Eu, o velho chato do cinema

Apesar da cara de site/magazine, isso aqui ainda é um blog pessoal e, para tanto, vou utilizar este espaço para falar mais uma vez, melhor dizendo, reclamar novamente – coisa de velho chato – sobre a chatice e depressão que se tornou ir ao cinema nos tempos atuais (sim, velho reclama de tempos atuais).

Leia também: Tipos de espectadores que infelizmente encontramos nos cinemas.

Porque ninguém mais quer ir ao cinema assistir o filme? “Interstellar” acabou de estrear e as salas já estão cheias de pessoas conversando em voz alta durante TODO O FILME, outros mexendo no celular (na certa vendo se os ‘checks’ azuis vão aparecer ou não…) e incomodando os, pelo visto poucos, que ainda querem ver o filme em paz.

Selfie no cinema, tendência

A turma que entra correndo em cima da hora e vai comer algo e faz a zuadinha dos pacotes e etcs, de verdade, não me incomodam nem um pouco até porque rapidinho acabam e seguimos em paz. Mas a turma que acha que está na sala de casa vendo domingo maior com sua família não dá.

Eu nem sou daqueles chatos que ficam pedindo silêncio e reclamando porque na maioria das vezes só gera stress e confusão. Infelizmente fico lá chateado (dessa última vez mesmo devia ser o único assim na sala pelo visto) e incomodado.

Procure outros horários e outros cinemas! Retruca com o mesmo ar que o cientista do filme de Nolan explica com caneta e papel (inclusive furando o papel com a caneta) sobre o buraco de minhoca o jovem meritocrata de camisa engraçadinha com ar de sabichão.

Talvez antigamente quando ainda era possível assistir um filme legendado (SEM SER EM 3D) em um horário de Deus e num cinema legal fosse possível fazer isso, hoje filme legendado 2D é mais raro do que ver o meu time vencendo um jogo (e olhe que ele se chama Vitória!).

Leia também: Entrar na Magia do Cinema, missão impossível.

Não existe mais horário, dia, local, a onda do momento é ligar o foda-se e entrar na sala de cinema. Os dois otários chatos que estão reclamando de silêncio que assistam em casa trancado seus filmes, não é mesmo? Ou quem sabe comprem um cinema só para eles.

Utopia: Um cinema pra chamar de seu
Utopia: Um cinema pra chamar de seu

O último refúgio que existe são as cabines de imprensa que sou sempre gentilmente convidado a participar, só preciso ou abandonar o emprego ou ganhar na loteria para poder assistir a todas elas nos horários que aqui passam, segunda a quarta pela manhã.

Num futuro não muito distante deverei comentar aqui ou em outro lugar: “Saudades do tempo que o pessoal apenas conversava e mexia no celular durante as sessões de cinema…

15 comentários sobre “Eu, o velho chato do cinema

  1. Reclama sim, man. Com educação, constrangendo com um tom amigável.

    “De boa, bróder. Pode fazer um pouco de silêncio ?”

    Sem gritar, mas numa altura em que as pessoas ao redor ouçam. Descobri que é mais eficiente que dar uma de maluco. (O que ainda faço às vezes quando não dá certo)

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    1. Vou tentar usar essa tática. Eu já vi de tudo, uma mulher levantando e gritando com o guri até ele sumir dentro da cadeira e já vi gente pedindo educadamente.

      As vezes funciona, as vezes o maluco é a gente hehehe

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  2. Felizmente por aqui quase nunca enfrento esse problema, mas quase nunca foi no cinema num horário muito “pop” tipo final de semana final da tarde e a noite. Mas que isso é foda, isso é.

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    1. Velho, eu já tentei ir nas últimas sessões e já tive experiências ruins, já fui em horários tipo 12:45 e mesmo assim não teve jeito.

      Eu não sei aí em Brasília, mas aqui é muito raro ir ao cinema e dar a sorte de ter um público educado. Independente do horário.

      Ai vem outro problema, filme legendado as vezes 17hs, como vou durante a semana? Só dá pra ir no fds mesmo. Terrível.

      Até os cinemas que eram vazios e sem muita gente a turma da zueira já descobriu.

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  3. Eu concordo completamente que a galera não sabe se portar no cinema e que isso me irrita muito! Sabe aquela criatura que sempre larga um “psshhhh” pra ver se o povo faz silêncio? Geralmente sou eu! Deixo o celular no silencioso e boto no modo avião que é pra não nenhum aviso de nenhuma rede social pra me distrair. Ainda considero o cinema um templo sagrado aonde eu vou exercitar uma verdadeira adoração, uma experiência quase religiosa de encontro de almas entre eu e o que / quem está na tela. Compreendo e compartilho totalmente do seu sentimento!

    Maaaass……

    Sou extremamente emotiva e extremamente empolgada com cinema, e quando o assunto for exteriorizar emoções causadas pelo filme eu não me seguro meishmo, tô nem aí pros outros. Vou dar dois exemplos aqui.

    1) Pulp Fiction é o meu filme preferido da vida toda. Top 1. Eu sei o filme inteiro de cor, todas as falas, de todos os personagens, em todas as cenas, incluindo as letras das músicas da trilha sonora. Aí o Cinemark pega e me passa ele ao meio-dia de domingo numa daquelas sessões de clássicos. Era mesmo pra eu ficar quieta? Calada? Desculpa, mas não ia dar mesmo! Qualquer fã de Pulp Fiction que tenha passado por essa experiência sem ter o delicioso prazer de recitar Ezequiel 25, 17 junto com Jules Winsfield merece ter a carteirinha de fã confiscada!

    No primeiro exemplo, eu acho que eu tinha licença poética, porque se tratava de uma reprise de um filme de quase 20 anos, então acho que tá tudo certo. O que eu quero falar mesmo é sobre o segundo exemplo.

    2) Essa semana eu fui assistir Interestellar logo no primeiro dia porque tava muito ansiosa pra ver e tava morrendo de medo de spoilers. Não, eu não fiquei batendo papo, nem no celular, nem nada assim, mas tenho certeza de que quem tava perto de mim não gostou muito não. Ainda não tenho condições emocionais de falar sobre o filme ( ❤ ❤ ❤ ), mas certamente quem tava perto de mim no cinema sabe exatamente o quanto eu senti em cada momento do filme. Cinema é arte e arte é emoção. Teve risada, teve (muito) choro, teve susto, teve uhuu, teve mãozinhas pra cima, teve murro no ar, teve pulo da cadeira, teve aperto na mão do amiguinho do lado, teve tapa na perninha dizendo "olhe só isso!", teve tremedeira, soluço, mão no rosto, palma, mudança de posição na cadeira, e teve alguns comentários com o amiguinho do lado, porque não tinha como conter minha gente!!!

    A quem estava perto de mim em Interestellar, só me resta pedir desculpa pelo incômodo. Mas é isso aí mesmo, não posso me conter, já que paguei aquele ingresso caro justamente para me emocionar!

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    1. Clarita, quanto tempo aqui no blog hein ? hehehe

      Bom, quanto a externalizar emoções por conta do filme eu também acho válido, rir, chorar, se empolgar com alguma cena, tomar um susto e gritar, ok, o problema é ficar de bate-papo tipo comentarista de futebol durante TODO o filme. Ou pior ,ficar narrando os acontecimentos em voz alta: “olha, lá vai, vai atirar no fdp. Eita, vai morrer, meu deus!” hehehehe

      Complicado viu.

      Eu lembro de uma sessão do Retorno do Rei que a turma toda no cinema vibrou que nem gol aos 47 do segundo tempo quando a tropa fantasma chegou para ajudar na guerra.

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  4. tá cada vez pior parceiro… mas isso é um retrato da má educação da geração atual. a sala de cinema está funcionando como um microcosmo da sociedade…

    eu tive sorte nas últimas duas sessões que fui, inclusive a de Interestelar, que assisti na hora do almoço na sexta-feiram com apenas 30% da sala ocupada.

    uma vez peguei uma sessão de cisne negro que uns adolescentes não paravam de falar, inclusive fazendo comentários dementes sobre algumas cenas do filme… depois de um 10 minutos eu não aguentei, virei, olhei para trás e pedi silêncio com educação. POR SORTE, uns 5 minutos depois eles saíram do cinema. ufa.

    meu pai uma vez demonstrou uma certa ignorância (necessária) nessa questão, mas que teve resultado. tinha uma piazada fazendo zona, jogando até pipoca… aí meu pai levantou da cadeira e proferiu: CALA A BOCA SEU DIABO!!! hauhauhua… fez-se o silêncio.

    mas tá uma merda mesmo… e o futuro é apocalíptico.

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  5. Concordo plenamente com que você fala, as melhores sessões que já peguei são aquelas em que não tem quase ninguém, a experiencia se torna muito mais intima.

    Outra coisa que acontece aonde moro (belém) é que os filmes que quero ver quase nunca vão para os cinemas, só vão comedias imbecis, filmes de terror vazios e blockbusters. Filmes como “Boyhhod” e “Garota Exemplar” nem pensar!!

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    1. Pois é meu caro, Boyhood também não apareceu por aqui, por enquanto as distribuidoras acreditam que apenas São Paulo e Rio merecem ver este filme. Absurdos da distribuição dos filmes no Brasil.

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  6. Fico extremamente irritado com gente que toda vez que vai cruzar as pernas bate com pé atrás do seu banco. Ou pior, acha que pode apoiar o pé no seu banco e ficar balançando. Geralmente na segunda ocorrência eu já viro pra trás e falo alto pra pessoa parar de bater o pé de forma que ela passe um pouco de vergonha.

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    1. É uma pena que, no final das contas, a gente tenha que se passar de “inconveniente” com os outros, e a cilpa é que eles que são os folgados e não sabem dividir um espaço socialmente.

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