Estava matutando com meus botões a fim de qual filme escrever para esta terceira de Abril para o Porra, Man! Pensei em alguns, já que tenho visto muitos ultimamente para fugir do calor cruel de Salvador, com ainda suas principais praias lotadas, de modo que nem um “Tchibum” para colocar um pouco de sal no corpo e proteger os maus olhados dá pra fazer. Agora é definitivamente esperar acabar de verdade o verão (sim, o nosso verão demora de terminar mais que o normal) e encontrar praias mais amenas para um mergulho mais tranquilo. Mas, todavia, após rever a readaptação da rede globo de televisão sobre um dos melhores filmes nacionais de 2014, não pude evitar em pensar mais em Tim Maia do que qualquer outro visto.Tim Maia, dirigido por Mauro Lima, Brasil, 2014.
O filme é baseado na cinebiografia escrita pelo amigo Nelson Motta, porém ela é cortada em duas para se transformar em um tipo de minissérie de dois dias (quinta e sexta) e surpreendentemente fica melhor que o filme original, apesar do corte. Na minissérie ou documentário feita pela Globo, esta teve uma ajuda ou auxilio de outros compositores e cantores que estavam no filme mas não tinham dado sua impressão acerca do amigo porra louca Tim Maia. Erasmo e Roberto Carlos, assim Gil, Chico e Caetano deram suas opiniões sobre o rei do soul brasileiro e por isso o documentário global ficou mais completo que o filme, pois acompanhávamos o que de fato os “seus amigos artistas” falavam do rei da Black Music tupiniquim, e assim nós mesmos tirávamos nossas duvidas sobre quem era de fato amigo do Tim e outros que só queriam sacaneá-lo. O que este critico de cinema percebeu é que somente o Erasmo Carlos era amigo verdadeiro do Tim e o Roberto Carlos era o mais sacana de todos, e nem sequer lembrava ou não queria lembrar, que quem o lançou fora aquele marrento da Tijuca com sua banda: Os Sputniks, que tinha Erasmo e Roberto Carlos junto com Tim Maia na sua formação.
Com o suburbano rei Roberto Carlos dando um calote no Tim e nos Sputniks, o nosso rei do Soul arruma um jeito e ‘se pica’ (a.k.a. se manda) para beber na fonte do seu ritmo preferido, ou seja, Em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Experimentou seu primeiro baseado e conhecendo a época da efervescência do jazz e blues em new York, Tim Maia faz de tudo para sobreviver na terra das oportunidades. Até se presta a ser baby-sitter (você daria seu bebe para Tim Maia cuidar?), mas como o cara era muito doido, logo entra num esquema de pequenos furtos para parar com esses trabalhos chatos. Até que um dia decide roubar um carro junto com seus amigos vagabundos para fugir do rigoroso inverno de Nova Iorque e partir para o sol da Flórida. O problema da viagem é que esta não tinha planejamento algum, somente caras chapados de tanto fumo. Em uma das blitzes até a Flórida, a policia os pega e Tim vê o xadrez durante seis meses em solo do tio Sam. Motivo mais que necessário para decidir voltar ao Brasil. Chegando por aqui ele não acredita que aqueles “Zé Ruelas” e que cantavam inclusive bem menos que ele, se tornarem ídolos da música brasileira. Tim Maia não acreditava como o Brasil estava tão atrasado musicalmente que até o Roberto Carlos “comedor de restos de comida” nos tempos da banda os Sputinicks, agora era um pop star. Tim tinha que tentar arrumar seu lugar ao sol tupiniquim também, afinal se aqueles caras estavam fazendo sucesso, ele também faria, pois era melhor que todos juntos. Mas para o negrão invocado ter alguma chance teria que pedir ajuda ao Roberto, que já nesta época era já rei do ye-ye-ye.
Tim Maia tinha que passar por seu orgulho e pedir uma força a ele; E o fez quando viu uma brecha para colar no pop star. Mais uma vez o seu talento o salva e Roberto grava uma musica sua que é sucesso rapidamente. As portas das gravadoras reconhecem o talento do cantor soul e grava seu primeiro álbum. Daí pra frente todos já sabem como acaba; Tim Maia transforma a música brasileira com as influências da música negra que absorveu no período que estava nos States, acabando de uma vez por todas com essa história de que no Brasil só se tocava Bossa Nova de João Gilberto, que Roberto, Erasmo, Caetano, Chico e Gil tentavam copiar. No tocante aos atores que fizeram Tim Maia (Robson Nunes e Babu Santana), eles tiveram um maior esforço e boa vontade para roubar o rosto do Tim contemporâneo, mas não conseguem. Posto esse ainda reinado pelo neto do Silvio Santos e ator global Tiago Abravanel.