O início do fim de uma das maiores (e melhores) franquias do subgênero “jovem adulto” já criadas para o cinema, “Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1 (The Hunger Games: Mockingjay – Part 1)”, deixa a ação um pouco de lado para tratar de temas mais ‘cerebrais’. Talvez por esse motivo seja (até aqui) o filme menos “empolgante” da franquia, mas verdade seja dita, segue abordando temas ‘complexos’ de maneira muito interessante como poucas produções do gênero conseguem.
A história se inicia momentos após o desfecho do filme anterior, quando Katniss (Jennifer Lawrence, “Trapaça“) detona com a 75º edição dos ‘jogos vorazes’ e é levada para o Distrito 13 após o seu distrito (o 12º) ser destruído pela capital. Mesmo com a cabeça toda voltada para Peeta (Josh Hutcherson, “Ponte para Terabítia“), que acabou sendo capturado pelo pessoal da capital, ela recebe a presidente do Distrito 13 Alma Coin (Julianne Moore, “Sem Escalas”) que tenta convencê-la a se tornar o símbolo de um levante para a revolução contra o governo opressor da Capital de Panem.
A trama desta primeira parte de “A Esperança” abre alguns caminhos (e questionamentos também) bastante interessantes, um deles é a forma como o ‘jogo da mídia’ é utilizado aqui. Se antes acompanhávamos a Capital utilizando-se dela para ‘enganar’ e seguir controlando ao seu bel prazer a população, agora é a vez do ‘pessoal da revolução’ utlizar a mídia a seu favor. Toda a sequência onde são vistos os esforços para tornar Katniss o símbolo da revolução (o Tordo) são muito bem conduzidos e, algumas partes como por exemplo quando JLaw canta uma canção, chegam a arrepiar.
O elenco conta com algumas novas carinhas e segue com ótimas atuações, com um destaque que carrega um grande pesar que é a atuação do ator Philip Seymour Hoffman, que faleceu faltando uma semana para suas filmagens terminarem. A chegada da Julianne Moore e Natalia Dormer (a Margaery Tyrel de Game of Thrones) também são muito bem vindas e mostram novas e fortes personagens femininas que não apenas a protagonista que, convenhamos, aqui está mais contida e em alguns momentos poderia se doar um pouco mais.
Saem as cores berrantes da Capital e entra a ‘montonia cromática’ de um distrito militar e igualitário. Esses detalhes mais ‘artísticos’ e do trabalho com figurino aliados a mais um excelente trabalho na parte técnica e nos efeitos especiais, contribuem e muito para dar o tom e ditar o ritmo necessário para colocar o espectador (mais uma vez) dentro do contexto proposto pela obra adaptada da metade inicial do terceiro e último livro escrito pela Suzanne Collins.
É complicado avaliar algo dilacerado ao meio como “Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1”. Não à toa é o filme mais curto da série. O enfoque dado aqui infelizmente tirou um pouco da ação que, com toda a certeza, deverá ficar guardada para a segunda parte desta franquia que segue trazendo importantes reflexões para o espectador mal acostumado com produções que solicitam a ausência de pensamento e, só por isso, já vale o seu tempo e dinheiro.
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- A revolução do “povo” contra o “governo opressor” começar pelo distrito 13 é mais um plano dos petralhas.
- Natalie Dormer raspou de verdade metade da cabeça para fazer a icônica personagem que acompanha Katniss nas ‘filmagens’ do levante revolucionário.
- O ator que faz o Gale, Liam Hemsworth, deveria ser mais forte por ser irmão do Thor…
- Minha classificação flutou entre 3 e 4 controles, mas como Katniss só atirou uma flecha durante todo o filme, resolvi ser certeiro que nem ela e aproximar pra cima.
Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1 (The Hunger Games: Mockingjay – Part 1 2014 – 123 min)
Aventura, Ficção CientíficaDirigido por Francis Lawrence com roteiro de Danny Strong e Peter Craig adaptando romance escrito por Suzanne Collins. Estrelando: Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth, Woody Harrelson, Donald Sutherland, Philip Seymour Hoffman, Julianne Moore, Willow Shields, Sam Claflin, Elizabeth Banks, Jena Malone, Stanley Tucci e Natalie Dormer, Elden Henson.
É difícil mesmo avaliar algo pela metade, mas também gostei do filme. Acho que tem muitas camadas ali, inclusive política (não, não é o 13, rsrs). Daqueles filmes que pode crescer muito após o final.
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O famoso efeito “fermento”, deixa o filme descansar um pouco na mente que ele vai crescer hehehe
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eu torcia o nariz para jogos vorazes… até que resolvi assistir. já posso me considerar um semi-fã. é uma pena que resolveram dividir o terceiro livro em dois filmes… como sempre, o lucro fala mais alto na indústria. de qualquer forma, parece que temos algo acima da média aqui.
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É acima da média mais pelos questionamentos levantados e por ser algo “inteligente” do que por ser uma obra empolgante como as anteriores da franquia.
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Nessa discordaremos completamente Márcio. O filme é muito fraco no geral e não se justifica, nada do que tenha sido apresentado aqui já não tinha sido falado nos demais então não apresenta-se nada novo.
Além disso as atuações seguem o mesmo padrão, uma coisa sem graça com Jennifer mostrando sua imensa dificuldade em demonstrar certas capacidades cênicas em inúmeros momentos. As coisas boas que houveram nos antecessores resumiram-se aqui a um ciclo interminável e cansativo de rotina, nesse ponto até adequando-se ao ambiente militar em que se foca.
Se ao invés de dedicar um episódio apenas para este longa tivessem feito como deveria em uma única tacada tudo teria sido muito melhor balanceado e ajustado. O mais fraco de toda uma série bastante superestimada.
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Concordo contigo que se fizesse apenas um longa seria melhor e, inclusive, minha nota quase foi 3 controles de 5 por conta de que realmente é o filme menos interessante da saga. Ainda assim acho que continua sendo uma obra inteligente e que não é superestimada de forma alguma.
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Pelo trailer não gostei muito,mas como faz um tempo que nao vou ao cinema vou dar uma oportunidade acredito que o do ano que vem seja melhor.
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Leve fé, vai ser difícil não ser até porque os caminhos que foram abertos nessa primeira parte prometem bastante.
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Pra mim é o filme mais interessante agora por finalmente explorar a parte mais interessante da história
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Ainda assim falta ação e falta “impacto” no filme que caminha num ritmo menos intenso que os anteriores.
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