Bling Ring – A Gangue de Hollywood

Em uma cultura obcecada em acompanhar o mundo e a vida das grandes celebridades, o filme de Sofia CoppolaBling Ring – A Gangue de Hollywood” serve, ao mesmo tempo, de fetiche para os que são obcecados pela riqueza e glamour e também de advertência para a forma vazia e inconsequente que algumas pessoas levam a sua vida.

Na trama, que é baseada em acontecimentos reais, vamos acompanhar um grupo de adolescentes que, obcecados pelo mundo da fama e do glamour que as estrelas possuem, se especializa em invadir a casa de celebridades (de Paris Hilton a Orlando Bloom) para roubar artigos luxuosos de suas vítimas.

bling ring

O fetiche de invadir a casa de uma celebridade e poder mexer e pegar nas suas coisas é o combustível que movimenta a gangue de adolescentes que, como boa parte deles, são inconsequentes e não medem os seus atos. A facilidade em que eles invadem as casas fica até parecendo coisa de filme, olhar o endereço na internet, ver a agenda da atriz ou do ator e simplesmente entrar na casa por alguma porta aberta ou pegando a chave debaixo dos tapetes, mas a verdade é que muitos desses artistas não imaginaram que existissem pessoas com tamanha audácia.

Sofia Coppola em seu quinto filme segue uma linha de direção que parece ter deixado as cenas fluírem sem maiores interferências. Ela utiliza em alguns momentos a câmera lenta que vai prolongando os pequenos momentos de prazer que os adolescentes possuem ao estarem passando um perfume ou experimentando alguma joia de suas vítimas, o que é até interessante, mas ao mesmo tempo somos levados apenas a uma sequência de invasões e festas com reboladinhas e linguinhas sensuais de fora sem termos a oportunidade de nos aprofundarmos um pouco mais nos personagens, ou até mesmo discutir sobre os crimes.

Do elenco mais jovem talvez Emma Watson (“As Vantagens de Ser Invisível”) seja a que chame mais atenção em um primeiro momento, mas tem outras garotas como Katie Chang e até o garoto Israel Broussard que possuem mais tempo de tela e aparecem bem em seus papéis. É uma pena no entanto que seus personagens não sejam melhor explorados.

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No final das contas Bling Ring é um daqueles filmes vazios, uma sequência de invasões e roubos e nada mais. Visualmente é muito bonito e bem produzido, mas como obra cinematográfica é apenas regular. O que ele tem de mais interessante é ter cenas de Emma Watson sensualizando sido baseado em acontecimentos reais, o restante não vai acrescentar quase nada a sua vida.

***

  1. A casa real de Paris Hilton foi utilizada nas cenas.
  2. Este é o primeiro filme que Emma Watson faz que não é baseado em alguma obra literária.

Regular: Classificação 2 de 5

bling ring posterBling Ring – A Gangue de Hollywood (2013 – 90 min)
Drama

Um filme de Sofia Coppola com Katie Chang, Israel Broussard, Emma Watson, Claire Julien, Taissa Farmiga e Leslie Mann.

13 comentários sobre “Bling Ring – A Gangue de Hollywood

  1. A “piada” do filme era justamente essa, ser tão “vazia” quanto seus protagonistas. Ela não quer julgar ou chegar a alguma conclusão, a gente assistindo que tiraria nossa própria conclusão. Mas acho que ela podia ter sim se aprofundado um pouco mais na motivação dos personagens.

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  2. dos trabalhos da Sofia Coppola eu só assisti as virgens suicidas,que é bom,mas meio bobinho,apesar de ser um filme sério.já esse aí eu ainda não assisti,mas pretendo,parece ser mais fútil,até porque é baseado nessa gangue de adolescentes retardados,verei só pelos atores mesmo.

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  3. Discordo que seja um filme vazio e que ela deixe as cenas fluírem sem maiores interferências. Acho que o estilo de Coppolinha é exatamente nos deixar observando para tirarmos nossas próprias conclusões em vez de nos induzir a uma. Ela nos dá os subsídios para refletirmos, em vez de entregar uma discussão pronta. Mas, ela se posiciona, até na forma como escolhe montar o seu filme, começando pela sequência da invasão que a câmera pega, mostrando os discursos posteriores das personagens para depois voltar no tempo e contar o início. Assim, temos desde o início a noção de que aquilo tem consequências. Dessa maneira, ela parece se sentir à vontade para desenvolver as ações do roubo sem um olhar de condenação ao ato. Nos fazendo viajar na ilusão da fama que os jovens tem, para só no terceiro ato retornar às consequências.

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