Filme: The Conjuring
Direção: James Wan
Elenco: Patrick Wilson, Vera Farmiga, Ron Livingston
Sinopse: Com sua família cada mais mais apavorada devido a fenômenos sobrenaturais que a atormentam, Roger Perron resolve chamar dois demonologistas mundialmente conhecidos, Ed e Lorraine .
CONTÉM SPOILERS
Baseado em uma história real, Invocação do Mal chamou a atenção da crítica e do público em vários lugares do mundo. Eu já acompanhava com ansiedade a divulgação de cada detalhe da produção, fotos, trailers e a expectativa não poderia ser mais alta. Assisti ao filme na Cabine de Imprensa, às 12h, em um dia incrivelmente corrido. Apesar disso posso dizer que valeu a pena me desdobrar pra ver o filme no cinema e o mais importante: uma sala praticamente vazia, sem aqueles mal educados que tiram o clima de suspense que fica no ar.
Invocação do Mal começa muito bem, contando uma história que remete a um medo muito bem explorado em Chuck – o de brinquedos que podem fazer mal. Apesar da abordagem ser diferente e mais sutil, o clima é construído para subir aquele frio na espinha e por mais absurda que possa parecer a história causa um grande desconforto. A própria boneca Annabelle em sua feição macabra torna tudo mais real e não sei quantas vezes pensei: Misericórdia!! Você é louca?? Toca fogo nesse diacho!!
O filme é baseado em uma história real, vivenciada por uma família em Harrisville e também por Ed e Lorraine Warren – um casal de demonologistas mundialmente famoso. Logo no início da projeção, passamos a conhecer seus métodos e a forma séria como encaram o trabalho. Não vou julgar a veracidade e eficácia do trabalho dos Warren mas imagino que eles realmente acreditam que fazem algo real e que lidam com eventos sobrenaturais. Na outra ponta temos a família Perron: um casal com cinco filhas que se muda para uma enorme casa no campo em busca da tranquilidade para levar a vida.
A atmosfera dos anos 70 torna o filme muito mais gostoso e ao mesmo tempo aterrorizante. A casa assombrada dos Perron vai se mostrando de forma sorrateira, com pequenos eventos até que as atividades vão ficando cada vez mais frequentes, principalmente no período da noite. Não existe aquilo de mostra/ não mostra e se não é pra ver (não há entidade materializada) você não vai ver, apenas acompanhará a consequência do ato dela: um exemplo são os puxões durante o sono. Desta nova safra de filmes de terror, nenhum deles teve uma sequência tão bem construída como o momento em que Carolyn vai até o porão em busca de um barulho que a incomoda. Nem o primo Insidious (Sobrenatural) consegue esta façanha.
Por mais previsível que algumas cenas possam parecer, elas são bem construídas e deixam no ar um clima de suspense muito bom. Acredito que são poucos filmes de terror – não só com a temática de casas mal assombradas – que chegam aos cinemas e daqueles que conseguem isso, a maioria não vale a propaganda. Invocação do Mal resgatou aquele terror clássico, sem grandes efeitos de especiais – só o necessário – investindo em um cenário, no elo entre os atores, na história dos Perron e credibilidade dos Warren para contar uma ótima história. Poucas coisas me incomodaram e acho que não desmerecem em nada o filme. Alguma delas:
– As vezes parece que as crianças tem sono muito leve e em outras o sono muito pesado. Em determinado momento Carolyn usa o rádio alto tarde da noite, presencia fenômenos sobrenaturais como badaladas de todos os relógios, inúmeros quadros caem de um andar pra outro e nenhuma das crianças acorda!!
– Logo no início me incomodou essa história de elementos religiosos cristãos ( água benta, crucifixo…) como um métodos de afastar ou irritar fantasmas. Na verdade isso é um pouco mais complexo e vai de acordo com o que cada um acredita… e primeiro temos que partir do pressuposto que coisas sobrenaturais (fantasmas, demônios e afins) realmente existem. Só então passamos para a segunda parte: Só elementos cristãos tem poder para repelir coisas ruins? O que eu imagino que é a base de filmes e histórias de terror não é exatamente a religião. No caso de Invocação do Mal é o elemento cristão pois na história Ed e Lorraine são católicos e acreditam de fato nisso. Em Possessão é uma lenda judaíca por isso um Rabino conduz, em outros filmes temos elementos do Espiritismo, Umbanda … Vodoo. Imagino que independente dos símbolos, a fé de quem conduz o processo é o que realmente interessa.
– A história da Bathsheba Sherman intitulada como Bruxa também me deixou desconfortável. Mas pensando bem estamos falando da década de 70 e ainda existia uma cultura (ainda existe ) de que as Bruxas eram seres demoníacos que faziam coisas assustadoras. É bem provável que Bathsheba fosse aquela pessoa terrível capaz de matar o próprio filho e aterrorizar a vida de tantas pessoas mas não é porque fazia isso que era uma Bruxa. Enfim, apenas uma constatação.
A HISTÓRIA POR TRÁS DO FILME:
A verdadeira família Perron
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A verdadeira casa da família Perron
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Lorraine e Ed Warren
A família Perron se mudou em 1970 para a tranquila Rhode Island e se instalaram em uma casa de 10 cômodos construída em 1736. Até eles se mudarem, oito gerações de famílias se mudaram para o local, vivendo e morrendo naquelas terras de maneira bem estranha. Em uma época onde a informação não circula com a ajuda da internet, ficava difícil ter acesso ao histórico do local antes de uma mudança. Segundo a história a família Perron tinha contato com vários fantasmas inofensivos, cada membro da família via um espírito diferente – ou grupos – mas todos apenas olhavam, sorriam e nunca fizeram nenhum tipo de contato. Algumas vezes chegavam a ver que objetos tinham mudado do local de origem mas nada muito brusco ou na vista de alguém. As coisas começaram a mudar quando os fenômenos ficaram mais agressivos como puxões no cabelo e perna das meninas enquanto dormiam, quadros caiam, portas batiam no rosto das pessoas, cadeiras andando sozinhas e até mesmo um fantasma masculino que assediava as meninas. Quando Batesheba passou a se manifestar, rondando Roger e provocando machucados em Carolyn, eles ficaram ainda mais apavorados e procuraram Ed e Lorraine. Diferente do que acontece no filme, Os Warren não conseguiram resolver a questão e causaram um efeito contrário: desde que chegaram os fantasmas enlouqueceram e ficaram muito mais agressivos. Com tudo isso, Roger exigiu que o casal se retirasse da casa o mais rápido possível. Afundados em dívidas por conta da compra da casa e do dinheiro gasto reformando-a, eles não puderam se mudar logo e ficaram morando no local por mais dez anos até que conseguiram juntar dinheiro e fugir do lugar.

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estarei indo ver esse filme sexta feira…
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bom filme ,com ótimos atores,sem falar que quem dirigiu foi o James Wan.
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Ao menos a boneca original é mais crível de alguém ter. Essa do filme é feia demais!
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achei bom, só esperava um final mais surpreendente, assim como fez com Sobrenatural.
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Eu achei legal o final. Fechou a história e não deu margem a um monte de continuações 🙂
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tbm achei bom ter fechado a história, e não ter dado brecha pra uma continuação, mais eu gosto de finais a nivel de Sobrenaturale o segredo da cabana por exemplo..aqueles finais inesperados…
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Boa análise Dani. Bom, achei o filme excelente e pensava que eles tinham conseguido sucesso com a investida na casa dos Peron. Achei boa sua abordagem sobre o que faz as entidades se afastar ser a fé das pessoas envolvidas e não necessariamente os objetos em si.
Muito bom seu comparativo com as coisas do filme e da realidade. A boneca então foi totalmente desnecessária a modificação feita, bom deixa quieto a intenção é meter medo por isso fazem tais coisas.
Abraços.
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Obrigada Bill.
Eu achei a boneca do filme beeeeeeeem mais assustadora! Nossa, não gosto nem de lembrar.
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Quando assisti o filme também achei estranho o cara guardar um monte de coisa mal assombrada no quarto, a explicação de que queimar ou enterrar não seria suficiente porque o mal poderia ir para outro lugar, apesar de simples, caiu bem.
A boneca Annabelle do filme é realmente muito macabra e parece mais um boneco de ventrilocu, deu um clime de terror de fato, mas para quem conhece a história ficou um pouco estranho, a boneca é muito diferente da apresentada no filme, de qualquer forma gostei da referência!
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