O Rei de Staten Island (The King of Staten Island)

A pandemia atrapalhou um pouco os planos de lançamento de “The King of Staten Island“, o mais recente trabalho de Judd Apatow. Conhecido por suas comédias escrachadas e que acertam (quase sempre) no tom do humor, aqui ele acrescenta tons dramáticos e apresenta uma bonita história recheada de momentos divertidos.

Mais do que uma dramédia, O Rei de Staten Island é também uma obra “semi-autobiográfica”. Isso porque parte da história foi baseada na vida do ator Pete Davidson que protagoniza o filme. Na vida real, assim como seu personagem Scott, ele perdeu seu pai, que era um bombeiro, ainda muito jovem. E essa tragédia deixou algumas marcas que precisaram de muito trabalho e ajuda para que ele conseguisse seguir sua vida com a dor dessa perda.

Já na história do filme, Scott vive em Staten Island, que fica no estado de Nova York mas não possui o mesmo glamour que a capital. É na verdade uma comunidade suburbana habitada por pessoas menos abastadas e, nesse meio que ele convive, Scott poderia ser descrito como um jovem que ainda não encontrou o seu caminho.

Usando seus amigos para treinar a profissão que ele quer seguir, a de tatuador, apesar dos pesares e de ainda viver com sua mãe enquanto sua irmã mais nova já vai para a faculdade, ele segue relativamente bem. Só que esse frágil equilíbrio que ele sente ter é abalado quando sua mãe (Marisa Tomei, Homem-Aranha – De Volta ao Lar) começa a se relacionar com um sujeito (Bill Burr, Zombeavers) que, para seu ‘desespero’, é também um bombeiro como fora seu pai.

A mistura de drama com comédia em O Rei de Staten Island funciona em grande parte por conta da atuação de Pete Davidson, bastante conhecido por quem acompanha o Saturday Night Live. Além de ajudar a escrever o roteiro junto com Judd Apatow e Dave Sirius, ele atua muito bem. E não apenas nos fazendo rir, mas interpretando de forma bem crível um jovem que, claramente, ainda vive afetado com seu passado trágico.

Já na direção, o grande trunfo de Apatow é saber trabalhar bem com o elenco, em especial os personagens de apoio. E eles estão ali justamente para ajudar o protagonista a aprender algumas lições e superar suas dificuldades. Alguns surgem apenas para criar os conflitos necessários para qualquer história que se preze e outros para ensinar o que ele não deve fazer.

Sem os cinemas, o filme tem feito um relativo sucesso no chamado vídeo sob demanda. Aqui no Brasil a gente pode traduzir livremente para serviços bucaneiros de entrega gratuita de obras cinematográfias. Sim, você me entendeu. Vale a pena ver essa divertida e dramática comédia do senhor Apatow. Tanto pela história que é bonita, quanto por seus momentos especiais. Alguns lhe farão rir, outros lhe farão cantar junto com os personagens, em voz alta.

Nesses tempos sombrios em que vivemos, essa é uma daquelas produções que vão lhe fazer regenerar esse coração que deve estar despedaçado. E se ligue, a cena final é uma homenagem que o ator Pete Davidson deixou para seu pai.


O Rei de Staten Island (The King of Staten Island)

Direção: Judd Apatow
Roteiro:
 Judd Apatow, Pete Davidson e Dave Sirus
Elenco: Pete Davidson, Marisa Tomei, Bill Burr, Bel Powley, Maude Apatow e Steve Buscemi
Gênero: Comédia, Drama
Ano: 2020
Duração: 136 minutos

Um comentário sobre “O Rei de Staten Island (The King of Staten Island)

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Imagem do Twitter

Você está comentando utilizando sua conta Twitter. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s