Vamos botar água no feijão, clamava Chico Buarque em um dos seus grandes sucessos musicais, e é justamente o que Peter Jackson fez com “O Hobbit”, uma bela, infantil e linda aventura de pouco mais de 300 páginas escrita por Tolkien. Se antes parecia um exagero criar uma trilogia baseado nessa história, “A Batalha dos Cinco Exércitos” é a confirmação de um erro que, mesmo trazendo alguns momentos interessantes, acaba por dar um encerramento (oremos!) morno para as aventuras da Terra Média nos cinemas.
Iniciando no que deveria ser o desfecho do filme anterior, a trama começa com Smaug indo fazer churrasquinho na vila dos humanos. O resultado desta batalha deixa os anões liderados por um Thorin afetado pela “doença do ouro/dragão” clamando os tesouros da montanha para si e quebrando o acordo feito com os humanos, que acabam se aliando aos Elfos para reclamar parte do imenso tesouro de Erabor. Ao mesmo passo uma legião de Orcs liderados por Azog está a caminho e, a partir daí, a tal batalha dos cinco exércitos começa a se formar.
A estrutura de “O Hobbit – A Batalha dos Cinco Exércitos (The Hobbit – War of The Five Armies)” enquanto filme cinematográfico é desmontada por Peter Jackson para entregar uma batalha extensa e grandiosa mas que, verdade seja dita, traz algumas sequências bem interessantes e, tanto nas cenas de ação quanto na parte técnica, pode-se dizer que é uma obra quase impecável. Para quem assistiu em HFR (High Frame Rate) é um verdadeiro deleite ver a Terra Média e todos os personagens muito vívidos na tela.
É uma pena no entanto que a trama não consiga desenvolver muito bem estes personagens, até mesmo Bilbo (Martin Freeman, “Heróis de Ressaca“), em teoria o protagonista de toda a aventura, é deixado de lado e é quase desnecessário na história. Em determinada parte ele é jogado pra escanteio (posto para dormir) só pra não “atrapalhar” o clímax quase tântrico que é a guerra que gira em torno da tal montanha, super estratégica e importante mas que “some” em Senhor dos Anéis. Outra coisa que não funciona bem aqui são os momentos de humor que estão muito fora de tom, em especial os que envolvem o personagem Alfrid (Ryan Gage).
Algumas boas lutas e um final que traz uma nostalgia (já pode ter saudades de algo tão próximo?) muito boa da trilogia do Senhor dos Anéis, ainda assim, deixa claro que esticar para 3 filmes (mesmo tendo pego muita coisa de outros livros/contos e tomado algumas liberdades criativas) foi uma estratégia exagerada para arrecadar mais.

Pelas batalhas e por alguns momentos bonitinhos como o encerramento da história, “O Hobbit – A Batalha dos Cinco Exércitos” acaba (entre erros e acertos) quanto nada marcando o fim da Terra Média nos cinemas, pelo menos assim esperam todos os fãs do universo mágico e incrível criado por Tolkien.
***
- Tem um momento Sauron com os magos reunidos (Gandalf, Galadriel, Saruman) que é pura dorgas manolo. Psicodelia no mais alto nível para fritar seu cérebro.
- Tem uma outra cena no final do filme com Legolas que só pode ter sido criada para homenagear os games do Super Mario.
- Peter Jackson, chega né? Agradecido.
O Hobbit – A Batalha dos Cinco Exércitos (The Hobbit – War of The Five Armies, 2014 – 144 min)
Fantasia, Ação, AventuraDirigido por Peter Jackson com roteiro de Fran Walsh, Peter Jackson, Guillermo Del Toro e Phlippa Boyens adaptando obra literária escrita por J. R. R. Tolkien. Estrelando: Martin Freeman, Ian McKellen, Richard Armitage, Cate Blanchett, Benedict Cumberbatch, Evangeline Lily, Luke Evans, Orlando Bloom, Christopher Lee e Hugo Weaving.
Falou exatamente o que eu penso. Sem tirar nem por. Podia ter sido melhor? Podia, mas teve médio rsss
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Poderia ser melhor se ele deixasse a cena inicial aqui no final do outro filme, e se este 3º ato tivesse algum propósito de existir e uma história com as sequências bem montadinhas, mas o que vimos foi só um “pega, estica e puxa” heheeh
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eu ja gostei mais, a única coisa que eu tiraria do filme era aquele servo do mestre, totalmente desnecessário pra trilogia, Peter Jackson teve a oportunidade de matar ele junto com o mestre na introdução do filme mais não fez, tirando isso eu gostei como um todo, aceitei tudo muito bem, valeu apena pagar caro pra assistir essa preciosidade nos cinemas…
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Sem dúvidas que vale muito a pena assistir no cinema sim Thiago, inclusive se possível em HFR 3D que ficou muito bem feito e incrível.
Da trilogia gostei de todos, mas este encerramento foi o que menos me empolgou. Você pode tirar cenas e momentos inesquecíveis dos outros dois filmes como a parte na floresta negra com as aranhas, a invasão na ‘toca’ dos Goblins, aquela sequência no rio com os anões nos barris enfrentando os Orcs com os Eflos e tal, mas neste filme espeficiamente não sei se tem algum momento “inesquecível”. E este é apenas um dos motivos de achá-lo apenas “bom” e na medida do razoável.
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realmente não teve nenhum momento inesquecível, nem legolas com suas façanhas pulando em cima de pedras, conseguiu trazer esse momento,agora só me resta esperar a versão estendida, embora não precisasse de uma…rsrs
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no final das contas tivemos uma trilogia razoável que poderia ter sido muito melhor. esse personagem Alfrid para mim foi a pior coisa do filme, de longe.
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Eu gostei bastante dos dois primeiros, só achei que foram muito grandes. Esse terceiro foi o que menos me agradou mas ainda assim achei um bom filme.
No final das contas acredito que 2 filmes estava de bom tamanho, ficarei com algumas cenas inesquecíveis quando me lembrar dessa trilogia, nenhuma do terceiro filme, mas faz parte hehehe
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To dizendo. Guilhermo Del Toro jamais se submeteria a fazer uma aberração megalomaníaca dessas em forma de filme. Esse o Hobbit é uma antítese ao singelo livro que diz se basear. É o mais fraco dos três e só não deixa de ser recomendado, pois, como bem disse Márcio, tem alguns momentos interessantes, no máximo, que aliviam o abuso nos eventos trazidos.
Nessa nós vamos concordar bastante.
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Estaria em melhores mãos realmente Bill, mas Peter Jackson não resistiu e recebemos quase 9 horas de Hobbit.
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Concordo, acho que Del Toro daria o tom correto aos filmes. Jackson tenta se aproximar muito da trilogia anterior…
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Ainda não fui assistir, acho que vou na quinta.
Fiquei com menos preguiça quando descobri que tem menos de 3 horas de duração.
Agora se vc que é muito fã e gostou dos 2 primeiros deu apenas 3 controles fiquei com medo da minha reação. hahahahahah
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Como você é do contra, nunca se sabe hehehehe
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Li todos os livros. Vi todos os filmes anteriores. Não gostei da batalha dos cinco exércitos. Exceto pela cena inicial da batalha da elfa, do elfo e do mago contra Sauron, o filme foi meio chato, óbvio e sem emoção. E algumas cenas difíceis de engolir, como Legolas escalando pedras caindo, pegando carona no morcego, pessoas conversando tranquilmamente bem no meio de uma batalha mortal…
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Esqueci de comentar desses papos e abraços de “mano” no meio da guerra hahahaha estavam realmente difíceis né?
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Perfeito Marcio. Só acrescentaria a enorme quantidade de subtramas tolas.
E Legolas foi coroado como o maior FriendZoner da Terra Média. kkk
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Pois é rapaz, e todas essas subtramas e depois coisas necessárias só deixaram provado que realmente em 2 filmes, sendo bem conveniente com a exploração comercial, dava pra resolver tudo de maneira muito melhor do que como foi.
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Desnecessário três filmes, não temos dúvidas. E esse deixa isso bem claro. Falta trama. Apesar de concordar que as cenas de batalha tem momentos incríveis. Torço para Peter Jackson se aposentar e deixar a Terra Média em paz, ou talvez nas mãos de um diretor mais sensato.
Agora, uma justiça tem que ser feita em relação ao “sumiço” de Bilbo que você aponta. Isso é “culpa” de Tolkien, rs. Afinal, no livro, o hobbit desmaia logo no início e não participa da batalha. rsrs.
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Particularmente eu gostei do filme. Gostaria de fazer minha “crítica da crítica” em partes:
1) O material fonte que o diretor tinha em mão era extremamente inferior e pobre se comparado à riqueza dos três livros “O Senhor dos Anéis”. Realmente seria muito difícil fazer um filme superior à primeira trilogia. Mas como prelúdio amarrou muito bem as arestas e tornou-se um convite para se ver uma obra-prima maior.
2) “É uma pena no entanto que a trama não consiga desenvolver muito bem estes personagens, até mesmo Bilbo (Martin Freeman, “Heróis de Ressaca“), em teoria o protagonista de toda a aventura, é deixado de lado e é quase desnecessário na história. Em determinada parte ele é jogado pra escanteio (posto para dormir) só pra não “atrapalhar” o clímax quase tântrico que é a guerra que gira em torno da tal montanha, super estratégica e importante mas que “some” em Senhor dos Anéis.” – O diretor seguiu o roteiro do livro. Bilbo realmente torna-se um coadjuvante na Batalha dos Cinco Exércitos, caindo quando uma pedra lhe atinge o crânio. Não havia muito o que fazer para ele. A montanha em si é estratégica sim, pois na Guerra do Anel, Sauron envia tropas para reconquistá-la (esse fato não é mostrado no livro, somente em apêndices).
3) Realmente aquele servo do mestre é um desperdício. Foi um capricho desnecessário do diretor em estendê-lo além da conta. No entanto não creio que isso seja suficiente para rebaixar a nota de um filme.
4) Quanto ao Legolas pular nas pedras, não vi problemas nisso. Em “A Sociedade do Anel” ele caminha na neve sem afundar ou deixar pegadas e todos acharam isso muito maneiro. Se os elfos podem deixar seus corpos mais leves que o natural, qual é o problema da cena?
5) Mas não daria nota máxima para o filme. Não gostei da edição final. Muitas cenas que inclusive aparecem nos trailers foram omitidas, prejudicando o filme (vale lembrar que As Duas Torres também teve uma edição ruim, mas a versão estendida diminuiu bastante esses erros.) Aguardarei a versão estendida, pois deverá consertar esse estrago.
No mais, parabéns pelo blog e pela crítica!
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Obrigado pelo elogio e parabéns pelo excelente comentário 🙂
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Cansativo! Mas reservou alguns bons momentos.
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Sim, reservou mesmo e bem por isso mereceu as três estrelinhas 🙂
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“Peter Jackson, chega né? Agradecido.”
Se for como esses O Hobbit, chega. Mas se for bem feito (quem sabe no futuro) não, não chega não.
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