A nova geração não teve que conviver com o mesmo problema que eu convivia em minha época de colégio, ter que aturar os fãs chatos fervorosos da Legião Urbana que se gabavam de saber de cor toda a letra de Faroeste Caboclo, quase 10 minutos de música. Adaptar para o cinema a história encontrada na letra dessa ótima música (eu detestava os fãs, não a banda) resultou, nesta estreia na direção de René Sampaio, numa homenagem um pouco melhor e mais acertada do que por exemplo o filme “Somos Tão Jovens”.
Na trama, que se baseia na canção homônima, acompanhamos a história de João de Santo Cristo (Fabrício Boliveira,“400 Contra 1“) que tenta deixar a sua cidade natal após atirar em um policial mas é levado para a Febem. Depois de cumprir a sua pena ele segue rumo para Brasília em busca de uma vida melhor e conta com a ‘ajuda’ de seu primo Pablo (César Trancoso). Envolvido com tráfico de drogas ele acaba conhecendo o seu grande amor Maria Lúcia (Isis Valverde) e, de quebra, se envolvendo em uma ‘treta’ com um playboy traficante chamado Jeremias (Felipe Abib, “Vai Que Dá Certo“).
Ao invés de simplesmente seguir religiosamente a descrição dos acontecimentos da canção, os roteiristas Victor Atherino e Marcos Bernstein procuraram modificar algumas situações e motivações dos personagens. Se João matou um guarda no início logo a frente tem o porquê, se Maria Lúcia tomou tal atitude mais a frente também. Existe um cuidado em não deixar nada gratuito. Na parte dos diálogos procurou-se não se apropriar e utilizar das passagens marcantes ou frases da canção original – tem apenas um momento que alguém exclama “tem babulho bom aí” – mas passa tão rápido que nem chega a ofender a nossa inteligência/paciência, e não possuir essas referências cretinas é um acerto.
O elenco trabalha razoavelmente bem e os destaques ficam mesmo para Fabrício Boliveira que interpreta com muita força e seriedade o João de Santo Cristo e também para Felipe Abib que, na maior parte do tempo, está bem divertido como o doidinho drogado do Jeremias. Para fechar o triângulo amoroso da história temos uma Ísis Valverde que compensa com sua beleza (até deixa seus seios aparecerem em uma cena mais tórrida) a falta de talento que possui.
Infelizmente “Faroeste Caboclo” apesar do bom material que possuía como base não é um filme que traz uma história empolgante de se acompanhar, pior, parece que vai perdendo a sua força quando vai chegando ao final que, diga-se de passagem, é até bem filmado e nos remete àquelas boas e velhas produções Westerns mas deixa um pouco a desejar. No final das contas é mais uma produção nacional lançada em 2013 que serve mais como tributo ou homenagem a um grande poeta e sua banda do que como uma opção recomendada para se ver no cinema.
Faroeste Caboclo (2013 – 105 min)
Drama, FaroesteDirigido por René Sampaio com roteiro de Victor Atherino e Marcos Bernstein. Estrelando: Fabrício Boliveira, Isis Valverde, Felipe Abib, César Troncoso, Antonio Calloni, Alex Sander, Marcos Paulo, Cinara Leal e Rodrigo Pandolfo.
É, você foi bem bonzinho com o filme.
Acho “Somos tão jovens” bem mais “divertido”.
Mas é como falei na minha resenha, o casal é muito ruim, aí acaba prejudicando o filme como o todo.
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Só de não ter aquelas cretinices e aquelas atuações afetadas já ganhou mais o meus respeito Ramon, gostei menos de ‘Somos Tão Jovens’.
O casal realmente convence pouco viu, apesar de Boliviera mandar bem.
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Também achei melhor que Somos Tão Jovens, uma homenagem mais digna. Agora concordo que o filme vai perdendo força no final, quando deveria ser o contrário… Talvez porque a gente já soubesse como tudo iria terminar…
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É bem possível mesmo Amanda.
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Gostei do filme, mas achei que ele foi muito corrido em momentos que poderiam ser mais bem explorados, como a relação dele com o policial corrupto entre outras coisas. Nota 7
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Tem seus bons momentos realmente Luccas mas como você mesmo disse, deixa a desejar em algumas partes. Por isso acho que tanto a sua nota como a minha classificação estão bastante condizentes com o resultado geral.
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Coisa com Isis Valverde não dá para aguentar. Aliás o cinema brasileiro mais divulgado é uma coisa triste de ser. Ao mesmo tempo que temos produções com boa qualidade, reconhecidas e premiadas nos curtas e até alguns longas de menor expressão o que chega aos cinemas com o apoio de grandes nomes ligados à televisão são sempre produções forçadas e direcionadas a um público totalmente desligado do cinema.
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Público desligado, preguiçoso… a vida é isso aí Bill. Pelo menos deu pra vê-la seminua, prestou de alguma forma um serviço de qualidade hehehe
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Concordo com a resenha, Márcio!
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