Os irmãos Wachowski conseguiram algo raro e mágico para obras de ficção científica, uniram grandes ideias com efeitos especiais ‘vanguardistas’ em um filme de tirar o fôlego, mas isso foi em 1999 com Matrix. De lá para cá nem mesmo as continuações da obra prima que eles criaram fizeram o mesmo sucesso – ainda que, particularmente, goste tanto de “Speed Racer” quanto de “A Viagem”. De um dos filmes mais esperados do ano, “O Destino de Júpiter (Jupiter Ascending)”, pode ser considerado, infelizmente, o pior trabalho de Andy e Lana até aqui.
Na trama acompanhamos a história de Júpiter Jones (Mila Kunis, “Ted”) que segue uma penosa vida limpando banheiros sem saber que é descendente de uma linhagem imperial e, dentre outras regalias, é a ‘Rainha’ do planeta Terra. Toda a sua vida se transforma em uma aventura intergaláctica sem precedentes quando recebe a visita de um ex-soldado modificado geneticamente chamado Caine (Channing Tatum, “Foxcatcher”) que tem a missão de protegê-la a todo custo e levá-la ao seu destino para assumir o seu lugar de direito.
A premissa dos irmãos Wachowski não é ruim. A própria ideia de criar uma espécie de conto de fadas interplenatário onde uma dinastia milenar que é dona de alguns planetas ao longo do universo está atrás da Mila Kunis (o que é bastante plausível) e, esta por sua vez, conta com a ajuda do seu príncipe encantado que ao invés de chegar num cavalo branco vem com botas antigravitacionais voadoras tão bacanas quanto o hoverboard do “De Volta para o Futuro” é realmente interessante. É uma pena no entanto que todo o entorno seja ruim. Algumas espécies alienígenas são ridículas, o humor e as piadas que nunca acertam o tom não ajudam e, pra completar, algumas atuações como a da Mila Kunis ou do afetado Eddie Redmayne (“Hick”) estão completamente perdidas. Nada disso ajuda a levar a história a sério e tampouco funcionam bem como sátira.
Exceto pelo 3D que não vale a pena, na parte técnica “O Destino de Júpiter” caminha direitinho e as ‘tranqueiras’ tecnológicas são bem bacanas. Desde as tais botas que fazem o Tatum deslizar pelo ar enquanto rolam algumas ótimas cenas de combate, até mesmo as armas, espaçonaves e ‘itens de cura’. Infelizmente um bom filme precisa de muito mais do que isto para ser digno de aplausos ou, quanto nada, se tornar um entretenimento minimamente razoável.

A verdade é que a salada espacial dos Washowski apesar de ter uma ou outra boa ideia é indigesta e traz uma aventura com uma trama muito básica, com clichês bobocas e, tirando o constante suspense do espectador em tentar descobrir se o Sean Bean (“Espelho, Espelho Meu”) vai, como de praxe na maioria dos trabalhos que participa, morrer ou não, sem grandes atrações. Infelizmente a divulgação do próximo trabalho de Andy e Lana ainda vai precisar trazer estampado a velha frase: “Dos mesmos criadores de Matrix”.
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- Natalie Portman estava cotada para fazer a Júpiter Jones mas recusou o papel antes da produção do filme iniciar. Já é a segunda vez que ela faz isso com os Wachowski, antes tinha sido no filme “A Viagem (Cloud Atlas)”.
- Depois de terem feito Matrix eu prometi que daria sempre o meu dinheiro pra qualquer coisa que os Washowski lançarem nos cinemas e vou seguir cumprindo até o fim da minha vida.
O Destino de Júpiter (Jupiter Ascending, 2015 – 127 min)
Ficção Científica, Ação, Aventura, FantasiaUm filmes de Andy Wachowski e Lana Wachowski com Mila Kunis, Channing Tatum, Eddie Redmayne, Sean Bean, Douglas Booth, Tuppence Middleton, Doona Bae eTim Pigott-Smith.
A crítica detonou, você detonou, mas vamos lá, vou estar de bobeira no carnaval então vou acabar indo assistir. ehehheeh
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Nem detonei tanto assim hahahaa e de repente vc até curte, já vai com a expectativa lá no chão 🙂
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eu não sou fã dos trabalhos dos Wachowski,os melhores filmes ainda são a trilogia Matrix e acredito que nuca vão superar, odiei Speed Racer e Cloud Atlas, esse Destino de Jupiter foi o primeiro filme que gostei depois de Matrix…
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Tem gente curtindo o filme mesmo, mas ainda está longe de ser considerada um filme que realmente vale a pena. Infelizmente os Wachowski vão ficar devendo mais uma vez…
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Se continuar assim, essa sua promessa de ser fiel aos Washowski pode começar a ficar pesada, rs. Uma pena que eles tenha feito uma salada tão confusa aqui. Porque o pior não é o que, mas o como. O filme é completamente perdido, nem o tom ele define, não dá para comprar a ideia.
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Já está se tornando mesmo um fardo essa promessa hahaha.
Esse filme apesar das ‘tecnologias bacanas’ que curti tipo o escudo ‘invisível’ as ‘botas’ realmente não funciona em nada.
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Me parece que os irmãos Wachowski são o caso típico de uma bola dentro a coincidência é que foi praticamente no primeiro trabalho deles por isso criou-se uma esperança de que eles vão conseguir reproduzir outra vez só que eu já não nutro mais esperanças quanto a isso.
Curioso ver o ganhador do Oscar 2015 errando na medida do papel. Isso pode indicar que ele ainda precisa de mais experiência.
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Esse filme está pronto já tem muito tempo, acho que as filmagens datam de 2 anos quase, talvez isso explique a atuação afetada de Eddie. E outra, todos os atores pareciam estar extremamente desconfortáveis, isso também contribui e muito já que eles tavam vendo a merda em que embarcaram hahahha
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É terrível quando acontece isto que você falou Márcio, na verdade eu acho que é um lance que deveria ser passível de repreensão, pois ninguém obriga um ator a estar num papel. É parte do risco do trabalho dele, que, convenhamos, é bem pequeno se considerarmos todas as vantagens que usufruem.
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Não sei porque mas já esperava menos de 3 controles pra esse rs
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Eu sempre tenho fé Chell, fui de peito aberto mas tá complicado gostar desse filme.
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Eu agradeci por não conseguir assistir esse filme no cinema, vi em casa e só aguentei até os 40 e tantos minutos antes de dormir. Já achei feio no começo, quando a Mila aceitou tudo que estava rolando como se fosse algo normal. Fui enganado mais uma vez pelo trailer, O Destino de Júpiter tinha quase tudo para ser bom, mas não conseguiu.
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