Dentre os indicados ao Oscar 2015 de melhor filme, “Selma: Uma Luta Pela Igualdade” talvez seja o mais “importante” mesmo não sendo o melhor entre os 8 indicados. Dirigido por Ava DuVernay o filme vem conquistando muita gente ao mesmo passo que vem carregando algumas polêmicas consigo, seja pela suposta ‘displicência’ dos votantes para o Oscar, seja pela forma como o presidente americano da época foi retratado, dentre outras.
Na trama vamos acompanhar a cinebiografia do pastor e ativista social Martin Luther King Jr. (David Oyelowo) que liderou uma multidão de manifestantes nos anos 60, de forma pacífica, na eterna luta pela igualdade entre negros e brancos. Em especial o filme foca na histórica marcha que aconteceu em 1965 entre a cidade de Selma até a capital do Alabama Montgomery em favor do direito ao voto da população afro-americana do país.
Se no Oscar de 2014 “12 Anos de Escravidão” mostrou a brutalidade da escravidão ao qual a população negra sofreu, “Selma“, mesmo não sendo tão ovacionado quanto, é bastante angustiante porque se trata de uma história bem próxima a nossa época. É fácil traçar alguns paralelos e fazer comparativos com os dias atuais, casos como o de Fergunson estão muito vivos e, como o próprio Luther King diz em determinada parte do filme, a luta pela igualdade é diária e é preciso vencer um passo de cada vez por mais que pareça nunca haver fim.
Além da direção forte e segura da Ava DuVernay que soube expor muito bem os ‘fatos’ históricos e criar grandes momentos e cenas, “Selma” conta com atuações muito fortes, em especial a de David Oyelowo como Luther King. Seus discursos e a forma como entona a sua voz são impressionantes e ele merecia sim uma indicação por sua atuação. Na mesma qualidade se encontram os atores coadjuvantes, até mesmo a apresentadora Oprah Winfrey atua muito bem.

Entre as enxurradas de biografias concorrendo ao Oscar 2015, “Selma” não foge do modelo quase padrão de filmes ‘históricos’ e acaba se destacando mais pela importância histórica do que por suas qualidades enquanto produto cinematográfico. O filme começa um pouco lento e, em alguns pontos, parece se arrastar, mas é um ótimo trabalho que merece todo o destaque que vem recebendo.
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- Dentre as polêmicas que acompanham o filme, existe uma pequena controvérsia em relação a representação do presidente Lyndon Johnson (interpretado por Tom Wilkinson). Alguns historiadores, críticos e jornalistas tem contestado a forma relutante em que o presidente se comporta (no filme) em relação ao direito do voto. Muitos apontam Johnson como, na verdade, um forte aliado ao movimento ainda que tenha sido por conta da forte pressão que Martin Luther King e seus ativistas exerceram sobre ele.
- Apenas 2 indicações ao Oscar é tido também como muito pouco para o que o filme representa. Tem gente dizendo que a bancada votante do Oscar é composta por uma ‘elite branca e racista’ e, por isso, supostamente, o filme não foi tão prestigiado quanto merecia.
Selma: Uma Luta Pela Igualdade (Selma, 2014/2015 – 128 min)
Drama, BiografiaDirigido por Ava DuVernay com roteiro de Paul Webb. Estrelando: David Oyelowo, Tom Wilkinson, Carmem Ejogo, Giovanni Ribisi, Loarraine Toussaint, Common, Alessandro Nivola, Cuba Gooding Jr., Tim Roth e Oprah Winfrey.
Esse filme é mais “assustador” que 12 anos justamente por ser parte da história mais recente e do quanto nos dias atuais a luta ainda é importante. Eu achei excelente!
E eu achei que o presidente Lyndon era favorável a causa, mas ele queria tempo pra fazer as coisas com mais “calma”, só que a questão era urgente.
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Eu prefiro ainda “12 Anos de Escravidão”, acho muito mais filme e muito mais emocionante e tocante do que este aqui, ainda que, a história que ele representa seja mais próxima e mais “importante”.
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Essa bobagem de elite branca está torrando o saco já. O filme não foi mais indicado porque não é tão bom, simples assim, 12 Anos é muito mais filme que Selma em todos os sentidos. Agora este chavão virou uma muleta para esse pessoal que conhece muito pouco de história e sociologia, mas baseado em blogs e folhetins de outros tão despreparados quanto acham-se capazes de avaliar uma questão tão complexa.
Esse tipo de reclamação, a meu ver, em nada ajuda o movimento para afirmação das classes menos favorecidas, pelo contrário, cria uma antipatia, não por considerar que não seja válida a luta, mas pela forma que a bandeira está sendo hasteada.
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Concordo muito contigo Bill
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de fato um filme importantíssimo, que deveria fazer parte de aulas de História daqui para frente. ele possui momentos bem intensos, principalmente nas marchas e as sequências mais intimistas servem para mostrar que o MLK era um ser humano e não “apenas” um ícone. a atuação do david oyelowo é poderosa e inesquecível.
Agora se formos comparar com 12 anos de escravidão ele fica bem abaixo! 12 anos é uma obra-prima, ao meu ver. Selma é no máximo muito bom!
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Também concordo muito contigo, “12 Anos de Escravidão” é muito mais filme mas isso não diminui a importância e qualidade de “Selma”.
Ps: Sempre que vejo as iniciais MLK nas críticas e resenhas de “Selma” eu leio primeiro “Moleque” aahahahahah
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na realidade, eu também… cheguei a ler até mortal kombat mentalmente uma vez. haha
melhor parar com essas iniciais.
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Gostei sobretudo por recuperar a história recente, muitas vezes esquecida;
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É sempre bom relembrar esses fatos absurdos recentes que acabamos jogando pra debaixo do tapete.
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