A esta altura o filme “Para Sempre Alice (Still Alice)” ficará para sempre marcado por dois motivos, um muito triste e outro feliz. Ao mesmo tempo em que marcou o primeiro Oscar na carreira da atriz Julianne Moore, pouco tempo depois da premiação um dos diretores (e roteiristas) do filme Richard Glatzer veio a falecer.
Baseado no romance escrito por Lisa Genova, o filme acompanha a trajetória de uma renomada doutora e professora linguista (Julianne Moore, “Carrie a Estranha“) que é diagnosticada com Alzheimer precoce, muito raro na sua idade. Se de início ela começa se perdendo nas ruas próximas a sua casa e esquecendo algumas palavras, em pouco tempo ela e toda a sua família será afetada por essa devastadora doença.
O filme explora de maneira muito bonita e tocante, sem ser piegas (o mais importante), a relação dela com seus familiares e a sua própria profissão. Enquanto a sua relação com o seu marido (Alec Baldwin, “Rock of Ages“) parece aos poucos se complicar, ela começa a estreitar maiores laços com sua filha caçula interpretada de forma muito interessante pela Kristen Stewart (“Branca de Neve e o Caçador“) que, aos poucos, vai provando que ‘A Saga Crepúsculo‘ foi apenas um degrau que ela precisou ultrapassar em sua carreira.
Existe um jogo interessante com o desfocamento e outros truques da câmera para colocar o espectador para ‘sentir na pele’ o que a Doutora vai passando e sofrendo. O roteiro por sua vez segue a cartilha básica de dramas definhadores, mas não adianta, é o tipo de filme de atriz, onde pouca coisa se sobressai a atuação merecedora do Oscar da grande Julianne Moore.
Por mais que acompanhe uma história tão difícil e tão triste, “Para Sempre Alice” é o tipo de filme que vale a pena ser assistido e que, em meio a tanto sofrimento e momentos para suar os olhos do espectador como, por exemplo, em um discurso emocionante que ocorre em determinada parte do filme, ainda encontra espaço para deixar algumas manjadas mas importantes lições de vida.
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- O diretor Richard Glatzer morreu aos 62 anos após lutar bravamente contra uma doença (ALS – esclerose lateral amiotrófica). Essa é a mesma doença que Stephen Hawking, que recentemente foi interpretado pelo ganhador do Oscar de melhor ator no filme ‘A Teoria de Tudo, luta há anos.
- Como não podia falar, Glatzer dirigiu o filme utilizando um app para iPad.
- O famoso desafio do ‘balde de gelo’ foi criado por uma associação que combatia esta doença e tanto Julianne Moore quanto Kristen Stewart participaram da ‘brincadeira’ e dedicaram a Glatzer.
Para Sempre Alice (Still Alice, 2014/2015 – 101 min)
DramaUm filme de Richard Glatzer e Wash Westmoreland adaptando livro escrito por Lisa Genova. Estrelando: Julianne Moore, Kristen Stewart, Alec Baldwin, Kate Bosworth, Shane McRae, Hunter Parrish, Seth Gilliam , Victoria Cartagena e Eric Wellman.
A interpretação de Moore fez, pelo menos no meu caso, a cotação subir de 3 para 4.
Fora isso é um bom filme, mas poderia ter sido melhor, agora pelo menos não é melodramático e piegas.
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Poderia ser 4 realmente, fiquei passeando na penumbra das duas classificações…
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A interpretação de Julianne Moore eleva a qualidade do filme, que é interessante, sensível e tem um viés novo que é focar na dor do doente e não de sua família, mas acho que isso poderia ser ainda melhor explorado.
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é um filme que ainda me dá uma certa preguiça de assistir pelo tema um tanto batido… mas tenho curiosidade pela julianne moore. uma excelente atriz que finalmente foi reconhecida pelo Oscar.
quanto a kristen stewart, parece mesmo ter qualidade, vide ‘acima das nuvens’.
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