
Em um decadente subúrbio italiano, Marcello é um dedicado dono de pet shop. Franzino e um tanto acanhado, ele passa a imagem de uma pessoa pacata, praticamente incapaz de incomodar alguém. Apesar disso, ele costuma ganhar um dinheirinho a mais vendendo drogas para amigos próximos.
Existem outros donos de loja na região e todos se mostram preocupados com as imprevisíveis atitudes do brutamontes Simoncino. O grandão tem uma estranha relação com Marcello, com direito a exploração e também a algo que mais ou menos se aproxima de camaradagem. Chega um momento em que a preocupação com Simoncino atinge um limite para Marcello e para as outras pessoas da região. Como proceder diante de alguém que de uma hora para outra pode cometer atos extremamente prejudiciais?
Marcello trata seus animais com carinho e é muito dedicado em relação a filha pequena quando é a sua vez de ficar com ela. Mesmo alguém como Marcello pode cometer atos impensáveis diante de situações extremas. E Dogman nos coloca diante de uma angustiante situação desse tipo.
O diretor italiano Matteo Garrone (Gomorra) cria uma atmosfera carregada e melancólica em Dogman. O filme está longe de ser cansativo, mas não há pressa em contar a história. Sempre temos a sensação de que algo ruim está para acontecer, por isso a tensão fica lá em cima. O roteiro é baseado em fatos reais, mas se você não sabe do que se trata a experiência fica anda melhor.
Dogman é obviamente violento, mas não tanto por conter cenas gráficas e sim pelo mundo hostil que ele retrata. É para ficarmos incomodados com o rumo que as coisas tomam e para refletirmos. Para mim, um desfecho tão brutal como esse era absolutamente inevitável.

Dogman

Título Original: Dogman
Direção: Matteo Garrone
Roteiro: Ugo Chiti, Matteo Garrone, Massimo Gaudioso
Elenco: Marcello Fonte, Edoardo Pesce
Ano: 2018
Duração: 1h 43min
Info: IMDb