Clube de Compras Dallas (Dallas Buyers Club)

Com mais de 40 prêmios conquistados, dentre eles dois oriundos das seis indicações ao Oscar de 2014, “Clube de Compras Dallas (Dallas Buyers Club)” torna-se uma daquelas obras com tantas credenciais que nem precisa de maiores recomendações. Além de ter na linha de frente duas atuações incríveis e ‘oscarizadas’ (Matthew McConaughey e Jared Leto), o filme se baseia em fatos reais e possui uma daquelas bonitas histórias de luta e perseverança.

Na trama vamos acompanhar, em meados da década de 80, a jornada do texano Ron Woodroof (Matthew McConaughey, “O Lobo de Wall Street”) que é diagnosticado com AIDS e ouve do médico que só tem 30 dias de vida. Quando finalmente aceita sua condição, ele inicia uma longa batalha para sobreviver, lutando aí não só contra a doença como também contra a indústria farmacêutica e o governo.

Você tem 30 dias de vida
Você tem 30 dias de vida

No início da epidemia da AIDS nos anos 80 a doença era muito ligada aos homossexuais, o que acaba trazendo transtornos e revolta para Woodroof, um texano metido a machão que além de lidar com o preconceito de seus amigos vai precisar vencer seus próprios preconceitos ao mesmo tempo em que começa a travar uma grande batalha contra o FDA, orgão gorvenamental americano que lidava com os medicamentos para tratar os pacientes soropositivos.

O tal “Clube de Compras” do título se dá por conta do meio que Woodroof encontra para se manter vivo na luta contra a doença (por muito mais tempo que lhe deram), traficando drogas ainda não regulamentadas e criando uma espécie de associação que aos poucos vai angariando vários e vários sócios e sendo alvo de “perseguição” do FDA.

O ponto forte do filme se dá mesmo por conta das atuações, tanto Matthew McConaughey quanto Jared Leto, que aqui interpreta um travesti que aos poucos vai se tornando um grande parceiro do vaqueiro machão, se entregam bastante ao papel e conseguem atuações realmente memoráveis e dignas de Oscar. E a entrega é também física, ambos perderam muito peso. Existe uma cena em que Jared Leto está sentado sem camisa que chega a ser assustadora de tão magro que ele ficou.

clube de compras dallas

Dirigido por Jean-Marc Vallée, “Clube de Compras Dallas” é daqueles dramas com jornadas edificantes e que traz de carona uma história muito bonita de se acompanhar, não é lá muito original ou inovador mas segue aquele protocolo básico que (quase) sempre funciona.

***

  1. A discussão relacionada à “máfia” dos medicamentos também é bem pertinente e parece que nunca envelhece.
  2. Os mais novos talvez não entendam como era difícil a questão do tratamento dos soropositivos nos idos dos anos 80 e 90. Pouca informação e poucas opções.
  3. Tirando as atuações, não vi nada de espetacular no filme em si, ainda que seja um bom filme com uma bela história.

Bom: Classificação 3 de 5

full-dallas-buyers-club-poster-dvd-277245591Clube de Compras Dallas (Dallas Buyers Club, 2013/2014 – 117 min)
Drama

Dirigido por Jean-Marc Vallée com roteiro de Craig Borten e Melisa Wallack. Estrelando: Matthew McConaughey, Jared Leto, Jennifer Garner, Steve ZahnDallas Roberts, Kevin Rankin e Denis O’Hare.

11 comentários sobre “Clube de Compras Dallas (Dallas Buyers Club)

  1. Não é um grande filme mesmo, mas é um filme bem feito e acho que a reconstituição de época, a questão do início da doença, as dificuldades, o preconceito é muito bem construída. E claro, as atuações são destaque.

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  2. Achei melhor do que você terminou atribuindo Márcio, não é um filme espetacular, mas competente e bem trabalhado no geral. As atuações dos protagonistas elevam o nível bastante do geral.

    Como disse antes, quando analisei 12 Anos de Escravidão, ainda acho que o Oscar devia ter ido para o personagem principal deste filme ao invés do Matthew. Tenho uma impressão que não veremos ele tendo muitas oportunidades mais de ganhar um prêmio desses, enquanto o Matthew penso o oposto.

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  3. Com certeza Márcio. Se for analisar friamente é possível captar a velha mensagem de que há “males que vem para bem”.

    O cara era o típico escroto antes de ter a doença e passou a ver como é o outro lado e aprendeu com isso, pelo menos é assim que ficou retratado no filme. Não é uma redenção, mas há edificação sim.

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