Sob a Pele (Under the Skin)

Mais do que apenas aquele filme em que Scarlett Johansson aparece completamente nua, “Sob a Pele (Under the Skin)” traz uma mistura interessante (e corajosa) entre horror e suspense numa produção que foge um pouco do convencional e brinca com o bizarro e o estranho de maneira a causar um certo desconforto ao espectador, coisa que há muito tempo o cinema deixou de fazer (deram lugar aos sustos bobos e fáceis) em produções do gênero.

Na trama vamos acompanhar uma mulher sedutora que passeia pelas ruas da Escócia em uma van atraindo homens incautos com seus encantos e sua incrível beleza. Uma vez seduzidos eles a acompanham até a sua casa, crentes que estão se dando muito bem, para servirem de jantar para este ser alienígena.

Scarlett nude

Pouquíssimos diálogos, muitas experimentações e estímulos sonoros e visuais diferenciados em meio a mais uma atuação incrível dessa atriz que está sabendo diversificar sua carreira passeando em diversos e diferentes gêneros. Além de demonstrar bastante desenvoltura nas cenas em que aparece tirando a roupa (e que mostra que ela é perfeita por ter suas imperfeições como qualquer mulher normal), Scarlett Johansson era definitivamente o nome de peso que o diretor Jonathan Glazer (de poucos filmes como Reencarnação com Nicole Kidman e muitos trabalhos musicais com o Radiohead) precisava para atrair alguns holofotes para esse seu trabalho. Mais do que um rosto (e corpo) bonito, Scarlett é uma atriz que está trilhando bem o seu caminho em hollywood.

A direção de Glazer é bastante acertada e encontra na fria e pouco aconchegante Escócia e também na contundente trilha sonora aliados perfeitos para instaurar um clima que relembra antigos clássicos de Kubrick, Lars Von Trier ou até mesmo dos contos de H.P. Lovecraft. Existe uma sensação quase hipnótica que nos move até o fim e que, em determinada parte (quando ela começa a se afeiçoar a nós humanos e tentar nos compreender melhor), nos faz até torcer por aquela que está consumindo (literalmente) vidas ao seu bel prazer.

undertheskin

Não é para grandes plateias e, por mais que seja um filme com uma história fácil de ser entendida, um ser outro mundo (dimensão?) que devora incautos no jantar, o ritmo cadenciado e todo o clima ‘bizarro’ pode repelir aqueles que vão para o cinema esperando ver Scarlett Johansson pelada uma nova versão de ‘A Experiência‘ ou qualquer coisa similar. Destino certo para futuras listas de grandes clássicos cult do horror/suspense que não tiveram sucesso nas bilheterias.

***

  1. Vai atrás de assistir Scarlett peladinha? Saiba que suas vítimas também tiram a roupa…
  2. Na sessão que eu fui um sujeito dormiu tanto que seu celular tocou, até o fim, por duas vezes até que ele acordasse e atendesse durante o filme como se estivesse em casa assistindo ao Super Cine.
  3. Existe um sujeito em determinada cena que aparece com a cara deformada. Não é maquiagem ou qualquer coisa similar, ele possui uma doença rara em sua face e luta todos os dias contra o preconceito.

Ótimo: Classificação 4 de 5

under-the-skin-posterSob a Pele (Under the Skin, 2013/2014 – 108 min)
Horror, Suspense

Dirigido por Jonathan Glazer com roteiro de Walter Campbell baseado em romance escrito por Michel Faber. Estrelando: Scarlett Johansson, Jeremy McWilliams, Lynsey Taylor Mackay, Dougie McConnell, Kevin McAlinden e D. Meade.

5 comentários sobre “Sob a Pele (Under the Skin)

  1. Vou conferir. Pelo teu relato, se parece ao sueco “Deixe Ela Entrar”: “Pouquíssimos diálogos, muitas experimentações e estímulos sonoros e visuais diferenciados”. Outro filme que não é para o grande público.

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  2. Só discordo da parte da história ser de fácil entendimento. Eu pelo menos fiquei o tempo todo me perguntando o que o diretor estava querendo dizer, qual a mensagem. Me lembrou muito os filmes de David Lynch.

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    1. A história é bem simples, ela devora garotinhos no café da manhã, depois de algum tempo e principalmente depois de conhecer o anão deformado ela começa a se afeiçoar pelos humanos e tenta compreendê-los melhor e aí depois tem aquele final. Não vi nada de outro mundo na história, a questão é que as outras partes relacionados a imagem, som e tal são realmente bem diferentes.

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