, como ria muito alto… basicamente me ensurdeceu!
tem que ter muito amor pelo cinema pra enfrentar esses stress!
CurtirCurtir