Penny Dreadful faz American Horror Story parecer Glee

Tente imaginar Jack, o estripador, Dorian Gray, Dr. Victor Frankenstein, Vampiros e Lobisomens, inseridos em um mesmo universo, ou melhor, na Londres Vitoriana. Alguns podem pensar que não pode dar certo tantos personagens inseridos em um mesmo universo, mas se enganam. Penny DreadFul com certeza é uma das melhores séries da atualidade.

Vou listar 6 motivos pra você assistir essa série tão incrível e genial:

1- Fotografia:

Existem aqueles que não assistem uma série apenas por assistir, são aqueles que enxergam a série com uma estética e um olhar diferente. Acredito que com certeza quem assistiu a série Hannibal se apaixonou pela fotografia da série, com cenários sombrios, com cenas de sangue, mutilações e crimes perfeitos fotograficamente. Fargo também é uma série com uma fotografia incrível, mas Penny DreadFul não se ofusca nessa variedade de séries com excelência e formosura visual como as que acabei de citar. A fotografia é simplesmente incrível, as cenas de rituais, as cenas nos becos das ruas de Londres, as cenas das florestas, do sangue, das mortes, a estética da série em si é magnífica, todas as roupas dessa época tão deslumbrante, os castelos, as casas, os bares, os bordéis, as casas de show, os teatros, os museus, tudo é simplesmente perfeito. A ambientação no geral é uma taça do vinho mais agradável e satisfatório para um degustador de vinhos. Quem aprecia ou simplesmente repara na fotografia de uma série ou filme, com certeza vai se encantar pela fotografia de Penny DreadFul.

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2- Roteiro:

Existem os apaixonados por roteiros, aqueles que admiram uma boa história, intrigante, cativante ou cheia de reviravoltas, histórias inteligentes, roteiros bem adaptados ou originais, os apaixonados pelos irmãos Cohen (Fargo, Onde os Fracos Não Tem Vez) ou ao brilhante Darren Aronofsky (Cisne Negro, Réquiem Para um Sonho), com certeza essa série é pra você. É uma história incrível, cada personagem te cativa de alguma forma, mas você não escolhe nenhum preferido ao certo, pois cada um tem suas características amáveis. Você se fascina por todo o grupo de ”protagonistas”, pois não é justo escolher um ”principal” nessa história já que cada personagem tem seu peso e influência significativa, sua carga dramática e principalmente o seu valor, sendo um trabalho difícil eleger quem deveria levar o título de personagem principal. Você vai se apaixonar pelo drama do Victor Frankenstein, pelo mistério do Sr. Chindler, ou pela história macabra da Sr. Vanessa Ives, o roteiro tem ótimos diálogos, aqueles diálogos que dão total suporte ou até ”apoio” pra intepretações fantásticas, não é preciso fazer muito esforço pra destacar boas interpretações com esse roteiro tão bem escrito e explorado.

3- Direção:

Cada cena te faz sentir e extrai de você algo ou ”coloca” em você alguma coisa, não que isso seja ruim, pelo contrário, isso é ótimo, pois mostra que a série consegue instigar e afetar os espectadores de diferentes maneiras. As cenas de terror são simplesmente de ”travar” seu corpo, de te fazer suar e de fazer suas pupilas dilatarem como se você estivesse sob efeito de alguma droga alucinógena. Parece exagero, não? Não é. As cenas de rituais com ocultismo, com vodu, satanismo e magia negra são de tirar o fôlego, esquece esses filmes de terror assustadores repletos de jumpscares, diálogos escassos, cenas ”premeditadas”, clichês, personagens superficiais e sem nenhum propósito, as cenas de terror de Penny DreadFul são de arrepiar, a direção e como as cenas são feitas e executadas trazem todo terror pra dentro do seu quarto, aos amantes de um bom terror ou de uma cena amedrontadora, essa série será mais que um agrado pra você.

4- Eva Green:

Nos deparamos com um elenco que está surpreendendo a todos, como o Reeve Carney (Jogando com Prazer, A Tempestade) que está tendo a sua ascensão nessa série, mas não podemos tocar no nome de Penny DreadFul sem mencionar a imperdível Eva Green (Sedução, SinCity, Os Sonhadores, Camelot). Uma atriz francesa incrível, a maioria pode até pensar que ela apenas “fica nua” na maioria dos filmes, porém ela expõe não só o seu corpo, mas também o seu talento indescritível e podemos conferir uma dose nessa série, ela dá um show de atuação. Desde nova, ela já se mostrou extremamente talentosa, não pelo fato de não ter nenhum problema com nudez, ou algo do tipo, mas a maioria de seus personagens tinham sempre uma carga sensual, mas nada pornográfica ou exagerada, ela sempre tinha um charme e uma certa sensualidade em seus papéis, e seu olhar era sempre magnetizante. Seu papel em 007 Cassino Royale foi simplesmente sensacional, todo charme, ironia e sarcasmo, mas em PennyDread sua personagem com certeza foi a mais difícil de ser feita e, na minha opinião, sua melhor interpretação até hoje, suas cenas de rituais, exorcismo, seus diálogos, seu charme, sua inteligência e principalmente seu “dilema”, te fazem se apaixonar por essa Personagem tão intrigante, sombria, bizarra e diria até demoníaca, ela mescla desde cenas de completa sensualidade e psicosexualismo até cenas de exorcismo e ”personificações” de entidades, passando ao espectador desde excitação até puro pavor.

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5- Personagens:

Como disse acima, essa série, na minha opinião, seria até um ”pecado” eleger um protagonista, cada um vai de alguma forma se interessar, ou ”torcer” por um personagem. Apresentarei alguns para vocês:

Ethan Chandler:

Ele é um pistoleiro, artista circense, mas que esconde um passado um tanto misterioso, o tempo todo na série ele se mostra um homem extremamente inteligente, sagaz, perspicaz, mas acima de tudo cheio de segredos, dores do passado, erros os quais ele não consegue perdoar e talvez ninguém perdoasse, um personagem intrigante, pois de todos, ele demora cerca de 1 temporada até ”revelar” que criatura ou ”ser” ele é, é preciso paciência, mas com certeza é um personagem que te intriga mesmo sem saber ”nada” dele, pois quando se descobre, você se impressiona e admira.

Victor Frankenstein:

Bom, dispensa apresentações né? Mas na série o personagem é mostrado ainda jovem, com todos seus desejos, sonhos e seus pensamentos a respeito do conceito de vida e morte e seu ”agnosticismo” e ao mesmo tempo sua vontade de ser ”Deus”, de criar vida ou de desconstruir o conceito de morte. Um personagem cheio de camadas, um dos mais inteligentes do grupo, e com os diálogos mais formais, sempre uma classe e elegância, porém ao mesmo tempo uma personalidade extremamente anti-social, o que cativa muitos dos quais o conhecem.

Vanessa Ives:

Sem dúvidas a personagem mais intrigante da série, ela conhece desde os campos da bruxaria até ocultismo, ao longo da série em cada cena você descobre um pouco mais dessa personagem, torce por ela, mesmo ela sendo a forma ”personificada” de um demônio com milhares de anos, ela é uma personagem que te cativa por sua elegância, sabedoria e principalmente por ser aterrorizante.

Dorian Gray:

Eleito o meu personagem favorito, ele é baseado na obra literária O Retrato de Dorian Gray, basicamente ele é imortal, ou melhor, ele nunca envelhece e sempre tem suas feridas curadas ao ver o seu famoso quadro, mas na série ele é um hedonista. O hedonismo se caracteriza pelo ”prazer” acima da razão, acima de qualquer coisa, a beleza acima de tudo, a beleza de qualquer coisa, de qualquer forma, de qualquer tipo de pessoa, muitos podem pensar que Dorian Gray se classificaria como um ”bissexual” ou ”pansexual”, mas esses ”rótulos” não se aplicam nele, ele admira o sexo pela sua totalidade, ele faz sexo com homens, mulheres, travestis, ele admira arte, música, ele acredita que tudo isso está acima da razão, da moral, da ética, do que é certo ou errado.

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6- Cenas de Sexo:

Muitas séries exploram a sexualidade e a nudez, atualmente temos Game of Thrones, mas já tivemos Spartacus que logo no piloto teve um nu frontal e durante toda série cenas de sexo explícito, cenas gays e cenas héteros. A maioria das séries tem um certo preconceito, diria até preferência por ter cenas héteros, alguns não adotam cenas de sexo gay por ser ”chocante” demais, mas cenas de decaptação, estupro não ”chocam”. Se você curtiu Sense8 e achou as cenas de sexo bem feitas, além de ter gostado da ideia de ter uma série com cenas de sexo pra todos os tipos de pessoa, Penny DreadFul se localiza nesse patamar. Cenas de sexo em algumas séries são desnecessárias, mas em outras são importantes pra mostrar certos elementos, não apenas durante o ato sexual, mas depois do sexo, as cenas de Penny Dreadful não ”chocam” quem não tem um certo tipo de tabu ou pudor, digamos assim. São cenas bem feitas, realistas e convincentes, tanto as cenas héteros como as cenas gays, mas dando o mesmo argumento que dou a respeito de cenas de sexo gay, posso dar o exemplo de Sense8, as cenas de sexo fazem parte de toda obra, e não ”chocam” ou ”intimidam” os héteros bem resolvidos, digamos assim. Em Pennydread seja você hétero, bi, gay, trans, travesti, pansexual, seja você o que for, você vai se agradar com as cenas, é uma série com cenas de sexo pra todos os tipos de pessoas, e excitantes! Não são cenas como 50 Tons de Cinza ou ”cineprive” da Band, são cenas explícitas e muito bem feitas com um porquê.

6 comentários sobre “Penny Dreadful faz American Horror Story parecer Glee

  1. é uma serie excelente, muito pesada e bem assustadora, confesso que toda vez que assisto, eu fico tremendo na base, olhando pros lados, a unica série de terror que me dar medo..recomendável, agora se você for amaldiçoado por assistir alguns rituais satânicos em línguas estranhas, aí está por sua conta em risco..boa sorte!

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  2. Eu não colocaria nessa lista sexo como um dos motivos pra assistir a série pq quem for esperando muito disso talvez fique um pouco decepcionado. O título do texto ficou muito bom, parabéns. E sim, o texto tá bem legal também.

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  3. Bom, realmente figurino, fotografia, maquiagem, ambientação e demais aspectos técnicos são excelentes. Agora elogiar o roteiro é demais pra mim. São 200 voltas sem, praticamente, sair do lugar, sem nenhum desenvolvimento maior de qualquer personagem.

    A verdade é q a Green carrega a série nas costas. De resto, não há muita coisa de que eu possa destacar além dela. Dispensei depois de ver a primeira temporada.

    Ah, e esse título me zoou bizarríssimo. O terror que muitas cenas de AHS traz, PD nem sonha em trazer. E pra mim é uma série pior, pelo menos em relação às duas primeiras temporadas de AHS.

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