Em 2009, o cineasta sul-africano Neill Blomkamp fez muito sucesso com “Distrito 9” que se destacou por conseguir fazer com um baixo orçamento (para os padrões da indústria do cinema) uma excelente obra de ficção científica carregada de alusões ao preconceito e a intolerância humana. Se com seu primeiro filme Neill conseguiu se destacar por toda sua criatividade e por conseguir fazer tanto com tão pouco, com “Elysium” acontece o contrário. Parece até ter sofrido aqui com o mal do “segundo filme”, pois, ainda que seja uma obra razoável e até com um ou outro momento interessante, mais parece um retrocesso em sua carreira.
A história do filme se passa no ano de 2154 onde a população humana está divida em duas, os mais ricos e abastados vivem numa estação espacial chamada Elysium onde não existem doenças e tudo é lindo e belo, já o restante vive no planeta Terra que está superpopuloso, poluído e arruinado. Conhecemos então Max (Matt Damon, “Compramos um Zoológico”) que após sofrer um acidente no trabalho e ter recebido uma carga letal de radiação, aceita uma difícil missão para salvar a sua vida e também tentar trazer mais igualdade para todos.
Era um dos filmes mais esperados deste ano para muitas pessoas, mas o roteiro pouco inova e pouco exige do espectador que tem apenas que acompanhar mais uma história manjada de um sujeito predestinado desde pequeno a salvar o mundo. Ao invés de criar uma trama mais interessante, parece que Neill preferiu utilizar o tom fatalista para justificar as motivações de cada um, o personagem de Matt Damon sofre uma radiação letal e vai morrer em poucos dias, a filha de sua ‘companheira’ de infância interpretada por Alice Braga (“Predadores”) também está bem ruim, e por aí vai.
O elenco é bom e conta com um Matt Damon competente e uma Jodie Foster (“O Silêncio dos Inocentes”) bem segura e convincente em seu papel (que inicialmente foi escrito para ser de um personagem masculino). Sharlto Copley, que era o ‘mocinho’ de “Distrito 9” interpreta um vilãozinho qualquer e tenta extrair o máximo de seu personagem pouco interessante. Na parte brazuca do elenco Alice Braga trabalha direitinho mas tem pouco destaque, já Wagner Moura (“A Busca”) está excelente em seu papel de um hacker meio maluco e explosivo que é uma espécie de ‘referência’ para todos aqueles que querem entrar em Elysium ilegalmente.
A parte dos efeitos visuais está muito acertada mais uma vez, Blomkamp traz novamente uma ambientação futurista mas de uma forma que deixa tudo parecer muito real. O planeta terra super populoso, cheio de problemas e bastante arruinado faz lembrar até os cenários da franquia Mad Max. Isso tudo ajuda a deixar a história e todos os acontecimentos mais críveis ainda que seja difícil aceitar que um sujeito com um lança foguetes no planeta terra acerte 2 naves no espaço em segundos. Nada que prejudique o resultado final.
De Distrito 9 pra Elysium eu diria que o cineasta Neill Blomkamp deu alguns passos para trás e chegou no limite do aceitável. Ainda que traga consigo mais uma vez o “cunho social” em uma história fantasiosa e que isso seja, ao meu ver pelo menos, bastante válido, vamos torcer que em seus próximos trabalhos ele se arrisque um pouco mais e saia do básico, pois de cinema “feijão com arroz” a gente já está muito bem servido.
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- Em determinada cena Wagner Moura solta um “PORRA, CARALHO”, muito divertido.
Elysium (2013 – 109 min)
Ficção Científica, AçãoUm filme de Neill Blomkamp com Matt Damon, Jodie Foster, Sharlto Copley, Diego Luna, Wagner Moura e Alice Braga.
muito bom, história interessante, bem legal de assistir…e Wagner Moura atuou muito bem….só queria que elysium fosse mais explorado e não se concentrasse em apensas um local..mais o final foi válido eu gostei..pelo menos os brasileiros se destacaram no filme, tiveram maiores participações
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Quero ver!!
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É isso, poderia ser muito mais, uma pena que ele não conseguiu nos surpreender positivamente, novamente.
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Depois de ver Distrito 9( que é um puta filme) achei que o Neil iria inovar de novo, mas pelo que perece ,não aconteceu,ainda não vi o filme,mas parece divertido.Agora é só esperar por “Gravidade”.
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É, tá todo mundo falando que o filme é apenas “ok” mesmo.
Vou ver se consigo assistir ainda essa semana.
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Realmente tem um ar de Mad Max em alguns momentos, boa lembrança.
Tinha muitas expectativas também e o resultado final acabou decepcionando. Esse lance de se sacrificar e salvar o mundo meio que já deu. Os diálogos daquela freira me deixaram agoniado, já dava pra saber o que ia acontecer logo no começo!
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Acho que ele sofre mais da grande expectativa em torno de seu novo trabalho do que um retrocesso de fato. Se analisarmos é importante um diretor mostrar-se competente em filmes mais genéricos para conseguir acesso a grandes orçamentos.
À época de Distrito 9 Neil reclamou demais das dificuldades e que só conseguiu fazer aquilo devido a ajuda de Peter Jackson que bancou muita coisa, principalmente os efeitos, emprestado o know how da ILM. Agora com o orçamento mais gordo ele realiza um filme competente e com um foco diferenciado. Achei uma investida válida e um passo à frente e não para trás.
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ainda não vi,por falta de tempo mesmo,mas verei em breve 🙂
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É preciso se considerar o contexto das coisas. Eu esperava um filme melhor mesmo sabendo que ele seria bastante podado (mais orçamento + filme mainstream = roteiro fácil pro grande público), mas não imaginei que seria tanto. Até dá pra ver onde foi que os caras obrigaram ele a fazer as saídas comuns de roteiro.
Pra falar a verdade o argumento do filme já começa batido (e é bem parecido com Battle Angel Alita) 😛
Mas eu curti o filme, principalmente por achar que o Neil merece ganhar uma grana de vez em quando. Depois ele aparece com um novo projeto mais autoral aí 😛
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Quanto ao fato de ser um blockbuster e Neil merecer fazer caixa também concordo contigo. Deixa o homem trabalhar hehehe.
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Wagner Moura foi excelente mesmo como você disse, salvou o filme pra mim.
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