Invasão alienígena, dia que se repete, viagem no tempo, o destino do planeta nas mãos de valorosos soldados, tudo isso já foi visto centenas de vezes por qualquer um que assista filmes com a mínima frequência. Sem criar nada de novo, “No Limite do Amanhã (Edge of Tomorrow)” é um “mexidão” de várias coisas já vistas em outras obras bastante conhecidas que tinha tudo para dar errado mas que incrivelmente funciona, diverte e se sobressai bastante a outras produções do gênero, tornando-se um dos maiores sucessos de público deste ano de 2014 com muito merecimento.
Na trama vamos acompanhar a empreitada de Bill Cage (Tom Cruise, “Oblivion”) que é obrigado a juntar-se às forças armadas e ir para a linha de frente do confronto final diante dos alienígenas que estão tomando o nosso planeta. Pouco depois que desce para a batalha numa praia ele morre e, inexplicavelmente, revive o dia que chegou às forças armadas. Entrando numa repetição infinita de mortes e ressureições, Cage vai adquirindo mais conhecimento e aprimorando suas habilidades para tentar salvar o mundo com o apoio da guerreira Rita Vrataski (Emily Blunt, “Looper – Assassinos do Futuro”).
Uma das coisas mais inusitadas deste filme dirigido por Doug Liman é notar que ele pode ser considerado como a melhor adaptação dos videogames para o cinema já criada, mesmo não sendo uma. A cada vez que o protagonista morre e revive é como se um ‘save game’ estivesse sendo ativado. Quando Cage retorna, desta vez podendo antecipar alguns movimentos e sabendo um pouco mais dos desafios, suas ações seguintes são facilitadas uma vez que ele aprendeu e memorizou alguns acontecimentos.
O dia é revivido não uma ou duas vezes, mas centenas e tudo isso poderia facilmente se tornar incômodo para o espectador devido a tantas repetições, mas tanto a direção e roteiro quanto a montagem das cenas constrói uma ‘estrutura’ que funciona muito bem. A cada instante é apresentado algo diferente e algumas vezes ‘cortes rápidos’ mostram o aprendizado que Cage vai tendo a cada morte sofrida e, de quebra, ainda restam alguns ótimos momentos de humor, principalmente relacionados a algumas mortes estúpidas sofridas pelo protagonista.
A lista de pessoas que tem ressalvas com Tom Cruise é imensa, mas é inegável que ele sempre se dedica bastante aos seus trabalhos e parece que ultimamente tem acertado em suas escolhas. Ainda que seu personagem pareça pedir por alguém mais jovem, ele não deixa a desejar mesmo sabendo que nunca entra em uma produção para perder, ele tem que ser o herói que vai salvar o dia. Dividindo os holofotes principais temos uma incrível Emily Blunt que faz uma dupla bem carismática com Tom. Do elenco coadjuvante existem alguns bons nomes, mas o destaque fica com Bil Paxton (“Hatfields & McCoys”) interpretando o divertido Saregento Farel.
Infelizmente a sequência final acaba escolhendo um caminho mais fácil e confortável para não desagradar o grande público, os poucos que esperavam um “algo mais” ou uma saída mais inteligente para o encerramento da história inevitavelmente acabarão por se decepcionar com os minutinhos finais, mas nada que estrague a diversão e todos os acertos deste que é, desde já, um dos melhores blockbusters do ano.
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- Emily Blunt armada até os dentes e com uma espada GIGANTE nas mãos e descendo a porrada bonita nos aliens. É imperdível, vá por mim.
- As ‘Exosuits’ que os atores vestiram para as cenas de combate pesavam entre 40 a 55 kilos, o que exigiu da Emily Blunt 4 meses de preparo físico especializado.
- O filme é adaptado do livro “All You Need is Kill” de Hiroshi Sakurazaka.
No Limite do Amanhã (Edge of Tomorrow, 2014 – 113 min)
Ficção Científica, Ação.Dirigido por Doug Liman com roteiro de Christopher McQuarrie, Jez Butterworth e John-Henry Butterworth adaptando romance de Hiroshi Sakurazaka. Estrelando: Tom Cruise, Emily Blunt, Bill Paxton, Brendan Gleeson, Noah Taylor, Jonas Armstrong, Tony Way, Kick Gurry, Franz Drameh, Dragomir Mrsic e Charlotte Riley.
O filme é bem legal mesmo, pena que no final opte pelo caminho mais fácil.
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Bom filme! Até acima das minhas expectativas. Emily Blunt é ótima e o Tom está muito bem também. Concordo com alguns probleminhas de escolhas mencionados também, mas nada que comprometa o resultado
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as chances de eu gostar deste são enormes. ano passado eu já havia gostado de oblivion… e essa sci-fi parece ainda melhor. hei de conferir.
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Divertido, é, não discordo. Mas, tem muitas coisas óbvias e repetitivas. De qualquer maneira, isso não chegou a me incomodar. Incomodou mesmo foi o final, não apenas por querer agradar as plateias de hoje, mas por não fazer o menor sentido diante das regras apresentadas.
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Tom Cruise a cada dia vem acertando em seus papeis, escolhendo filmes cada vez melhores, saí do cinema já querendo ver de novo….
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