Os Oito Odiados (The Hateful Eight) nos mostra um Tarantino maduro e com um domínio da narrativa e sofisticação cada vez mais aprimorados. É gratificante perceber que um dos mais talentosos diretores em atividade não se acomodou. Ao contrário, Tarantino passou a inserir cada vez mais elementos políticos e sociais em suas obras.
Tarantino produz assim uma de suas obras mais engajadas, com profundas críticas ao racismo e ao sexismo sobre o qual os EUA se construíram, e que ainda compõem um lamentável traço de sua cultura. Tudo isso sem perder o seu estilo marcante e característico com diálogos envolventes e cheios de informação que são fundamentais para contextualizar cenários e aprofundar personagens que movem a trama bem como a presença catártica da violência estilizada.
É também uma obra cinematográfica das mais rebuscadas, desfilando um excepcional domínio de câmera, de fotografia e, o mais importante, do desenvolvimento da narrativa. Durante as quase três horas de projeção Tarantino consegue manter o espectador preso a um clima de tensão claustrofóbico e implacável até um clímax (ou anticlímax) simplesmente chocante e arrebatador cheio de ironia e cinismo.
É sem dúvida um dos melhores trabalhos da cinematografia de Quentin Tarantino, mantendo todas as características que o fizeram famoso e amado, e avançando um degrau a mais. Como um bom vinhedo que produz vinhos de safras cada vez melhores. E Hateful Eight é uma das melhores safras já produzidas por Tarantino. Algo para se sorver com paciência e atenção e se deliciar. Uma vez após a outra.
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Crítica de autoria do Mário Bastos, o inolvidável porcolunista da POCILGA e o maior encrequeiro da Orla Exterior de Star Wars.
Os 8 Odiados (The Hateful Eight, 2015/2016 – 167 min)
WesternUm filme de Quentin Tarantino com Samuel L. Jackson, Kurt Russell, Jennifer Jason Leigh, Walton Goggins, Bruce Dern, Demian Bichir, Michael Madsen, Tim Roth, James Parks, Channing Tatum, Dana Gourrier e Zoë Bell.
Indeed I am, sir. Indeed, I am.
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MB versão Porra Man é rápido, curto e objetivo.
Tá quase a versão de só uma frase: “bom pra caralho”.
eheheheheh
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hehehehe.
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Filme incrivel, assisti ontem e nao me arrependo
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Esse filme é fácil um dos mais fracos de Tarantino, mas ainda é bom.
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