Crítica | Midsommar: O Mal Não Espera a Noite

Segundo filme de Ari Aster, Midsommar: O Mal Não Espera a Noite é mais uma prova do talento do diretor para trabalhar com o terror. Novamente, ele prioriza a construção de uma atmosfera inquietante em vez de apelar para os sustos pontuais. Por ser mais autoral e investir em elementos pouco usuais, o filme pode até incomodar parte do público. Dessa forma, assistir de mente aberta é essencial.

Após passar por um grande trauma familiar e enfrentando problemas no relacionamento, Dani decide viajar com o namorado e os amigos dele para um vilarejo na Suécia. Um desses amigos está em busca de material para uma tese. É que nesse vilarejo fica um culto cheio de costumes e rituais ancestrais. Eles chegarão no local durante o solstício de verão, época que promete acontecimentos bizarros e sinistros.

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Midsommar tem uma parte técnica absolutamente impecável. Ari Aster cria um visual espetacular. A fotografia com cores vivas e composições criativas se destacam. Como o título nacional já adianta, não é necessário o escuro para assustar. O clima perturbador está presente desde o início. Assim como os personagens, nós nos encontramos diante de algo desconhecido e estranho. Definitivamente, isso sempre gera tensão, ainda mais quando o gore se faz presente. É uma pena que em alguns momentos o gore pareça artificial e a atmosfera inquietante descambe para uma quase paródia. Isso faz o filme perder a força e deixar de ser tão envolvente como estava sendo.

É invejável o objetivo do roteiro de abordar temas complexos como suicídio e relacionamentos conturbados em meio a uma história de terror. O terror pode ser mais do que sustos e medo, mas é necessário competência e coragem para tentar. A ótima atuação de Florence Pugh colabora para nossa imersão na maior parte do tempo. É fácil acreditar no misto de emoções presentes na personagem. Outro que merece elogios é Will Pouter, que funciona muitas vezes como alívio cômico. Com todos esses elementos, Midsommar poderia entregar um resultado até melhor.

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Já são duas sólidas incursões de Ari Aster em um gênero que implora por criatividade. Ele está se consolidando e claramente possui um algo a mais. Se nos próximos anos esse talento for devidamente lapidado, não será surpresa ele nos brindar com uma obra-prima do terror/suspense.


Classif.: 4 de 5

Midsommar: O Mal Não Espera a Noite

Título Original: Midsommar
Direção: Ari Aster
Roteiro: Ari Aster
Elenco: Florence Pugh, Jack Reynor, Vilhelm Blomgren
Ano: 2019
Duração: 2h 27min
Info: IMDb


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3 comentários sobre “Crítica | Midsommar: O Mal Não Espera a Noite

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