O hype que girou em torno de “O Lado Bom da Vida (Silver Linings Playbook)” foi enorme e vários foram os fatores responsáveis por isto. Além das mais de 60 indicações recebidas em premiações mundo afora, onde faturou mais de 40, o filme de David O. Russel conseguiu uma marca que não ocorria na academia a mais de 30 anos, ser indicado para todas as principais categorias do Oscar, melhor filme, direção, roteiro e todas as 4 categorias de atores. É verdade que dentre as 8 indicações recebidas no Oscar apenas Jennifer Lawrence (mesmo tropeçando) saiu premiada, mas isso não tira o brilho desta excelente história que alcançou um feito que poucas produções do gênero conseguem atualmente, ser romântica e engraçada.

Na trama acompanhamos a história de Pat Solatano (Bradley Cooper, “Se Beber Não Case”) que após perder tudo o que tinha, casa, emprego e a esposa, está retornando para casa de seus pais com a sua mãe (Jacki Weaver) depois de passar 8 meses em um sanatório cumprindo um acordo judicial. Apesar de todas as difíceis circunstâncias, Pat está totalmente determinado reconstruir sua vida e recuperar a sua esposa. O que todos querem, incluindo o seu pai viciado em apostas de jogo (Robert De Niro, “Poder Paranormal”), é que ele esqueça tudo e viva uma nova vida caminhando com seus próprios pés. As coisas se complicam quando Pat conhece Tiffany (Jennifer Lawrence, “Jogos Vorazes”) que também tem seus próprios problemas e distúrbios mas promete ajudá-lo a reconquistar a sua esposa. Mas será que é realmente este o plano da garota?
Loucura e amor são palavras que frequentemente estão acompanhadas uma da outra, e o amor não é sempre aquela coisa linda que encontramos nos livros e filmes, o amor as vezes machuca. O problema é que o personagem de Pat acredita que a vida pode seguir de acordo com um plano, e ele tenta usar a positividade e toda a história do “Excelsior” a seu favor para reconquistar de qualquer maneira a sua amada. Sua família, em principal a sua mãe (que é interpretada magistralmente por Jacki Weaver), tenta a todo custo mostrar outras oportunidades e possibilidades. A sua frente ele ainda encontra como ‘obstáculos’ o seu irmão e, porque não, o seu pai interpretado tão bem por Robert De Niro (algumas de suas cenas são de arrepiar e emocionar como poucas vezes o cinema é capaz de nos fazer), dentre outras pessoas e situações que vão surgindo.

A direção de David O. Russel – que foi atraído para a história por conta das relações familiares e também por ter um filho que sofre com bipolaridade e TOC – é bastante feliz e ele soube conduzir a história, que tem a sua carga dramática ao lidar com temas tão fortes, de maneira tão agradável e engraçada. São várias os momentos capazes de arrancar boas risadas do espectador e a “culpa” disto é tanto de David e seu belo trabalho com o elenco quanto dos atores, que tiveram uma grande liberdade nas cenas e diálogos.
Falar do trabalho dos protagonistas talvez seja chover no molhado já que Bradley Cooper traz uma atuação inspirada e Jennifer Lawrence segue numa crescente incrível em sua carreira e aqui só confirmou o que era de se esperar. Além dos coadjuvantes já citados existem ainda a participação muito legal de Chris Tucker que, tirando a franquia “A Hora do Rush”, tinha feito seu último trabalho para o cinema em 1997. Toda vez que ele surge fazendo o amigo de sanatório de Pat, rouba a cena.
Uma curiosidade interessante é que a cena da dança, uma das melhores e mais importantes do filme, é real. Os atores Bradley e Jennifer ensaiaram bastante com um coreógrafo e o resultado foi exatamente aquele apresentado. São por estas e por outras pequenas situações, que quando somadas resultam em grandes acertos, que “O Lado Bom da Vida” conseguiu atingir tão bem tanto a crítica quanto o público. Nos faz torcer por um final feliz enlouquecidamente e nos emociona durante todo este percurso sem ser piegas.
Ao trazer para o cinema uma história de duas pessoas com problemas psiquiátricos que encontram uma forma de se ajudar mutuamente em suas recuperações, em meio a famílias disfuncionais e amigos que tentam ajudar nem sempre da melhor maneira, “O Lado Bom da Vida” é daqueles filmes para se guardar no coração por conseguir grandes feitos, entretém de maneira divertida e inteligente ao mesmo tempo que prova a cada um de nós que nem sempre nossas vidas seguem de acordo com nossos planos e desejos, as coisas tendem a mudar e esse é o curso natural da vida. As vezes ficamos tão obcecados com algo ou alguém que não está nos fazendo bem que esquecemos das pessoas que estão sempre ao nosso lado podendo até mesmo vir a machucá-las. É importante saber cuidar, mas é importante também saber deixas algumas coisas simplesmente irem, afinal, todo mundo merece e vai ser feliz um dia. Sim, VAI ser feliz, Excelsior!
O Lado Bom da Vida (Silver Linings Playbook, 2012/2013 – 122 min)
Comédia, Romance, Drama.Um filme de David O. Russell adaptando romance escrito por Matthew Quick. Estrelando: Bradley Cooper, Jennifer Lawrence, Robert De Niro, Chris Tucker, Julia Stiles, Shea Whigham, Anupam Kher, Jacki Weaver e Dash Mihok.
Eu já tava esperando você dizer que não tinha achado esse filme nada de mais, bla bla bla. Bom saber que você gostou bastante. hehehehehe
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Tem um juízo um pouco distorcido da minha pessoa ainda rapaz? hehehe Só porque eu não achei “Os Vingadores” excelente? Ainda assim? heheh
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Excelsior! hehe.
Gosto do filme, acho que a gente sai leve dele e acreditando na vida. As atuações são o ponto alto mesmo, assim como os diálogos ágeis. Quanto ao Oscar, apesar de torcer por Emmanuelle Riva, acho que Jennifer Lawrence não chega mesmo a ser uma injustiça.
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Pois é Amanda, sai muito bem do cinema depois de tê-lo assistido, e como eu torci pelo final feliz hehehe
Bom, quanto a performance de Riva ainda não assisti “Amor” para dar um parecer melhor sobre o assunto, mas a Jennifer Lawrence segue fazendo um ótimo trabalho, independente ou não de ter sido merecido o seu Oscar.
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Ótimo filme.
“ser indicado para todas as principais categorias do Oscar, melhor filme, direção, roteiro e todas as 4 categorias de atores.”
um verdadeiro trunfo.
gostei muito de ver as crises de manina do personagem do Bradley Cooper. o cara mandou muito bem.
outro ponto que me chamou a atenção, foi o fato do pai querer se aproximar do filho através do amor pelo futebol americano.
vou de 4/5.
abrasss
PS: bela mensagem no fim do texto!
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Obrigado meu caro! 🙂
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é um bom filme,mas não achei isso tudo que estão dizendo não.os pontos positivos:ótimas atuações,e uma estória bacana,e me identifiquei com as partes que eles abordam o tema toc,pois tenho a doença.e os pontos negativos:fui assistir com uma grande expectativa e nem me surpreendi tanto,sem falar que eu achei o personagem do Bradley Cooper beeem psicopata,tudo bem ,ele está devastado com a traição da ex,e tem sérios disturbios de humor e de personalidade,até aí beleza,mas se fosse na vida real um cara que fica feito louco perseguindo a ex mulher é visto pelo menos por mim ,como um psicopata,mas como é filme agente perdoa e torce pelo personagem,mas enfim sem falar que odeio torcedores fanáticos de futebol,e nesse filme é o que mais tem ,mas merece ser visto mesmo assim.
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Tem gente que enlouquece de amor Vanessa, você está por fora. Conheço casos de pessoas que não conseguiram levar adiante relacionamentos com pessoas bipolares, no filme o personagem de Bradley tá bem tranquilo, você realmente está por fora hehehe
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Um dos melhores do ano, com certeza!
E ainda tem Jennifer, gatíssima.
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Enquanto entretenimento, posso até considerar o filme bom. Mas são tantos, tantos clichês que chega a incomodar. Ao menos a beleza estonteante de Lawrence e a inspiração para o filme (o filho de David O. Russel) salvam o filme de ser pior ainda.
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O filme é excelente e o tratamento humano e crível dado a história é o que o eleva a um patamar tão superior. Uma direção segura que soube tocar muito bem os rumos da obra fazem David O Russel um cara para se prestar atenção de fato. Quanto a Bradley Cooper ele já tinha me convencido antes mesmo desse papel.
Eu acho engraçado como algumas pessoas precisam ver determinadas interpretações para se convencerem do potencial de alguns atores. Quando Johnny Depp fez o primeiro piratas eu comentei: “PQP! O cara arrebentou! Merecia se indicado, mas a Academia idiota vai ficar de birrinha por ser um blockbuster”.
Ainda bem que errei na minha previsão e ele recebeu sua primeira indicação por um papel caricato que normalmente não seria valorizado. Bradley já tinha mostrado que é versátil quando fez papeis em Sem Limites e Esquadrão Classe A (nem comento sobre Se Beber não Case) e não foi nenhuma novidade seu reconhecimento agora. A única coisa que me aborrece é ver o assombro de alguns “críticos” famosos com isso.
Já a Jennifer não me convenceu, assim como a Hale Berry nunca me convenceu. Ainda precisa provar um pouco mais, pois sempre vejo a mesma pessoa em diferentes papéis e isso, para mim, é o que mais diferencia o ator comum do acima da média.
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Também sempre achei legal as atuações de Cooper em seus filmes, mas aqui ele foi mais feliz ao meu ver. Sem Limites talvez seja o seu melhor filme tirando “O Lado Bom da Vida”.
Quanto a Jennifer até mesmo naquele chatíssimo “Inverno da Alma” ela se sobressaiu. Até aqui todos os filmes dela que assisti (não vi todos ainda) ela sempre entregou uma atuação bem acima da média, e isto não estou levando em conta os seus atributos físicos, porque se for contar ai o bicho pega hehehehe.
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