Upstream Color

Um homem e uma mulher são unidos através de um organismo e, a partir daí, suas reais identidades se tornam uma verdadeira ilusão enquanto eles lutam para reunir os fragmentos de suas vidas destruídas. Louco isso não? Bem, essa é mais ou menos a sinopse de “Upstream Color, filme de Shane Carruth que venceu o prêmio do júri no festival de Sundance de 2013.

Definitivamente é o tipo de filme que precisa ser assistido e assimilado aos poucos, o que pode deixar frustrados aqueles que estão acostumados a acompanhar histórias mastigadinhas ou que, ao menos, quando encerradas tragam um sentido de forma mais clara. Lembra um pouco os filmes de Terrence Malick (“A Árvore da Vida”, “Amor Pleno”) mas sem as partes que “te puxam” para o mundo real, é muito mais poesia, abstração e som do que qualquer outra coisa.

upstream color

Shane Carruth já havia conquistado o prêmio do júri no mesmo festival em 2004 com seu filme de viagem no tempo “Primer” – cheguei a listá-lo aqui num top 10 de filmes que você deveria conhecer – o que ‘certifica’ de certa forma o seu talento. Além de dirigir e escrever o roteiro, ele é um dos protagonistas, mas quem se destaca mesmo aqui é a atriz Amy Seimetz que interpreta a personagem que acompanhamos desde o início dessa insana história.

Falar mais sobre “Upstream Color” é um exercício não muito promissor já que até mesmo tentar explicar a sinopse é um trabalho complicado. Uma mulher que sofreu uma experiência/operação onde recebe (lá ela) um organismo que criou um elo entre ela e um porco (sim, o animal). Certo dia ela se apaixona por um rapaz que, aparentemente, sofreu a mesma intervenção já que apresenta os mesmos sintomas que ela. De repente os dois se veem (acho que agora é sem acento mesmo) conectados e a partir daí seguem numa jornada de descobertas (ou não!).

oinc oinc
oinc oinc

Como classificar uma obra como esta? Simplesmente assista se você for uma pessoa curiosa e que gosta de enfrentar filmes inusitados e que trazem alguma complexidade na construção da trama e na forma como tudo é apresentado. Existe um elo em todas as cenas e sequências que parece ser frágil, mas ele está lá deixando tudo conectado, por mais que quem o assista não encontre a(s) resposta(s) de bandeja quando o desfecho do filme é apresentado.

***

  1. É um filme bem difícil de ser assistido. Arrisque e depois me conte a experiência aqui nos comentários
  2. Sem dúvidas é um dos (senão o) filmes mais insanos que já assisti nos últimos tempos.
  3. Sim, vai ficar sem classificação

upstream colorUpstream Color (2013 – 96 min)
Drama, Ficção Científica.

Um filme de Shane Carruth com Amy Seimetz, Frank Mosley e Shane Carruth.

5 comentários sobre “Upstream Color

  1. Primer é daqueles filmes que você tem que prestar 100% de atenção pra TENTAR entender o que acontece. Ele fica ainda melhor quando você lê sobre ele e assiste de novo.

    Desde então fiquei curioso para ver o que o Shane Carruth faria na sequência e nove(!) anos depois ele reaparece! Acho que enfrentarei este Upstream Color eventualmente. Boa dica.

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    1. Claro, tudo faz parte do ciclo da vida amigo.

      Achei esse filme apesar de bem doidinho, mais fácil de entender do que Primer, mas confesso que vi tem tanto tempo que precisaria revê-lo. O que lembro é que todos tinham uma conexão com os outros depois de passarem pelo experimento, é uma espécie de “clonagem sensorial/existencial” de vidas.

      É, tens razão, Primer é mais fácil hehehehe

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