Algumas estreias marcam o filme nacional “A Busca”, estrelado por Wagner Moura (“O Homem do Futuro”) é o debut nos cinemas para o diretor Luciano Moura (que assina o roteiro em coparticipação com Elena Soarez) e também para o jovem ator Brás Antunes, filho do grande Arnaldo Antunes que possui inclusive uma canção sua executada durante os créditos finais. A produção se baseia em um thriller de suspense mesclado com drama familiar para tentar conquistar o público nacional que prestigiou pouco o cinema brasileiro no ano passado.
Na trama acompanhamos a vida de Theo Gadelha (Wagner Moura) que enfrenta problemas em sua família, primeiro com sua esposa (Mariana Lima, “A Suprema Felicidade“) a qual pretende se separar dele e depois com seu filho (Brás Antunes). No final de semana em que iria fazer aniversário, Pedro some e seu pai se atira em uma jornada pela estrada em busca de encontrá-lo.
Até onde um pai pode ir para encontrar o seu filho? A jornada começa com os pais em desespero tentando encontrar alguma pista de onde o menino possa ter ido. A partir das primeiras informações o filme se transforma em uma espécie de ‘road trip’, onde a medida que Theo vai encontrando pistas e descobrindo por onde seu filho esteve, vai também se autodescobrindo, em uma daquelas histórias edificantes de redenção.
Não é que a estreia na direção de Luciano Moura seja um desastre e tampouco “A Busca” seja mais um exemplo de um filme nacional ruim, não é isso, mas existem alguns pontos que não contribuem muito com o resultado final desta obra. O primeiro é o fato de faltar um pouco de ‘veracidade’ nos acontecimentos, é óbvio que cinema não precisa ser real, mas o fato das pistas serem encontradas de forma tão fáceis em uma rede de felizes coincidências tão enormes é meio complicado de se aceitar. Outro ponto é que, mais uma vez, o cinema coloca a mulher em uma posição que a torna um ser quase inútil, já de início a mãe do garoto vai para casa e se resume durante quase toda a história apenas a se lamentar e exigir que seu marido traga o filho deles de volta para casa. Nem para ligar para a polícia ela serve?! Tá certo que perto do final ela encontra uma informação “chave”, mas do jeito que Theo estava tão bem em sua linha de detetive que botaria Sherlock Holmes no chinelo, talvez ele acabasse chegando ao mesmo ponto logo adiante.
Fora tudo isto existem ainda alguns personagens que surgem do nada e são até pouco aproveitados, vide o senhor que possui um quarto escondido e ajuda Theo ou ainda o borracheiro vivido pelo ator Leandro Firmino, o grande dadinho Zé Pequeno de “Cidade de Deus” que aparece “bem alimentado” em cena durante 1 ou 2 minutos e só.
Mesmo contando com nomes fortes no elenco como o de Wagner Moura, que atua muito bem, e ainda o de Lima Duarte, que surge em uma participação especial no desfecho da história, “A Busca” é mais um daqueles trabalhos cheios de boas intenções mas que não consegue resultar em algo bom. Não se trata de um filme ruim, mas ele não consegue fazer o espectador torcer pelos personagens ou se emocionar com a história (nem mesmo durante a cena final, no “choque de gerações”). E assim, caros leitores, fica complicado construir uma obra de sucesso e fazer o público se empolgar com uma produção nacional.
A Busca (2013 – 96 min)
Drama, ThrillerDirigido por Luciano Moura com roteiro de Elena Soarez e Luciano Moura. Estrelando: Wagner Moura, Mariana Lima, Brás Moreau Antunes e Lima Duarte.
O trailer é meio bizarro, mas a presença de Wagner Moura e produção de Fernando Meirelles me deixaram curioso em assistir, tanto que coloquei naquela lista de 10 filmes nacionais para assistir. Enfim, vou ver se encaro semana que vem quando estrear.
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Boa sorte, eu fui sem saber do que se tratava e de peito aberto. Para mim o filme não funcionou a contento, achei ele apenas ‘regular’.
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Achei o filme interessante, até que… hehehehe. Depois de um certo acidente de carro, tudo fica meio perdido, o roteiro, a virada, o tom da trama se perdem, pois como você disse, ele não construiu a emoção e a parte final, pelas escolhas que ele fez, precisava disso.
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Mais uma produção não tão interessante. Filmes nacionais bons se contam nos dedos… Não gostei desse também não.
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passo,já é meio difício eu assistir filmes nacionais e depois da tua crítica aí lascou mesmo.mas gosto do Wagner Moura,ele é muito talentoso,não é atóa que ele vai logo logo fazer carreira fora do Brasil.o grande problema do cinema nacional é não investir muito em seus filmes,até porque nem temos tanta verba assim e falta tbm criatividade de alguns diretores.
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Outro problema é o êxodo cinematográfico no Brasil (nem existe isso, acabei de inventar), bons atores como Wagner Moura logo fazem carreira fora e bons diretores também, é o caso de Fernando Meirelles e o mais recente o diretor do ótimo “2 Coelhos” que já está fazendo um filme gringo também, e com grandes atores.
Tem um pouco de tudo Vanessa e, infelizmente, a culpa maior é que existe uma espécie de monopólio na distribuição dos filmes nacionais em nossas salas, tem muita coisa boa que simplesmente não encontra espaço, pois está quase tudo ocupado pela “Globo Filmes”.
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É incrivel como o post do Prison Break ainda é o mais lido! Não se esqueceram dessa serie, e olha que temos boas series rolando ai…
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Tem séries que se tornam grandes marcos realmente Hilton e “Prison Break”, mesmo com seu desfecho não muito bom, foi uma das melhores séries já criadas, muita gente ama Prison Break.
Abraços!
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Eu tento sempre acompanhar a produção nacional, mesmo que o filme não tenha levantado grandes elogios. Como esse não será diferente. Me intriga principalmente por partir de um pressuposto não muito visto no cinema brasileiro. Espero ver muito em breve.
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Eu também, na medida do possível, sempre acompanho o cinema nacional, acho que é válido afinal vemos tantas besteiras ‘importadas’ não é? Quanto “A Busca”, apesar de não ter gostado tanto, recomendo a todos que vão ao cinema e tirem suas próprias conclusões, aliás, é o que sempre recomendo e acho o certo.
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