Em time que está ganhando não se mexe, correto? Analisando desta forma pode-se falar que a repetição do ‘time’ que deu certo em “Guerra ao Terror”, em principal a diretora Kathryn Bigelow e o roteirista Mark Boal, e que conquistou diversos prêmios mundo afora foi mais do que acertada em “A Hora Mais Escura (Zero Dark Thirty)”, que dentre outras várias indicações e premiações já recebidas concorre neste ano de 2013 a 5 Oscars.
Conforme descrito logo no início, o filme é baseando em narrativas reais dos acontecimentos em torno da busca de Osama Bin Laden que se tornou o homem mais procurado do mundo para os EUA depois do atentado do 11 de Setembro. Inicialmente o roteiro escrito por Mark Boal iria contar apenas a história do fracasso que estava sendo a caçada do saudita. Quando a morte do terrorista foi confirmada e noticiada, foi decidido então mudar o final da história, incluindo a missão que resultou na morte do terrorista talibã.
Devido ao fato de ter algumas sequências de tortura, “A Hora Mais Escura” ganhou um grande ‘frisson’ por toda essa polêmica. A cena em que os funcionários encarregados pela captura (modo politicamente correto de se dizer não é?) de Osama estão diante de um pronunciamento de Obama (não confunda!) dizendo que os Estados Unidos não praticam a tortura como forma de interrogatório é bastante interessante. Só que toda esta polêmica é bastante exagerada, afinal, Jack Bauer já faz coisa muito pior em 24 horas. Para mim o maior problema aqui é tentar tornar plausível não apenas a tortura, mas também alguns erros recentes americanos – existe uma passagem comentando sobre o “erro” de achar que tinham armas químicas no Iraque – como apenas um algo a mais que aconteceu para tornar o mundo um lugar livre e seguro. Apenas contratempos necessários na guerra pela paz. Contraditório não é? Isso sim me parece polêmico.
A caçada foi longa, durou uma década e, pelo visto, a intenção era transpor este longo e tortuoso caminho também ao espectador. São mais de 2 horas e meia de duração e, talvez, uma história mais curta tornasse a experiência melhor de ser assistida. Mesmo assim, Kathryn Bigelow mostra habilidade em alternar alguns momentos de horror com todo o suspense investigativo e os jogos políticos em torno desta caçada. E o melhor é que mesmo em se tratando de uma história com o final já conhecido, ela consegue deixar a tensão em um nível alto, principalmente nos preciosos minutos finais do filme.
O elenco é extenso e os personagens vão surgindo depois de um considerável tempo, alguns deles inclusive só aparecem quase no desfecho da história. Mesmo assim existe uma construção interessante da maioria deles. Encabeçando o elenco está a indicada Jessicha Chastain (“Os Infratores”) que precisou encarnar o papel de uma agente da CIA que viveu apenas para o seu trabalho, uma pessoa fissurada na sua missão e sem vida pessoal ou capaz de transmitir algum tipo de emoção mais forte. Neste quesito ela foi perfeita, só não sei se tanto ao ponto de merecer o prêmio de melhor atriz.
O melhor do filme está mesmo na missão final que foi feita com tanta precisão que até mesmo o tempo da duração é quase igual ao que supostamente aconteceu no evento real. E tome câmera de infravermelho, helicópteros, armas e equipamentos ultra-modernos, toda a parte técnica está impecável. Pena que até chegar a este momento, “A Hora Mais Escura”, nos deixe esperar muito tempo, não são 10 anos como foi no mundo real mas tem momentos que parecem que vamos nos aproximar disto.
No final das contas trata-se de mais uma ótima história de guerra moderna contada por esta mulher que vem se tornando a maior ‘motherfucker’ do cinema atual que é a Kathryn Bigelow, que entrega (mais uma vez) uma produção que tem tudo para se tornar uma grande vencedora no Oscar deste ano.
A Hora Mais Escura (Zero Dark Thirty, 2012 – 157 min)
AçãoDirigido por Kathryn Bigelow com roteiro de Mark Boal. Estrelando: Jessica Chastain, Jason Clarke, Reda Kateb, Jennifer Ehle, Kyle Chandler, James Gandolfini, Joel Edgerton, Harold Perrineau, Nash Edgerton, Chris Pratt, Mark Strong, Mark Duplass, Edgar Ramirez, Fares Fares e Stephen Dillane.
Porra man, eu não achei o filme longo. Quem aguentou as 3 horas do Hobbit não pode reclamar nada da duração desse filme. hahahahahhaha…
E a polêmica da tortura existe uma “pequena” diferença entre o filme e Jack Bauer, em “24 Horas” era só um seriado e no filme teoricamente é a realidade. Aí sim o governo dos EUA tem “motivo” pra pegar ar.
E o filme não tenta tornar plausível nem a tortura e nem os erros americanos. Acho que vc entendeu errado. Tem até a “piada” do início do filme em comparar o sofrimento da galera no 11/9 com a tortura ao terrorista, como seus os americanos não fossem muito diferentes dos “terroristas”. E essa coisa do erro o filme mostra justamente a mudança da política dos EUA com Obama no poder. A galera não quer invadir a casa sem ter 100% de certeza justamente por já ter feito várias merdas antes. hehehehehe…
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Nesse ponto da galera só querer “entrar em território alheio” com 100% de certeza eu concordo, mas a questão de justificar a tortura por exemplo man eu ainda continuo com minha opinião, eles tentam sim “justificar” a parada toda que fizeram, inclusive as merdas.
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E outra coisa, no final você fala do fato de Kathryn Bigelow ser favorita no Oscar. Só se você estiver falando da indicação a melhor filme porque ela também é produtora, pq ela não foi indicada como diretora. Quem tá indicada é a atriz Jessica Chastain.
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Valeu, corrigi! 🙂
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começei a assistir esse filme aqui em casa,mas vi só 30 minutos e acho que amanhã termino de ver,pois achei bacaninha,ele é longo pra baralho hein? mas verei o resto mesmo assim.só não acredito tanto assim nesse lenga lenga de baseado em fatos reais,acho que por trás dessa busca pelo Bin Laden tem muita coisa que os Estados Unidos está escondendo,e eles adoram usar filmes pra confundir nossas mente,mas enfim, vou parar de falar de teorias da conspiração.
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Eu também não acredito em tudo não Vanessa, mas analisando apenas como um filme e não como “fatos reais” é uma produção que vale a pena sim. Assista a passos curtos cada hora um pouco que você chega lá heheh
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“Para mim o maior problema aqui é tentar tornar plausível não apenas a tortura, mas também alguns erros recentes americanos”. Concordo plenamente. O problema não é mostrar tortura é a forma como o roteiro nos conduz a acreditar que era o único caminho para um bem maior. Um filme muito bem feito tecnicamente, mas oportunista e eticamente contestável.
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É isso Amanda, assisti e gostei do filme bastante até, mas sempre com o olhar atento, essa ladainha deles mesmo em relação aos “fins justificam os meios” também fico com um pé atrás.
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Sério? Essa moça na direção não me convence. Para mim ela vai continuar sendo a ex-mulher do James Cameron. Com este viés de fazer filmes com tom documental querendo se mostrar “engajada”.
Enquanto ela não se arriscar fazendo um filme com uma proposta nova não irei assistir. Para mim já torrou toda a paciência no razoável Guerra ao Terror.
A mesma coisa de Jeremy deve acontecer com a Jessica. Uma indicação pelo tipo de filme e não pelo conjunto da obra. Sério, até acho ela favorita a levar, mas não creio que devesse. É muito cartaz para uma diretora limitada e repetitiva que não merece nenhum pouco esse destaque que vem tendo.
Quando se arriscou em outros tipos de filme só fez coisas medíocres só que agora parece que achou o mapa da mina para ganhar prêmios. Aguardemos cenas do próximo óbvio capítulo.
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Eu gosto bastante de Guerra ao Terror, mais do que gostei deste aqui para lhe falar a verdade. Mas ela realmente parece que entrou num “estilo” de filme que vai ser difícil tirarem ela de lá heheheh. Tá dando certo né?
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cara, eu achei esse filme um porre, cahto pra caramba, num me agradei muito não, guerra ao terror foi muito melhor, nem sempre usar a mesma dose vai funcionar duas vezes, espero que essa diretora escolha outro caminho por que esse já deu o que tinha que dar…desses que concorreram ao osacar de melhor filme, só falta Life of pi pra terminar, mais até agora eu fico com Django…!
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