Kingsman: Serviço Secreto (Kingsman: The Secret Service)

Quando foi anunciado que Matthew Vaughn, responsável por “Kick-Ass” e “X-Men: Primeira Classe“, declinou a oferta de dirigir “X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido” para adaptar para as telonas mais uma elogiada HQ de Mark Millar (em parceria com David Gibbons), já dava pra saber que algo interessante estava prestes a ser lançado nos cinemas. A maior prova que Vaughn acertou em sua escolha está no ótimo “Kingsman: Serviço Secreto“, o tipo de obra que valeria apenas por suas espetaculares cenas de ação mas que é muito mais do que isso.

Na trama o jovem Eggsy (Taron Egerton) possui uma juventude sem muito futuro mas seu destino muda quando conhece Harry (Colin Firth, “Magia ao Luar“). Amigo de seu falecido pai do qual não conhecia o passado, Harry (ou Galahad) lhe apresenta a agência de espionagem Kingsman. Enquanto Eggsy se junta a um grupo de recrutas que luta por uma vaga na agência, Harry precisa lidar com a ascensão do vilão Valentine (Samuel L. Jackson, “Robocop“).

Kingsman Serviço Secreto

Um filme que abre com uma cena tocando ‘Money for Nothing’ do grande Dire Straits dificilmente tem como falhar em sua missão primaz que é entreter o espectador do início ao fim, objetivo que cumpre com maestria. Divertido como poucas produções do gênero conseguem ser, “Kingsman – Serviço Secreto” retira das HQs direto para a tela do cinema (local onde você deveria assistir essa obra) cenas de ação onde a coreografia desafia as leis da física com a classe típica do cavalheirismo inglês misturada com brutalidade e muita violência. Das diversas ótimas cenas tem uma que ocorre em uma igreja que é simplesmente espetacular.

Contando com um belo elenco encabeçado por um Colin Firth que está estupendo, praticamente irreconhecível se levar em consideração os seus outros trabalhos, e ainda outros rostos bastante conhecidos como os de Michael Caine (“Interstellar“), Mark Strong (“O Jogo da Imitação“), “Kingsman – Serviço Secreto” tem em Taron Egerton – jovem que chegou a ser cogitado para viver o novo Homem-Aranha – uma grata surpresa para o mundo do cinema. O grande Samuel L. Jackson encarna o vilão do filme que, por sua vez, diverte de início com seu jeito peculiar de falar e se vestir, mas logo seu personagem cansa e a piada dele perde um pouco a graça, mas nada que atrapalhe tanto até porque ele consegue equilibrar razoavelmente bem o seu lado cômico com a ameaça global que representa.

Kingsman Secret Service

Para quem já conhece o Millarverse, o universo do grande Mark Millar, sabe bem o que esperar da história e da estética do filme, bastante ação panorâmica acompanhada de muito sangue, ossos fraturados e membros decepados em meio a diálogos hiper-realistas. O roteiro é um pouco esticado e até exagerado, o próprio vilão e seu plano em certo ponto são até meio bobocas se você parar bem pra pensar, mas é essa a principal graça do filme, remeter àquele tempo em que os filmes do Bond ou de espionagem eram absurdos e se preocupavam apenas em serem divertidos.

***

  1. Para quem está ansioso aguardando o novo filme do Star Wars, ver o Mark Hamill, o eterno Luke Skywalker novamente em tela é uma grata visão.
  2. Colin Firth fez 80% das suas cenas de pancadaria, provando que está realmente em forma.
  3. Segundo Mark Strong que interpreta Merlin, Kingsman é para os filmes do 007 o que Kick-Ass é para os filmes de super-heróis.

Kingsman - Secret Service - LaunchKingsman: Serviço Secreto (Kingsman: The Secret Service, 2015 – 129 min)
Ação, Aventura, Comédia

Dirigido por Matthew Vaughn com roteiro de Jane Goldman e Matthew Vaughn. Estrelando: Colin Firth, Samuel L. Jackson, Mark Strong, Taron Egerton, Michael Caine, Sophie Cookson, Sofia Boutella e Mark Hamill.

7 comentários sobre “Kingsman: Serviço Secreto (Kingsman: The Secret Service)

  1. Esse diretor sim é alguém que podemos ir assistir um filme de olhos fechados. O cara sempre acerta em suas escolhas, quando não faz algo excelente fica ao menos no bom e em Kingsman não é diferente. Um filme que consegue balancear diversão, qualidade e inovação como já vem sendo a marca de Matthew Vaughn em seus trabalhos. Um filme de começo de ano, mas que dificilmente deixará a lista de melhores de ano.

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  2. Não creio que o Valentine tenha se tornado batido ao longo do filme. Acho que foi algo claramente proposital em vista que temos dois grandes extremos apresentados ali: de um lado Galahad como cavalheiro inglês e do outro Valentine como a personificação do estilo de vida americano.

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    1. O que me cansou mais não foi o seu esterótipo que serviu para um contraponto interessante como você comentou, a questão da sua dicção em principal é divertida uma ou duas vezes, mas depois cansa um pouco. Nada que atrapalhe a diversão.

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    1. Também não estava dando tanta bola assim para o filme, acabei indo ver porque era a única opção interessante do cinema na semana em que ele estreou e não me arrependi.

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